Em primeiro lugar, o Haiku consiste numa forma curta de poesia japonesa. Nesse sentido, teve sua origem no Japão do século XVII. A princípio, surgiu como um jogo de palavras ou ideias, mas o poeta Matsuo Basho transformou-o em literatura. Ademais, consiste numa poesia contemplativa.
No geral, o Haiku valoriza a natureza, as cores, as estações do ano, os contrastes e as surpresas. Desse modo, escreve-se num verso capaz de expressar sentimentos profundos por esses elementos, mas também pelos seres humanos. Sobretudo, essa noção parte da tradição japonesa de ver o homem como parte do mundo natural, de modo que tenha que viver em harmonia com o meio ambiente.
Em resumo, Matsuo Basho é o poeta mais importante da história desse gênero. Sendo assim, nasceu no seio de uma família modesta de guerreiros samurais na província de Mie, no Japão. Contudo, estudou a arte do Haiku durante a juventude e posteriormente fundou uma escola onde mais de 2000 pessoas seguiram os princípios e os ensinamentos sobre o poema japonês.
Antes de mais nada, o gênero envolveu poemas carregados de humor e jogos de palavras, como uma tendência na época. Porém, posteriormente, mais especificamente por volta de 1680, o gênero tornou-se mais sério. Basicamente, a partir desse momento passou a se pensar sobre a importância do Haiku e dos versos nos poemas.
Origem e estrutura do Haiku
A princípio, o Haiku tem sua base nas relações profundas entre homem e natureza. Ademais, obedece uma estrutura formal de 17 sílabas ou fonemas distribuídos em 3 versos. Sobretudo, seu fundamento filosófico parte de um preceito budista de que o mundo é transitório e as mudança contínuas da natureza refletem esse processo.
Nesse sentido, a partir do século XVII, o poeta Matsuo Basho transformou a estrutura primitiva do Haiku ao unir o formato hokku e haikai. Como consequência, surgiu não somente o nome como também o gênero, cuja estrutura passou a ter o formato presente até os dias atuais. Além disso, foi ele quem inseriu nas bases do gênero os princípios do zen-budismo.
Acima de tudo, as ações de Matsuo Basho sobre o gênero adicionaram a busca pela iluminação e a coexistência continua de vida e morte. Mais ainda, a noção de que o homem não é escravo do tempo e da morte, mas que os leva dentro de si transformou a poesia nessa visão de outro tempo.
Portanto, a percepção sensorial tornou-se base da escrita do Haiku, assim como de seus estudos. Porém, estabelece que os poemas deveriam ser íntimos e subjetivos. Ademais, precisa refletir um momento particularmente poético vivido pelo autor e não ser artificial ou imaginária. Por fim, se estabeleceu essa estrutura:
- Primeiro verso: apresenta 5 sílabas poéticas (pentassílabo)
- Segundo verso: apresenta 7 sílabas poéticas (heptassílabo)
- Terceiro verso: apresenta 5 sílabas poéticas (pentassílabo)
Apesar disso, as transformações e modernizações com o passar do tempo transformaram essa estrutura rígida. No geral, a principal responsável por essa mudança foi a difusão no Ocidente, onde o Haiku passou por alterações de estilo em decorrência da influência de outros gêneros literários.
Curiosidades sobre o gênero
Primeiramente, Masoaka Shiki foi o poeta contemporâneo de Haiku mais célebre, que trabalhou e defendeu o gênero de poesia japonesa como literatura. Como consequência, o formato passou a ser um dos estilos literários de maior destaque no Japão. Mais ainda, a partir do seu trabalho na década de 80, houve a difusão do gênero no cenário internacional.
Além disso, o Haiku chegou no Brasil durante o século XX, por decorrência de uma influência francesa. Mais ainda, tornou-se uma prática comum por decorrência dos imigrantes japoneses. Curiosamente, o teórico literário Afrânio Peixoto foi um dos primeiros a apresentar esse gênero de poesia japonesa no país.
Apesar disso, existem outros representantes e parte dos escritores modernos também aderiram traços da poesia japonesa ao seu estilo de escrita. Como exemplo, pode-se citar Millôr Fernandes, Paulo Leminski e Olga Savary. Nesse sntido, a obra de Fanny Luíza Dupré, com nome “Pétalas ao Vento” é a primeira obra feminina desse gênero, com publicação no país em 1949.
Por fim, para produzir um Haiku precisa-se seguir alguns passos simples. Acima de tudo, a observação e contemplação da natureza é fundamental para encontrar inspiração. Logo em seguida, deve-se transformar essas percepções em poesia seguindo a estrutura clássica, descrevendo o objeto de foco com detalhes sensoriais, imagens concretas e sentimentos no tempo presente.
E aí, aprendeu o que é um Haiku? Então leia sobre Sangue doce, o que é? Qual a explicação da Ciência.