A palavra ressuscitar tem origem no latim resuscitare e significa reviver, voltar à vida ou despertar. Antes disso, no entanto, a própria palavra em latim tinha origem em resurgere, com sentido de erguer-se novamente.
Na Bíblia, por exemplo, várias passagens falam de pessoas ressuscitadas, especialmente ligadas à figura de Jesus. Nos textos, ele foi responsável por ressuscitar Lázaro, além de ele mesmo ter ressuscitado três dias após sua morte.
A palavra também é utilizada em sentido figurado, quando se trata de objetos que não possuem vida. Quando um aparelho eletrônico volta a funcionar depois de um tempo “morto”, diz-se que ele ressuscitou, uma vez que retomou suas funções.
Além disso, a palavra também é utilizada em situações em que alguma memória, evento ou pessoa volta à tona depois de muito tempo.
Ressuscitar corpos congelados
Por meio de técnicas de criogenia, é possível congelar um corpo – ou partes dele – para evitar desgastes da decomposição natural. Dessa maneira, alguns teóricos defendem que seria possível ressuscitar pessoas preservadas em estado de congelamento.
O diretor do Instituto de Criogenia Dos Estados Unidos, Dennis Kowalski, defende que cadáveres congelados de maneira apropriada logo após o momento da morte poderiam voltar à vida. Segundo o especialista, a previsão pode se tornar real dentro de um prazo entre 50 e 100 anos.
A teoria baseia-se na possibilidade de ressuscitar pacientes vítimas de parada cardíaca num período de 5 a 30 minutos após a morte. Congelar uma pessoa, portanto, permitiria realizar o procedimento com muito mais tempo.
Além disso, ele teoriza que com a ajuda de células-tronco, seria possível até mesmo rejuvenescer as pessoas congeladas. Para Kowalski, o organismo ressuscitado poderia ter a vitalidade e saúde de uma pessoa de 20 anos, a partir das medidas.
Morte cerebral
Atualmente, várias situações de risco de morte que já foram consideradas irreversíveis no passado, podem ser contornadas. No entanto, a fragilidade do cérebro ainda cria várias barreiras para impedir outros casos.
Pensando nisso, pesquisadores da empresa indiana Revita Life Sciences decidiu investir num experimento com a intenção de reverter quadros de morte cerebral. A ideia consiste em fazer testes em pacientes com morte cerebral declarada para obter novas soluções para os casos.
Apesar de autorizada pela Comissão de Ética, a pesquisa ainda é considerada controversa por muitos. Além de aparentemente apresentar chances de sucesso próximas de nula, levanta questões filosóficas que envolvem direitos pessoais do paciente, logo após o processo.
Os principais opositores dos testes também defendem que ressuscitar a atividade cerebral de alguém pode, no máximo, elevar a condição para um estado vegetativo. Isso porque o tecido morto substituído por neurônios não seria capaz de estabelecer as mesmas conexões, não permitindo a recuperação real das funções cognitivas.
Curiosidades
Tentar ressuscitar os outros é uma prática antiga
Desde o século XVIII, europeus já tentavam ressuscitar pessoas vítimas de afogamento com frequência. No entanto, as práticas da época se resumiam a colocar o morto sobre um cavalo trotado e realizar alguns passos duvidosos. Entre eles molhar o corpo em água gelada, raspar a parte posterior da garganta com uma pena, soprar fumaça de tabaco no ânus e dar surras.
Morrer em um lugar frio melhora as chances de voltar à vida
O médico David Casarett publicou algumas curiosidades sobre ressuscitação em seu livro “Shocked: Adventures in Bringing Back the Recently Dead” (“Chocado: Aventuras Sobre Trazer de Volta os Recentemente Mortos”, em tradução livre). O autor exemplica que vários casos notáveis de pessoas ressuscitando aconteceram em lugares muito frios.
Isso porque células sem oxigênio e nutrientes começam um processo de destruição, mas o frio retarda esse processo, aumentando as chances de preservação delas.
Esfriar o sangue também pode atrasar a morte
O conceito ainda é apenas teórico, mas segundo Casarett existe um estudo que defende a substituição do sangue de um paciente vítima de parada cardíaca por uma solução salina congelada. Dessa maneira, seria possível ganhar tempo para tratar os pacientes com mais tempo.
Animais que hibernam podem ter soluções para ressuscitar humanos
Alguns animais são capazes de desacelerar o metabolismo durante o inverno, entrando num estado de hibernação. Caso esse tipo de animação suspensa pudesse ser aplicado a humanos, poderia ajudar a preservar a saúde do cérebro e dos outros órgãos em algumas situações.
Em teoria, a técnica seria muito mais eficaz que a criogenia, que tem dificuldades como a necessidade de equipamentos específicos.
Ressuscitar uma pessoa não é tão simples como na TV
De acordo com um estudo feito na década de 90, cerca de 75% pessoas que receberam Reanimação cardiopulmonar (RCP) conseguiram retornar à vida. No mundo real, no entanto, o número é de menos de 30%. Além disso, os pacientes ressuscitados na realidade costumam retornar vomitando ou até mesmo com algumas costelas quebradas, o que não é comum na ficção.
A ciência conhece cada vez mais formas de ressuscitar pacientes
Graças a avanços da medicina, há cada vez mais formas de reviver um paciente. Em comparação com poucos anos atrás, é possível ter esperanças de ressuscitar vítimas de paradas cardíacas, por exemplo, que até então pareciam impossíveis.
Fontes: Dicio, Tecnoblog, History, HypeScience
Imagens: Alzheimer’s Society, sky news, Azeheb, ScienceDirect, DayDayNews, DeviantArt, Science Mag, Mirror, Health Europa
