A corrida espacial foi uma das principais disputas que tomaram conta do planeta durante a Guerra Fria. Enquanto os Estados Unidos e a União Soviética disputavam pelo domínio do espaço, as primeiras missões a Marte ganharam destaque nesse período.
Hoje, seis décadas depois, já temos mais de 50 missões até o Planeta Vermelho. Além dos dois países pioneiros, outros quatro (ou cinco, se contarmos a Rússia separadamente da URSS) também enviaram missões a Marte.
Desde então, os russos acumulam 2 sucessos e 19 fracassos na jornada. Por outro lado, os EUA falharam 6 vezes, mas conseguiram 21 sucessos. O melhor aproveitamento é o dos indianos, que fizeram apenas uma missão, bem sucedida.
Primeiras missões a Marte
Apesar de acumularem muitos fracassos na corrida espacial até o Planeta Vermelho, os soviéticos deram o primeiro passo nas missões a Marte. A princípio, a ideia era rastrear o espaço entre o planeta a Terra.
Dessa maneira, seria possível observar a superfície marciana por meio de imagens obtidas pelos satélites enviados. Além disso, como a corrida espacial estava dando os primeiros passos, eles pretendiam analisar os efeitos das viagens mais longas sobre os equipamentos e a comunicação.
Logo após algumas tentativas, a sonda Zond 2 foi a primeira a se aproximar de Marte, em 1964. No entanto, a tecnologia ainda não permitia uma investigação eficaz do planeta.
Primeiros contatos
Os EUA saíram atrás na corrida, mas conseguiram ultrapassar os rivais soviéticos. Em 15 de julho de 1965, a NASA conseguiu enviar a sonda Mariner4 até Marte. Na ocasião, cerca de vinte imagens inéditas da superfície do planeta foram registradas.
As sucessoras da Mariner conseguiram novos sucessos nas missões a Marte e aumentaram ainda mais as referências fotográficas do planeta. Entretanto, foi só com a Mariner 9, em 1971, que a órbita de Marte finalmente foi alcançada.
Dessa vez, portanto, foi possível registrar pela primeira vez traços de atividades vulcânicas e erosão fluvial no local.
No mesmo ano, os soviéticos conseguiram pousar uma nave em Marte, a Mars-3. Ela, porém, perdeu o contato com a Terra após 20 segundos do pouso.
Evolução da corrida especial
Ainda que os soviéticos tivessem pousado em Marte, foram necessários alguns anos até que a superfície pudesse ser explorada com sucesso. A NASA, por exemplo, contou com a Viking 1 e a Viking 2 numa missão que consistia em fotografar o planeta, mas também procurar por sinais de vida.
As grandes novidades só voltaram a aparecer nos anos 90. Depois de perder sete sondas em diversas tentativas, a NASA realizou a missão Pathfinder. Foi assim que a agência conseguiu colocar o rover Sojourner em segurança no planeta. Ao mesmo tempo, o satélite Surveyour atuava na órbita para estudar a atmosfera.
Já nos anos 2000, a Agência Espacial Europeia também decidiu entrar na corrida especial das missões a Marte. A sonda Mars Express, lançada em 2003, está em atividade inda hoje.
Rovers em Marte
Assim que as missões a Marte atingiram a superfície do planeta, os rovers ganharam um papel fundamental. A NASA contou com os rovers Spirit e Opportunity até 2010 e 2018, respectivamente, para fazer observações geológicas no planeta.
O Opportunity ainda hoje é o rover com o recorde de maior distância percorrida fora da Terra, com 45 quilômetros e mais de 200 mil fotos feitas.
Em 2012, o rover Curiosity foi enviado à Marte e atualmente é o único veículo robótico em funcionamento no planeta. Graças às informações do rover, a NASA descobriu que o planeta já pôde abrigar vida microbiana, num passado remoto.
Atualmente, a equipe da NASA voltada para as missões a Marte conta com o físico brasileiro Ivair Gontijo. Ele é um dos profissionais envolvidos na construção de receptores e transmissores do radar usado no poso do rover. Além disso, Gontijo também atua com o rover Persevarence, que pousará em Marte em 2012.
Nova era
Atualmente o cenário das missões a Marte envolve vários participantes internacionais. Desde 2014, a Índia tem uma soda orbitando o planeta, a fim de medir a quantidade de metano na atmosfera local.
Na década de 2020, a missão ExoMars inclui uma parceria entre as agências da Europa e da Rússia. A ideia é utilizar o rover Rosalind Franklin para pesquisar se o planeta já teve vida. A princípio, a missão seria realizada em 2020, mas foi adiada para 2022 por conta das influências da pandemia de COVID-19 no projeto.
Outros países envolvidos em missões em andamento são Emirados Árabes Unidos (com sua primeira sonda enviada a Marte) e China (com a sonda Tianwen-1, em uma missão não muito clara).
Fontes: TecnoBlog, Canal Tech
Imagens: Mirror, Space Robotics, Mars, Smithsonian, History 101, Steemit