O verão é uma das estações mais amadas do ano, pois proporciona momentos maravilhosos, principalmente quando pensamos em lazer. Além disso, também é o período que mais ocorre aglomeração de pessoas, principalmente em praias, rios e piscinas. Consequentemente, essa aglomeração promove o aumento do que conhecemos como doenças de verão.
Isso acontece porque esses ambientes promovem o contato direto de várias pessoas, constituindo um espaço de proliferação das doenças. Além disso, esses ambientes estão cheios de barracas de comida, que podem aumentar a probabilidade de ocorrer uma contaminação alimentar.
Sendo assim, é preciso tomar muito cuidado para não ficar doente no verão, aliás, tudo o que você quer nesse período é aproveitar e relaxar.
As 10 doenças do verão mais comuns e como preveni-las
O verão nunca vem só com alegrias, pois já está claro que existem algumas doenças que adoram esse período do ano. Mas quais são as doenças de verão mais comuns e como preveni-las? Nós te contamos, veja:
1- Conjuntivite
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana transparente que reveste a parte branca do olho e o interior das pálpebras. Essa condição pode ser causada por diferentes fatores, e suas causas podem ser agrupadas em três principais tipos: viral, bacteriana e alérgica.
Os sintomas comuns da conjuntivite incluem:
- Olhos vermelhos e irritados
- Lacrimejamento excessivo
- Sensação de coceira ou ardência nos olhos
- Secreção ocular (que pode ser clara, amarelada ou esverdeada, dependendo do tipo de conjuntivite)
- Pálpebras inchadas
- Sensibilidade à luz
O diagnóstico geralmente é feito por um médico oftalmologista, que examina os olhos e coleta informações sobre os sintomas e histórico médico do paciente.
A conjuntivite pode ser propagada mais facilmente no verão pois as pessoas tendem a frequentar mais lugares públicos, como praias, piscinas ou parques aquáticos, onde o contato com água e superfícies contaminadas pode ocorrer.
Portanto, é essencial tomar medidas preventivas, como lavar as mãos frequentemente, evitar coçar os olhos, usar óculos de natação em piscinas públicas, além de manter uma boa higiene pessoal e ocular para reduzir o risco de contrair conjuntivite durante o verão.
2- Dengue, Chikungunya e Zica
As doenças transmitidas por mosquitos, como a Dengue, Chikungunya e Zika, são mais comuns durante os meses de verão devido às condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
A Dengue é uma doença viral causada pelo vírus da dengue, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas incluem febre alta, dores musculares e articulares intensas, dor de cabeça, erupções cutâneas e, em casos mais graves, pode levar a complicações sérias, como hemorragias e choque hemorrágico, podendo ser fatal. Os principais sintomas são:
A Chikungunya também é uma doença viral transmitida pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, assim como o Aedes albopictus. Seus sintomas são semelhantes aos da dengue, incluindo febre alta, dores articulares intensas, dor de cabeça, fadiga e erupções cutâneas. A dor articular pode ser prolongada e debilitante em alguns casos.
Por fim, a Zika é uma outra doença viral transmitida pelo Aedes aegypti, conhecida por sua associação com casos de microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas durante a gravidez. Os sintomas da Zika incluem febre baixa, erupções cutâneas, conjuntivite, dores musculares e articulares leves. No entanto, o grande risco está na transmissão vertical, quando uma gestante infectada passa o vírus para o feto.
Durante o verão, as altas temperaturas e a umidade proporcionam condições ideais para que os mosquitos se reproduzam mais rapidamente, aumentando assim o risco de propagação dessas doenças. Medidas de prevenção, como eliminação de criadouros de mosquitos, uso de repelentes e telas em janelas, são essenciais para reduzir a incidência dessas doenças durante essa estação.
3- Dermatoses
As dermatoses são condições de pele que podem ser desencadeadas ou agravadas por diversos fatores, e algumas delas têm uma relação mais forte com o verão. Nessa estação, as altas temperaturas, exposição solar intensa, aumento da umidade e maior contato com água podem contribuir para o surgimento ou piora de certas doenças de pele.
Como exemplo, podemos citar as queimaduras solares. O aumento da exposição ao sol durante o verão pode causar queimaduras solares, resultando em vermelhidão, dor, descamação e, em casos graves, bolhas na pele.
Sendo assim, a prevenção é essencial para evitar essas condições. Medidas como usar protetor solar regularmente, roupas adequadas, hidratação constante, evitar exposição prolongada ao sol e tomar banhos para remover o suor podem ajudar a prevenir muitas dessas dermatoses de verão.
4- Desidratação
A desidratação é um problema sério que pode ocorrer durante o verão, especialmente em climas quentes ou quando alguém está exposto ao sol por longos períodos. Ela acontece quando o corpo perde mais líquidos do que consegue repor, levando a um desequilíbrio nos níveis de água e eletrólitos.
Durante o verão, as altas temperaturas e a exposição ao sol aumentam a transpiração. Quando suamos, perdemos água e eletrólitos essenciais, como sódio, potássio e cloreto. Se não repomos esses líquidos perdidos bebendo água ou outras bebidas hidratantes, o corpo pode sofrer desidratação.
Os sintomas da desidratação incluem sede intensa, boca seca, tontura, fraqueza, fadiga, urina escura e diminuição da micção. Em casos mais graves, podem ocorrer sintomas como confusão, batimentos cardíacos acelerados, pressão arterial baixa e até mesmo desmaios.
Para evitar a desidratação durante os meses mais quentes, é fundamental beber bastante água ao longo do dia, especialmente quando se está ao ar livre ou praticando atividades físicas. Além disso, vestir roupas leves, ficar na sombra sempre que possível e evitar a exposição direta ao sol nos horários mais quentes do dia também ajudam a prevenir a desidratação.
5- Insolação
A insolação é uma condição médica séria que ocorre quando o corpo fica superaquecido devido à exposição prolongada ou intensa ao calor e à luz solar. É considerada uma emergência médica e requer atenção imediata. A insolação é mais comum durante os meses de verão, quando as temperaturas são elevadas e a exposição ao sol é maior.
A condição ocorre quando o corpo não consegue regular a temperatura interna de forma eficaz. Normalmente, o corpo se resfria através da transpiração, mas em situações de calor extremo, a transpiração pode não ser suficiente. A insolação pode se desenvolver rapidamente e afetar diferentes sistemas do corpo.
Alguns dos sintomas comuns da insolação:
- Aumento da temperatura corporal
- Pele quente e seca
- Pulso rápido e forte
- Dor de cabeça
- Náuseas e vômitos
- Confusão e irritabilidade
- Convulsões
Para prevenir a insolação, é essencial adotar medidas de segurança durante os meses quentes. Algumas dicas incluem:
- Permanecer hidratado
- Evitar a exposição direta ao sol
- Usar roupas adequadas
- Evitar atividades extenuantes
6- Intoxicação alimentar
A intoxicação alimentar é uma condição desagradável e muitas vezes debilitante que ocorre devido à ingestão de alimentos ou água contaminados por bactérias, vírus, parasitas ou toxinas. No verão, as altas temperaturas oferecem um ambiente propício para o crescimento rápido de microorganismos, aumentando o risco de intoxicação alimentar.
Os sintomas da intoxicação alimentar podem variar de leves a graves e geralmente incluem náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal, febre e calafrios. Em casos mais graves, pode haver desidratação e complicações que requerem atenção médica imediata.
7- Micoses
As micoses são infecções fúngicas que podem afetar a pele, unhas e cabelos. No verão, as condições quentes e úmidas oferecem um ambiente ideal para o crescimento dos fungos, o que aumenta a incidência dessas infecções durante essa estação.
Para prevenir as micoses durante o verão, é importante adotar algumas medidas, como:
- Manter a pele seca
- Usar roupas leves e respiráveis
- Evitar compartilhamento de itens pessoais
- Utilizar calçados adequados
- Manter boa higiene pessoal
8- Otite (infecção do ouvido)
A otite é uma condição comum que afeta o ouvido e pode ser influenciada por diferentes fatores. Durante os meses de verão, as atividades ao ar livre aumentam significativamente. Piscinas, praias e outros ambientes aquáticos são destinos populares para muitas pessoas nessa estação. A água acumulada no ouvido é um fator desencadeante comum para a otite, especialmente a otite externa.
Além disso, durante o verão, há um aumento na produção de suor devido às altas temperaturas. O suor e a umidade em excesso ao redor dos ouvidos podem contribuir para a proliferação de bactérias, criando um ambiente favorável para o desenvolvimento de infecções auriculares.
Por fim, se os sintomas de otite, como dor de ouvido, coceira persistente, descarga de líquido ou diminuição da audição, se tornarem presentes, é importante procurar um médico para diagnóstico e tratamento adequado.
9- Infecção urinária
As infecções urinárias são mais frequentes durante o verão por várias razões. No calor, tendemos a transpirar mais, e se não nos mantivermos hidratados adequadamente, a concentração de urina pode aumentar, o que cria um ambiente propício para o crescimento bacteriano na bexiga ou uretra. Além disso, durante o verão, é comum passar mais tempo em trajes de banho molhados, o que pode reter a umidade e criar condições favoráveis para o crescimento de bactérias na região genital.
A desidratação também é um fator relevante. Quando não bebemos líquidos suficientes para compensar a perda devido ao suor, a urina fica mais concentrada e menos frequente, o que pode facilitar a multiplicação de bactérias na bexiga e uretra.
Além disso, durante o verão, é comum frequentar piscinas, praias e outros locais públicos, onde a higiene nem sempre é a que consideramos ideal. O contato com água contaminada ou superfícies sujas pode aumentar o risco de infecções do trato urinário, já que as bactérias têm mais oportunidades de entrar em contato com o corpo.
Portanto, para prevenir infecções urinárias durante o verão, é essencial manter uma boa hidratação, trocar roupas de banho molhadas por peças secas o mais rápido possível, praticar uma boa higiene pessoal, como urinar após nadar e sempre limpar a área genital adequadamente. Também, é importante evitar segurar a urina por longos períodos e buscar sempre utilizar banheiros limpos e higienizados.
10- Bicho de pé
O bicho de pé é uma doença parasitária causada pela fêmea da pulga Tunga penetrans, comum em regiões tropicais e subtropicais durante os períodos mais quentes do ano, como o verão. Essas pulgas vivem em solos arenosos e úmidos, principalmente em áreas rurais e pobres, onde as condições sanitárias podem ser precárias.
Durante o verão, quando as temperaturas estão mais elevadas e as pessoas tendem a usar calçados abertos ou andar descalças, há um aumento na exposição aos locais onde essas pulgas estão presentes. O contato direto da pele com o solo infestado é o principal meio de infecção. Quando uma pessoa entra em contato com o solo contaminado, as pulgas podem penetrar na pele, geralmente nos pés, especialmente na região dos dedos. Uma vez lá, as fêmeas se alimentam de sangue e se desenvolvem, causando uma reação inflamatória localizada.
Por fim, os sintomas do bicho de pé incluem coceira intensa, dor, vermelhidão e uma pequena lesão elevada na pele, muitas vezes com um ponto preto no centro, que é a própria pulga. Se não for tratado, pode levar a complicações como infecções secundárias e, em casos graves e raros, até mesmo à formação de lesões ulceradas.
Para prevenir o bicho de pé durante os meses mais quentes, é essencial:
- Usar calçados fechados ou proteção adequada nos pés ao caminhar em áreas suspeitas de infestação;
- Evitar andar descalço em locais onde o solo pode estar contaminado;
- Manter a higiene pessoal e lavar os pés com água e sabão regularmente;
- Buscar tratamento médico adequado ao primeiro sinal de infecção para evitar complicações;
Confira 9 coisas que você pode fazer para se prevenir contra as doenças do verão
1 – Lavar as mãos
Lavar as mãos é essencial para prevenir doenças do verão (e várias outras). Use água limpa e sabão, esfregando as palmas, dorso, entre os dedos e debaixo das unhas por pelo menos 20 segundos. Isso remove germes, vírus e bactérias que podem causar doenças. Lavar as mãos regularmente, especialmente antes de comer e depois de usar o banheiro, é uma das maneiras mais eficazes de evitar a propagação de doenças.
2 – Alimentos na geladeira
Alimentos à base de leite e seus derivados, maioneses e qualquer alimento que requeira armazenamento em ambiente refrigerado não deve ser mantido muito tempo fora da refrigeração. Deixá-lo fora da refrigeração será uma porta de entrada para tudo aquilo que pode fazer mal para a sua saúde.
3 – Hidratação
Manter-se hidratado irá protegê-lo tanto da desidratação quanto de outros problemas, uma vez que vai deixar seu organismo forte. Ou seja, não deixe de beber água em hipótese alguma.
4 – Lave-se
Sempre que entrar na piscina, mar ou rio, nunca se esquece que logo depois que sair precisa lavar-se. Assim que chegar em casa tome um banho bem tomado e tire todas as impurezas do corpo que consegui naquele lugar.
5 – Protetor solar
Essa dica é bastante óbvia e não deveria nem ser preciso lembrarmos dela. Ainda assim, não podemos deixar de dizer que é necessário usar protetor solar. A aplicação do protetor solar deve ocorrer cerca de 30 minutos antes de se entrar na água, devendo ser reaplicado a cada duas horas e após os mergulhos.
6 – Horários quentes
Primeiramente a radiação solar é mais perigosa entre 10 e 15 horas. Consequentemente, evite ir à praia nesses horários. Opte pela manhã, entre 7 e 9 horas, ou pelo final da tarde, entre 16 e 18 horas.
7 – Desinfecção de frutas e verduras
Talvez você não faça isso, então adote o hábito de deixar frutas e verduras de molho, durante 15 minutos, em uma solução de hipoclorito de sódio (2%) em água. Use 5 (cinco) gotas para cada litro de água. Assim você higieniza seus alimentos e evita doenças como a intoxicação alimentar.
8 – Evite alimentos de ambulantes
Quando você come alimentos de ambulantes, certamente você não sabe como eles foram feitos, como são expostos no ambiente e como são armazenados. Consequentemente, existe uma grande chance de você pegar uma infecção alimentar. Por isso evite comer alimentos de ambulantes.
9 – Elimine qualquer recipiente que possa conter água
Finalmente, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, da Chikungunya e da Zika não procura água para colocar seus ovos, mas qualquer local que possa conter água. Por isso, evite a qualquer custo água parada.
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Fonte: Funbeca, Drogaria Liviero
Bibliografia: Ribeiro, Andressa F., et al. “Associação entre incidência de dengue e variáveis climáticas.” Revista de Saúde Pública 40.4 (2006): 671-676.
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