Certamente, você se lembra de seu primeiro beijo. Todavia, mesmo que não se lembre dos detalhes, você conhece a sensação de beijar alguém pela primeira vez. Portanto, onde quer que tenha sido ou com quem foi, seu primeiro beijo é provavelmente uma de suas memórias marcantes. Mas, afinal por que beijamos? Descubra tudo nesse artigo!
Pressionar os lábios sobre algo é um gesto corporal comum usado como um sinal de saudação, desejo ou amor. Desse modo, as características do beijo podem ter significados diferentes em diferentes situações e culturas, desde cumprimentos casuais até a escolha de um parceiro.
De acordo com um estudo feito pela Universidade de Oxford, beijar é um comportamento importante nas relações sexuais por alguns motivos: avaliação do parceiro, um meio de iniciar a excitação sexual e comportamento para manter a proximidade em um relacionamento.
Além disso, o relatório de Oxford afirma que a atração instintiva inicial entre as pessoas é baseada em sinais faciais e corporais – mas para determinar se uma pessoa merece um compromisso de longo prazo, o beijo pode ser crucial. É um meio de namoro e, por meio dessa fase, serve como indicador da compatibilidade do parceiro.
Origem do beijo
Os historiadores realmente não sabem muito sobre o início da história do beijo. Todavia, quatro textos em sânscrito védico, escritos na Índia por volta de 1500 a.C., parecem descrever pessoas se beijando.
No entanto, isso não significa que ninguém tenha beijado antes desse período, e não significa que os indianos foram os primeiros a usar esse gesto.
Já no mundo ocidental, os romanos também iniciaram várias tradições de beijo que perduram até os dias atuais. Na Roma Antiga, os casais ficavam noivos beijando-se apaixonadamente na frente de um grupo de pessoas. Esta é provavelmente uma das razões pelas quais os casais modernos fazem o mesmo ao final das cerimônias de casamento.
Além disso, embora a maioria das pessoas hoje pense nas cartas de amor como “seladas com um beijo”, os beijos eram usados para selar acordos legais e comerciais. E por fim, acredita-se que os antigos romanos também costumavam praticar o ato como parte de campanhas políticas.
Por que beijamos?
Em suma, nós nos beijamos porque este é um ato prazeroso e uma troca de afeto. No entanto, essa é uma questão ainda a ser explorada. A origem do beijo não é muito óbvia para os cientistas e algumas teorias se mantêm hoje.
Os cientistas teorizam que o beijo se originou entre pais e bebês por meio da passagem de alimentos mastigados, porque eles não têm dentes para mastigar por si mesmos. Essa mastigação da comida ainda é feita hoje em alguns lugares. Com efeito, os cientistas dizem que essa mastigação gerou uma sensação de conforto entre a mãe e o bebê e o movimento evoluiu para o beijo.
O que parece comportamento de beijo também foi identificado em muitos animais e levou os cientistas a supor que o beijo também é uma peça do processo evolutivo.
Os chimpanzés e bonobos curiosamente se beijam de língua. Aliás, os bonobos foram vistos chupando a língua um do outro por 10 minutos de cada vez.
Os bonobos se beijam para conforto e socialização e às vezes, depois de uma briga, para selar as pazes. Nós, humanos, nos beijamos exatamente pelos mesmos motivos, indicando, portanto, que este ato pode estar profundamente enraizado em nosso DNA.
Instintivo e universal?
Beijar pode parecer instintivo, visto que é um sinal tão comum de afeto e amor, mas não é uma ação inata que todo ser humano sabe fazer automaticamente.
Aliás, um estudo de 2015 descobriu que esta não é a forma universal de expressar desejo e amor. Na verdade, de acordo com a mesma pesquisa, há várias culturas e tribos na África Subsaariana, na Nova Guiné e na Amazônia onde as pessoas não se beijam.
Como resultado, há dados que sugerem que beijar é na verdade uma característica aprendida, em vez do instinto humano.
O que acontece em nossos cérebros quando nos beijamos?
O cérebro fica acelerado durante o beijo. Aliás, ele dedica uma quantidade desproporcional de espaço à sensação dos lábios em comparação com partes do corpo muito maiores.
Durante o gesto afetivo, essa sensibilidade labial faz com que nosso cérebro crie um coquetel de substâncias químicas que pode causar, além de prazer, muitos benefícios.
Este coquetel é composto de três produtos químicos, todos projetados para nos fazer sentir bem e desejar beijar mais e mais: dopamina, oxitocina e serotonina. A combinação desses neurotransmissores produz uma série de efeitos colaterais.
Em outras palavras, a junção dessas três substâncias químicas acende os ‘centros de prazer’ em nosso cérebro. A dopamina liberada durante um beijo pode estimular a mesma área do cérebro ativada pela heroína e cocaína. Como resultado, experimentamos sentimentos de euforia e comportamento viciante.
Já a ocitocina, também conhecida como “hormônio do amor”, promove sentimentos de afeto e apego. Este é o mesmo hormônio liberado durante o parto e a amamentação.
Finalmente, os níveis de serotonina presentes no cérebro durante o contato labial se parecem muito com os de alguém com Transtorno Obsessivo Compulsivo. Não é à toa que a lembrança de um bom beijo pode permanecer conosco por muitos anos.
Benefícios do beijo
Beijar não é apenas bom e prazeroso, mas também é algo saudável. Durante uma troca de saliva, a epinefrina e a norepinefrina são liberadas na corrente sanguínea. A epinefrina ou adrenalina está envolvida na resposta de lutar ou fugir, o que faz com que a pessoa entre em pânico e tenha uma explosão de energia que percorre todo o seu corpo.
Ademais, a liberação de adrenalina que excita, é a adrenalina que sentimos no instante em que beijamos alguém. A norepinefrina é responsável pelas mãos suadas e pela sensação de que coração vai sair do peito.
Contudo, a sensação instantânea causada por esses químicos não é tudo de que nos beneficiamos quando nos beijamos. Uma série de outros benefícios incluem:
- Níveis crescentes de oxitocina, o que nos ajuda a nos relacionarmos com nossos parceiros e outras pessoas;
- Mata as bactérias ao liberar anticorpos que fortalecem o sistema imunológico;
- Combate as cáries, aumentando o fluxo de saliva;
- Aumenta a dopamina, o que faz você se sentir recompensado após o ato;
- Melhora o humor;
- Diminui a ansiedade;
O lado nojento do contato labial
Beijar pode ser maravilhoso para a mente e para o corpo, mas nem todas as notícias sobre a troca de saliva são animadoras. Num estudo recente, os cientistas observaram que quase 80 milhões de bactérias são trocadas quando um casal junta os lábios por cerca de dez segundos.
Para este estudo, vários casais tiveram sua flora bacteriana estudada após uma série de perguntas sobre a frequência com que participam desse ato de contato labial. Além de tantas bactérias trocadas, casais que se beijam cerca de 9 vezes por dia impactam as colônias bacterianas um do outro.
Por exemplo, um casal que passou os últimos anos se beijando agora tem um arranjo bacteriano personalizado que não existia antes de ficarem constantemente em contato.
Mas 80 milhões de bactérias não parece muito, quando existem quase 100 trilhões de bactérias que vivem em nosso corpo. Então, beijar muda apenas uma pequena parte e pelo que podemos dizer é um processo relativamente inofensivo em termos de troca bacteriana.
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