Em primeiro lugar, o mexilhão dourado é um molusco aquático natural do sul da Ásia. Porém, tornou-se uma espécie exótica invasora no Brasil. Em resumo, teve introdução no Brasil em 1998 no lago Guaíba, em Porto Alegre, após um delastramento de navios mercantes.
Sendo assim, se trata de um molusco de água doce que gruda no casco das embarcações. Ademais, tornou-se uma praga nas bacias do Paraná, Paraguai, Uruguai e Patos. Como consequência, gerou a segunda maior perda de biodiversidade do Planeta, como tende a acontecer no caso de espécies introduzidas.
Sobretudo, o Brasil é muito mais vulnerável a esses eventos por conta da extensão, diversidade de biomas e fronteiras diversas. Dessa forma, cientistas estimam haver mais de mil espécies de animais exóticos. Entretanto, nem todos são problemas ambientais, mas geram dificuldade de controle e acompanhamento por parte das autoridades ambientais.
Acima de tudo, a proliferação do mexilhão dourado no país aconteceu por conta de sua característica séssil e gregária. Ou seja, por serem espécies que se ficam em estruturas rígidas e rapidamente formam aglomerados gigantes com outros indivíduos. Além disso, há uma ampla capacidade reprodutiva. Por fim, conheça mais a seguir:
Características do mexilhão dourado
Primeiramente, o mexilhão dourado costuma ter fecundação externa, com larvas livres-natantes. Ademais, conseguem se fixar em qualquer substrato, o que é um problema enorme quando se trata de invasão e pragas. Mais ainda, adaptam-se rapidamente às condições ambientais de temperatura e pressão.
No geral, possuem densidade populacional de até 150 mil indivíduos por metro quadrado. Além disso, com 30 dias de vida eles começam a se reproduzir, ainda que tenham somente 0,5 centímetros nesse período. Comumente, tem uma expectativa de vida de três anos, mas costumam produzir cerca de mil larvas durante o ciclo reprodutivo.
Desse modo, não há como erradicar completamente o mexilhão dourado, mas existem formas de controlar o crescimento populacional. Por outro lado, são indivíduos bivalves, contendo duas conchas. Geralmente, as larvas nadam até fixar-se em alguma superfície estável para crescer gradativamente.
Apesar disso, a dispersão da espécie acontece por meio da água de lastro. Ou seja, a água que fica nos tranques de navios transoceânicos. Em contrapartida, ainda se espalham por meio da fixação em cascos de embarcação, redes, conchas, galhos ou outros objetos presentes na água.
Nesse sentido, não possuem predadores nos lugares que surgem , oque piora a situação de alastramento. Como consequência, causam destruição de habitats e desequilíbrios na cadeia alimentar. No que diz respeito aos seres humanos, os problemas que surgem envolvem obstrução de tubulações, em sistemas de drenagem, danos em motores e prejuízos na pesca.
Problemas da invasão dessa espécie
A princípio, o mexilhão dourado chegou ao porto de Buenos Aires, Argentina, por volta de 1991. Desse modo, surgiram a partir da água de lastro de navios transoceânicos. Contudo, espalharam-se por toda a bacia do Prata, alcançando o rio Paraná com uma grande densidade populacional, o que desde o começo dificultou seu controle.
Comumente o principal problema da reprodução acelerada é que facilita se tornar uma espécie invasora. Além disso, é comum encontrar esses macroaglomerados obstruindo tubulações e equipamentos em instalações hidrelétricas ou de abastecimento. Como consequência, a distribuição de água torna-se difícil, porque é necessário a remoção dessa espécie.
Basicamente, estima-se que cada macroaglomerado chegue a casa dos milhares de mexilhões dourados, o que dificulta a remoção. Apesar disso, autoridades ambientais criaram mecanismos de defesa e prevenção da proliferação. Como exemplo, pode-se citar o caso da usina de Itaipu, que criou mecanismos de aquecimento responsáveis por evitar a reprodução e longevidade da espécie.
Ademais, mediante o monitoramento do mexilhão dourado desde seu surgimento no Brasil, percebe-se uma estabilização do crescimento populacional. Ou seja, há menor abundância dos indivíduos, o que mostra resultados nos esforços de controle populacional por parte das autoridades.
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