Héstia, na mitologia grega, é a deusa do fogo, filha dos deuses primordiais Cronos e Reia, e também é a deusa do lar. Assim, na religião pós-homérica, ela é uma das doze divindades do Olimpo.
Quando Apolo e Poseidon se tornaram pretendentes de sua mão, ela jurou permanecer virgem para sempre; então Zeus concedeu-lhe a honra de presidir todos os sacrifícios.
Portanto, o fogo de Héstia sempre foi mantido aceso e, se por algum acidente se extinguisse, apenas o fogo sagrado produzido por fricção ou por vidros acesos puxando o fogo do sol poderia ser usado para reacendê-lo. Saiba mais sobre ela abaixo.
Quais os mitos associados à Héstia?
Mito do nascimento
Os mitos da deusa Héstia relacionados ao seu nascimento são comuns a vários deuses gregos. Héstia, assim como Zeus, Poseidon, Demeter, Hera e Hades eram filhos dos Titãs Cronos e Reia.
Cronos havia derrotado seu pai Urano e temia que a mesma coisa acontecesse com ele. Sua mãe, Gaia, o avisou que seu destino seria derrubado por um de seus descendentes e decidiu que era melhor engoli-los no nascimento. A primogênita foi Héstia e, portanto, a primeira que ele iria devorar.
Contudo, Reia pediu ajuda a Gaia para salvar pelo menos um de seus filhos e que Cronos recebesse a punição pelo que ele fez a seu pai e sua própria descendência. A sogra traçou um plano e quando o sexto filho nasceu secretamente, chamaram de Zeus, trocaram por uma pedra que embrulharam em fraldas.
Cronos engoliu sem suspeitar de nada e o pequeno deus foi criado em uma caverna em Creta. À medida que crescia, Zeus libertou seus irmãos. Com efeito, Cronos expulsou seus filhos na ordem inversa de como ele os havia devorado.
Portanto, Héstia foi a última porque foi a primeira. Por isso os mitos de Héstia consideram que é ao mesmo tempo a primogênita e a caçula dos filhos de Cronos e Reia.
Mito da disputa entre Poseidon e Apolo
Como podemos ver em muitos dos mitos gregos , os deuses não eram muito claros sobre o relacionamento entre eles já que não se preocupavam com os laços familiares.
No caso de Héstia, seu irmão Poseidon e o deus Apolo queriam se casar com ela. Ambos começaram a cortejá-la e a lutar entre si. Todavia, Héstia rejeitou as pretensões de ambos e para que não houvesse mais disputas jurou ao seu pai que nunca se casaria com ninguém e manteria sua virgindade para sempre.
Zeus a recompensou por sua decisão e por ter assim evitado uma guerra entre os deuses, concedendo-lhe o privilégio de ofertar o primeiro sacrifício que em honra dos deuses foi feito tanto em lugares públicos como em residências particulares.
Mito de Héstia e Príapo
Apesar da decisão de Héstia de permanecer virgem, o Olimpo era um lugar perigoso para as mulheres. Desse modo, certo dia a deusa grega do lar participou de um banquete organizado por Reia.
Ao que parece, a festa durou muito tempo e o vinho correu em abundância, por isso muitos dos convidados adormeceram nas diferentes salas do palácio.
Príapo, o deus da fertilidade, viu Héstia dormindo em um banco e se lançou sobre ela. A deusa acordou e quando estava tentando se livrar de Príapo, um asno começou a zurrar de tal forma que o deus, assustado pensando que as outras divindades iriam acordar, fugiu.
Assim, dizem que em comemoração a esse fato, nas festividades em homenagem a Héstia, os devotos enfeitavam os burros com guirlandas.
Héstia ou Vesta e o mito da fundação de Roma
O último dos mitos mais famosos da deusa grega do lar envolve a sua contraparte romana: Vesta. Segundo a mitolgoia, sem sua ajuda, Roma não teria sido fundada.
Conta o mito de que o rei Amulio ia matar sua sobrinha Ilia ou Reia Silvia que estava grávida de gêmeos. Vesta intercedeu por ela e salvou sua vida.
Como resultado, Rômulo e Remo nasceram no final da gravidez. Em agradecimento por esse fato, Numa Pompilio, filho de Rômulo, promoveu o culto a essa deusa por meio da criação das vestais. Ou seja, as vestais eram sacerdotisas virgens que por 30 anos se dedicariam ao culto da deusa do lar.
Símbolos e adoração a deusa do fogo
Hoje em dia, a lareira tem pouca importância nas casas e nas cidades, mas na Grécia Antiga, onde não havia tecnologia, a lareira era uma peça central na sociedade, bem como o fogo simbolizava a deusa Héstia.
Em suma, a lareira era um braseiro móvel usado para aquecer, cozinhar e como fonte de luz nas casas da Grécia antiga.
Os gregos também usavam a lareira para receber os visitantes, para homenagear um morto e, em alguns casos, para fazer uma oferenda aos deuses durante as refeições diárias. Além disso, as lareiras acesas em toda a Grécia eram locais de adoração para Héstia e outros deuses.
Héstia também era adorada como deusa do lar, aliás, o lar era visto como uma extensão do estado e portanto, uma instituição igualmente respeitável e sagrada.
Dada a importância do lar e do fogo na Grécia antiga, Héstia desempenhou um papel central na sociedade grega e era reverenciada por todos. Na religião grega, ela é uma das figuras mais importantes e teve uma boa participação nas orações.
Por fim, havia cultos e hinos para a deusa do fogo em todo o território grego pedindo seu favor e bênção, ademais, sua presença no dia a dia era bastante forte.
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