Mandala: qual é o seu significado e sua origem?

As mandalas são expressões da espiritualidade em várias religiões e tradições hinduístas. Conheça algumas delas e o que significam.

Mandala: qual é o seu significado e sua origem?

O que é uma mandala? Você já deve ter visto uma, mas provavelmente desconhece o seu significado. A mandala – “círculo”, em sânscrito, antigo idioma da Índia – é um desenho geométrico simbólico e religioso típico das culturas hindu e budista.

A mandala é uma representação geométrica que se desenvolve a partir de um centro e se expande em direção às bordas. Ela é geralmente composta por formas repetitivas, como círculos, quadrados e triângulos, e pode incluir símbolos como flores, animais ou outros elementos da natureza.

Atualmente, a mandala é utilizada como uma forma de arte terapêutica, pois seu desenho pode ajudar a promover a concentração, a calma e a criatividade. Além disso, a mandala também é utilizada como um elemento decorativo em várias partes do mundo, como em tapetes, roupas e acessórios.

Qual é o significado da mandala?

O significado da palavra mandala em sânscrito é círculo, que consiste inúmeros significados: externamente, como uma representação visual do universo ou, internamente, como um guia para várias práticas que ocorrem em muitas tradições asiáticas, incluindo a meditação. No hinduísmo e no budismo, a crença é que, ao entrar na mandala e prosseguir em direção ao seu centro, você é guiado através do processo cósmico de transformar todo o sofrimento em alegria e felicidade.

Qual é sua origem?

A mandala tem sua origem na Índia e seu nome em sânscrito significa círculo ou roda. São diagramas de formas diferentes e variadas (círculos, quadrados, octógonos) organizados em torno de um centro. Para os budistas, sua função é a meditação.

Apesar disso, para muitas religiões ela representa um símbolo de cura, totalidade, união e integração. Do ponto de vista espiritual, a ordem e o formato da mandala se conectam naturalmente com a ideia de unidade transcendente.

No início do século XX, o psicanalista suíço Carl Jung trouxe as mandalas para o Ocidente, utilizando-a como uma ferramenta terapêutica para explorar o inconsciente. Para ele, o centro da mandala simboliza o “eu”. Aliás, Jung até publicou um livro chamado “As mandalas e seu simbolismo”.

Significado da mandala em diferentes contextos

A origem da mandala é difícil de determinar, pois essa forma simbólica foi utilizada por diversos povos ao longo da história. No entanto, é possível encontrar exemplos de mandalas em várias culturas, além da indiana, como a tibetana, chinesa, japonesa, maia, egípcia e celta.

Mas também há exemplos do uso das mandalas na tradição medieval cristã e entre povos nativos americanos, como os sioux dos Estados Unidos.

Mandala no cristianismo

A presença de alguns tipos de mandalas no cristianismo simboliza a eternidade, e Deus, que é o princípio e o fim.

Assim, a maioria é usada em configurações de pedra e madeira e é encontrada em representações medievais e góticas, utilizadas como forma de representar a relação entre Deus e o ser humano. Geralmente, aparecem na forma de vitrais.

Mandala nas crenças dos nativos americanos

Os nativos americanos desenham alguns tipos de mandalas como forma de entender o significado dos sonhos, mas também para representar as energias da Mãe Terra.

Essas mandalas geralmente incluem imagens de animais e elementos da natureza. São ilustrações de origem naturalista, em alguns casos geométricas, e retratam paisagens, rituais ou cultos mágicos de origem ancestral

Mandala na psicologia

Na psicologia, as mandalas ajudam a ativar os hemisférios direito do cérebro (envolvido na criatividade, imaginação e intuição) e o hemisfério esquerdo (através do processo sequencial, preciso, metódico e detalhado na estrutura de suas representações). Portanto, são um bom instrumento para facilitar o equilíbrio psicológico.

A palavra sânscrita mandala significa círculo, mas na sua raiz etimológica encontramos manda= essência e la=conteúdo, essência do ser, ou do indivíduo, ou ainda, como Jung dizia, mandalas são a representação do “Self”. Carl Jung foi o primeiro psiquiatra a utilizar a arte como recurso terapêutico.

Mandala na educação

Elas também podem ser um recurso educacional valioso para aprimorar as funções mentais, como concentração, percepção e coordenação motora; para promover a capacidade criativa e imaginativa, para relaxar e acalmar seus alunos, para trabalhar implicitamente em conteúdos mais acadêmicos e para usar com crianças com Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).

Mandala na natureza

Compreender o meio ambiente a partir de si e entender que o outro também pode ser uma extensão da própria natureza, é um dos princípios do uso das mandalas.

A natureza produz as suas próprias mandalas. Temos como exemplo as teias de aranha e até mesmo as flores, especialmente aquelas com um centro redondo, como girassóis, ou com cinco pétalas. Com efeito, acredita-se que esses desenhos ajudam a controlar a ansiedade e a promover uma forte conexão espiritual com o ambiente.

No hinduísmo, por exemplo, as mandalas são utilizadas na representação da vida, de acordo com os propósitos do universo. Para essa cultura, elas demonstram a integração e a harmonia em tudo o que é feito na vida.

Tipos de mandala

As mandalas normalmente são produzidas em papel ou tecido, bordadas ou moldadas em bronze ou pedra embutida. Também existem moldes de madeira para se criá-las; os monges tibetanos as executam no chão, usando areia colorida, por exemplo.

Entretanto, embora as mandalas sejam extraordinárias como uma obras de arte, elas têm um significado simbólico e meditativo, além de sua aparência vibrante e colorida. Confira alguns tipos abaixo.

1. Mandalas religiosas

Nas religiões, as mandalas representam a inevitável passagem do tempo e são usadas como oferenda para pedir orientação, iluminação, sabedoria e orientação espiritual. As mandalas são construídas com grãos de areia colorida e suas figuras são delicadas e, acima de tudo, simbólicas.

Embora costumeiramente ligadas ao hinduísmo e budismo, principalmente o taoismo, as mandalas também encontram similares contemplativos em religiões monoteístas, como em correntes do cristianismo e do islamismo.

2. Mandalas de cura

Mandalas de cura são mais intuitivas do que as educativas e são feitas com o propósito de meditação. Desse modo, as mandalas de cura têm como objetivo transmitir sabedoria, evocar sentimentos de paz e tranquilidade, e canalizar o foco e a concentração.

Se paara hindus e budistas, a mandala é um instrumento de meditação, um meio de comunicação entre o mundo externo e o interno, na psicanálise, podem representar um desejo inconsciente de organização e, portanto, de cura.

3. Mandalas de ensinamento

Mandalas educativas são recursos de ensino onde cada forma, linha e cor representam um aspecto diferente de um sistema filosófico ou religioso. O aluno cria sua própria mandala com base em princípios de design e construção, projetando uma simbolização visual de tudo o que aprendeu. Portanto, esses círculos servem como mapas mentais coloridos para seus criadores.

4. Mandalas artísticas

A mandala é usada na arte para descrever uma imagem que é designada com uma intenção sagrada; que usa geometria, simetria, e cor para transmitir informação e conferir bênção. Desenhar e colorir mandalas ajuda a focar, pelo que são um excelente exercício para relaxar, acalmar o stress e a mente. Além disso, são ideais para trazer paz e serenidade, aumentar a concentração, atenção e criatividade.

Essas mandalas artísticas usam uma variedade de técnicas como crochê, macramê, pintura, colagem, argila e outras técnicas, e todas têm o propósito de contemplação artística.

5. Mandalas humanas

A forma mais antiga de manifestação corporal, para a maioria dos historiadores, é a dança. Através dela, é possível criar mandalas humanas.

Esse tipo de mandala é visto especialmente nas danças circulares. Dessa forma, ele simboliza a contemplação de si para o interior e a relação do ser com o infinito, numa ligação que transcende o tempo e o espaço.

6. Mandalas geométricas

As mandalas geométricas, como as que são feita de areia pelos monges tibetanos, são um elemento religioso tradicional do budismo. Elas usam uma variedade de símbolos feitos de areia colorida e outros materiais que representam a impermanência da vida humana.

Formas geométricas podem ser vistas tanto na arte quanto na natureza: a proporção áurea, o número Phi, a sequência de Fibonacci, entre outras.

7. Mandalas de pedras

Por fim, as mandalas de pedra podem ter causas humanas, como na construção de formas circulares para rituais, ou geológicas, onde a própria natureza se encarrega de criar um design circular.

Para o budismo, elas representam que os caminhos internos são iluminados e descobertos de forma segura, tranquila, confiante e estável, liberando energias, emoções e pensamentos que antes poderiam estar obscuros ou ocultos.

E então, gostou de aprender o significado de mandala?

Referências: Toda Matéria, Yogateria, Dicionário de Símbolos, Significados

Fontes: Arte e Sintonia, Setarte

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