Ceres era a deusa romana da agricultura e da fertilidade em geral. Em suma, ela equivale à deusa grega Deméter. Como a deusa do cultivo, ela ensinou as pessoas não apenas como fazer plantações, mas também como crescer espiritualmente.
Além disso, ela deu o presente da agricultura à humanidade, bem como era única deusa envolvida na vida cotidiana das pessoas comuns. Ela era a protetora da virgindade, feminilidade e maternidade.
Seu mito está fortemente associado ao de sua filha Prosérpina, levada por Plutão ao mundo dos mortos e devolvida à mãe apenas seis meses por ano. Saiba mais sobre ela, a seguir!
Origem de Ceres
Ceres era filha do deus Saturno e Ops e irmã de Juno, Vesta, Netuno e Plutão. Em vários mitos, ela é vista como mãe de diferentes divindades, refletindo seu papel como deusa da fertilidade.
Ela compartilhava um relacionamento duplo com o deus da lei e da ordem, Júpiter. Ademais, além de irmã era uma esposa para ele e juntos eles tiveram uma filha, Prosérpina.
De acordo com a versão mais famosa do mito, Plutão, deus do submundo, estava triste e solitário. Com efeito, Vênus, a deusa do amor, se sentiu mal por ele, então ela enviou Cupido para atirar uma flecha nele, na qual Plutão saiu do mundo subterrâneo em busca do amor.
Plutão emergiu pelo Monte Etna, um vulcão na Sicília, onde viu Prosérpina brincando com algumas ninfas no lago. Plutão raptou Prosérpina e a levou de volta ao submundo para ser sua noiva.
Mito de Prosérpina
Não tardou até que Ceres percebeu que sua filha havia sumido, e ela procurou em todos os cantos da Terra por Prosérpina. À medida que a deusa da agricultura e da fertilidade ficava mais furiosa, a fome começou a se espalhar. Isso deixou Júpiter, o deus romano supremo, muito nervoso.
Desse modo, ele temia que todas as pessoas da Terra morressem, o que era um problema, porque então não sobraria ninguém para adorá-lo. Então, ele enviou seu mensageiro, Mercúrio, para falar com Plutão, que era irmão de Júpiter.
Assim, Plutão concordou em deixar Prosérpina partir. Segundo algumas histórias, ele obriga Prosérpina a comer seis sementes de romã e, segundo outras versões, ela mesma o faz.
De qualquer forma, as romãs eram frutos dos mortos e aqueles que as comiam não podiam permanecer no mundo dos vivos. Isso significava que todos os anos Prosérpina tinha que retornar ao submundo e passar entre 4 a 6 meses com Plutão.
Ceres e as estações do ano
Para os romanos, as idas e vindas de Prosérpina ao submundo explicava o ciclo das estações. Quando Prosérpina sai do submundo na primavera, sua mãe Ceres fica feliz e enche a terra de flores. Ceres e Prosérpina passam o verão juntas e as safras crescem.
No outono, Ceres sabe que Prosérpina tem que morrer logo, então ela enche o mundo com lindas folhas de outono e as safras estão prontas para a colheita. No inverno, Prosérpina retorna a Plutão no submundo, e as plantas na Terra morrem até que Prosérpina volte e sua mãe esteja feliz novamente.
Na mitologia grega o mito de Prosérpina corresponde ao mito de Perséfone. Assim como na sua contraparte romana, a história da filha de Deméter, Perséfone, apresenta a história da vida, morte, regeneração e o ciclo da vida.
Como resultado de ser sequestrada por Hades e levada para o submundo, Perséfone deve permanecer lá por seis meses por ano. Nos outros seis meses, ela pode voltar para passar um tempo com sua amada mãe Deméter.
Durante o tempo que Perséfone está no submundo, Deméter fica triste e negligencia seu papel de deusa da agricultura (outono e inverno). Quando Perséfone retorna à terra, Deméter se regozija e renova a estação de crescimento agrícola (primavera e verão).
Adoração a deusa romana
Ceres era adorada no Monte Aventino, uma das sete colinas da Roma antiga, onde ficava seu templo.
Uma das festas dedicadas a Ceres, era a Cerealia que ocorria no dia 19 de abril. Outra época especial do ano para a deusa da agricultura e da fertilidade era a Ambarvalia, um rito romano de fertilidade agrícola que acontecia no final de maio.
Na verdade, ela é a única das muitas divindades agrícolas de Roma que é nomeada como parte dos Dii Consentes, o equivalente romano dos Doze Olímpicos gregos, suas principais divindades.
Por fim, uma estátua fantástica em Roma que representa esta deusa é a famosa ‘tomada de Prosérpina’ criada Gian Lorenzo Bernini e exposta na Galeria Borghese.
Então, gostou de saber mais sobre a deusa romana da agricultura? Pois, leia também: Mitologia Romana – Como surgiu e principais deuses