Segundo o dicionário, purgatório é o lugar que purga, limpa ou purifica. Além disso, é o nome do lugar para onde as almas pecadoras são enviadas para poderem pagar por suas ações.
Já segundo a Enciclopédia Católica, é um lugar (ou período) para os que morrem antes de estarem livres de seus erros ou não pagaram por eles durante a vida.
Sendo assim, é possível dizer que a palavra diz respeito a um lugar ou fase de castigo. Por outro lado, é um castigo voltado para a purificação de pecados, para que as vítimas dele possam ser enviadas a Deus. Apesar do conceito ser principalmente ligado a crenças católicas, também está presente em outras crenças.
Purgatório cristão
Santo Agostinho foi um dos primeiros pensadores a propor uma crença para além do céu e do inferno. Antes dele, acreditava-se que as pessoas boas iam para algum tipo de paraíso, enquanto os pecadores iam para a condenação.
No século IV, então, Agostinho passou a definir uma terceira opção. Ele falou sobre a oportunidade de redenção e purificação de pecados de mortos por meio da oração.
Mais tarde, em 1170, o teólogo Pierre le Mangeur definiu o local entre céu e inferno como purgatorium, palavra oriunda do latim. Por estar entre os dois extremos, tal purgatório combinava elementos tanto de paraíso como de inferno.
Teologia
O conceito do purgatório passou a ser difundido na Igreja Católica a partir de meados do século XII. Ao mesmo tempo em que a sociedade evoluía para um cenário em que havia grupos sociais mais variados, a igreja também precisava de uma forma de falar com essas pessoas.
Dessa maneira, apresentar um terceiro caminho permitia uma crença capaz de abranger mais comportamentos. Com o purgatório, ações que não se enquadravam nos padrões extremos de céu e inferno eram abraçadas.
Nesse sentido, então, o local surge como possibilidade de amadurecimento, transformação e redenção das pessoas e de suas almas. Por meio de um processo doloroso de lidar com seus pecados, é possível alcançar a purificação.
Concepção moderna
Em conceitos mais modernos, o termo passou a ser utilizado para além do lugar mítico. Além de representar uma das possibilidades pós-morte, ele indica um estado de sofrimento temporário. O termo, inclusive, pode ser aplicado fora do contexto religioso.
Sendo assim, existe uma diferenciação do conceito aplicado apenas à alma, para católicos, ou para todos os vivos.
Outras religiões
Outros cristãos como mórmons e ortodoxos também acreditam no conceito. Mórmons compartilham a crença que oferece a possibilidade de salvação. Já os ortodoxos entendem que é possível purificar uma alma a partir da oração dos vivos, ou da oferta da Divina Liturgia.
Para os protestantes, não há crença no conceito de purgatório. Sua crença defende que a salvação só pode ser alcançada em vida. Em termos técnicos, o livro de II Macabeus é que define o conceito, mas ele não consta nos textos das igrejas quadrangulares, luteranas, presbiterianas, batistas e metodistas.
No judaísmo, a purificação da alma só é possível em Geena, ou Vale de Hinom. O local fica ao redor da Cidade Antiga de Jerusalém e simboliza a região do purgatório judeu. Na antiguidade, porém, a religião já compreendia a existência de um lugar que misturava os homens nem bons nem maus, assim como também faziam os hindus.
Fontes: Brasil Escola, Info Escola, Brasil Escola, Canção Nova