No geral, o cocô de baleia serve como um indicador do desequilíbrio ambiental no ecossistema aquático. Nesse sentido, uma pesquisa recente na revista Nature baseou-se na observação do comportamento de baleias-azuis. Além disso, acompanhou um grupo de baleias de barbatana, jubartes e baleias-de-minke.
Para tanto, utilizou dispositivos de marcação de alta tecnologia nesses indivíduos. Em resumo, fixaram esses dispositivos durante 5 a 20 horas no organismo dos animais. Dessa forma, conseguiram rastrear dados de movimento, aceleração e som. Mais ainda, conseguiram também medir o comprimento do mamífero e estimar o volume do seu golo.
Como consequência, puderam entender sobre quanto de krill cada espécie consome. Acima de tudo, essa informação permite entender melhor as consequências do extermínio das baleias e os impactos da predação humano nos oceanos. A princípio, estima-se que um total de 1,5 milhão de baleias foram vítimas de extermínio entre 1910 e 1970.
Ou seja, cerca de 90% da população total de baleias do Oceano Antártico nesse período. Ainda que pareça um evento antigo na história, essas mortes geraram consequências irreversíveis ao ecossistema aquático. Portanto, a pesquisa sobre consumo de crustáceos por parte das baleias mostra a situação da cadeia alimentar e as relações ambientais nos oceanos do mundo.
O que indica a ausência ou presença de cocô de baleia no oceano?
A princípio, a predação humana tem causado o desaparecimento dos krill, um grupo de invertebrados que são semelhantes a camarões. Consequentemente, esse evento impede o desenvolvimento de espécies marinhas que utilizam desses animais como principal fonte de alimento. Nesse sentido, as baleias são os principais exemplos de mamíferos marinhos que dependem dos krill.
Sendo assim, a pesquisa publicado na Nature permitiu compreender quanto de krill é consumido por cada espécie monitorada, também mapeando a importância do cocô de baleia na cadeia alimentar oceânica. A partir do monitoramento com dispositivos e também com o acompanhamento de um drone subaquático, o ecobatímetro, pode-se acompanhar os animais em seu habitat.
Em resumo, o ecobatímetro usa ondas sonoras em várias frequências para medir a quantidade de presas ao redor. Desse modo, pode-se concluir que as baleias atualmente estão consumindo mais que o dobro de krill do que se sabia anteriormente. Em outras palavras, isso indica que os grupos de animais precisam comer mais para repor a mesma energia.
Ou seja, precisa-se de mais alimentos para ter a mesma energia de antes, o que conseguiam obter facilmente com menos krills. No entanto, para que haja equilíbrio nessa relação ambiental, seria necessário uma abundância desses crustáceos, como aconteceu no início do século XX. Mais especificamente, seria preciso cerca de cinco vezes mais krill nos oceanos do que se tem hoje em dia.
Nesse sentido, o déficit na relação entre quantidade de krill e a quantidade de crustáceos que as baleias precisam denuncia o desequilíbrio ambiental em andamento. Ademais, mostra a importância das baleias para a manutenção do ecossistema oceânico. Em especial no que diz respeito às relações entre espécies de peixes, algas e outros organismos aquáticos.
Qual a consequência disso a longo prazo?
Porque há menos krill do que as baleias precisam no oceano, isso pode criar um problema em cadeia. Sobretudo, os krill são a principal fonte de alimentação das baleias. Portanto, sua ausência causará interferência dos gigantes mamíferos em outras cadeias alimentares, como nos pequenos peixes moluscos e zooplanctons.
Apesar disso, o estudo da Nature mostra que a baixa densidade populacional desses crustáceos decorre da má fertilização do solo marítimo. Ademais, a perda do volume de cocô de baleia produzido. Em resumo, a fonte vital primária dos krill são os fitoplânctons. Porém, eles não encontram condições propícias para sobreviver e proliferar em um solo infértil e pouco nutritivo.
Em outras palavras, o cocô de baleia é uma espécie de fertilizante e adubo para o solo marítimo. Portanto, cria condições importantes para o crescimento de fitoplânctons, a são a fonte vital dos krill. Por sua vez, o krill é o principal alimento da baleia na cadeia alimentar. Sendo assim, essa quebra na cadeia danifica um processo biológico básico que acontece há séculos.
Para além das baleias, essa quebra afeta todo o ecossistema oceânico, desde pequenos peixes até focas, caranguejos e pinguins. Dessa forma, não somente o meio-ambiente, como as próprias relações de consumo entre humanos e a vida em sociedade sofre ameaças permanentes. Por fim, com essa pesquisa, a principal intenção é mapear o cenário atual e propor mudanças efetivas a nível global.
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