Múmias de Tarim: origem, características e teorias que intrigam cientistas

As centenas de múmias chamadas de Tarim, encontradas na Bacia de Tarim, no oeste da China, intrigam os arqueólogos há décadas.

Múmias de Tarim: origem, características e teorias que intrigam cientistas

Você já ouviu falar sobre as Múmias de Tarim? Em 2014, na Bacia de Tarim, na província de Xinjiang, na China, fica o deserto Takla Makan, onde foram descobertas múmias com características europeias e curiosas.

As múmias têm quase 4.000 anos e datam de 2.000 a.C. Por causa de sua cor, elas ganharam o nome de “múmias brancas”. Além disso, suas características faciais e cor de cabelo são claramente visíveis.

Sua aparência parece ocidental, suas roupas feitas de lã, trigo e painço encontrados em seus túmulos sugerem que eles eram pastores de longa distância das estepes da Ásia Ocidental ou fazendeiros migrantes de montanhas e oásis do deserto da Ásia Central. Saiba mais sobre elas, a seguir.

Quais as teorias sobre as múmias de Tarim?

Múmias de Tarim: origem, características e teorias que intrigam cientistas

As primeiras múmias Tarim já foram descobertas por viajantes no início do século XX. Novas descobertas de 1980 geraram grande atenção e especulação na mídia no final do século XX. Propuseram-se teorias de que os primeiros habitantes da Bacia do Tarim vieram da Europa.

Com efeito, a equipe de pesquisa conduziu testes de DNA em treze das múmias mais antigas do Tarim. Esses corpos datam de cerca de 2.100 a 1.700 a.C. Também foram examinados cinco corpos encontrados na região vizinha de Dzungaria, datando de cerca de 3.000 a 2.800 a.C.

Desse modo, alguns cientistas suspeitaram que as múmias do Tarim eram descendentes de um povo que migrou da Estepe Pôntica (no sul da Ucrânia e na Rússia) via Dzungaria para a Bacia do Tarim.

No entanto, essa teoria agora foi refutada. A investigação mostrou que as múmias não descendiam de povos da Estepe Pôntica. Em vez disso, os corpos revelaram ser descendentes diretos dos Antigos Eurasianos do Norte, uma cultura de caçadores-coletores que se espalhou por todo o continente eurasiano há cerca de 24.000 anos.

Portanto, isso significa que o povo da Bacia do Tarim não se misturou geneticamente com povos vizinhos e que provavelmente viveram na região por muito tempo.

Quais eram as características e cultura das múmias encontradas em Xinjiang?

Os cientistas acreditam que apesar de serem geneticamente isolados, os povos da Idade do Bronze da Bacia do Tarim eram notavelmente cosmopolitas. Com efeito, eles construíram sua culinária em torno do trigo e laticínios da Ásia Ocidental, milho do Leste Asiático e plantas medicinais.

Também segundo os pesquisadores, eles enterraram seus mortos com gravetos de efedrina em um estilo semelhante ao de outras culturas da Ásia Central. Eles usaram caixões de madeira em forma de barco cobertos com peles de gado e marcados por estacas de madeira ou remos, e preferiram cestos trançados em vez de cerâmica.

Ademais, descobriu-se que outras cinco múmias datadas do início da Idade do Bronze eram descendentes em grande parte do sul da Sibéria, com algumas influências genéticas locais.

Como os povos de Tarim viviam socialmente?

Embora os habitantes da Bacia do Tarim não se misturassem com os povos vizinhos, eles foram influenciados culturalmente por seus vizinhos. Ao estudar as proteínas dos dentes das múmias, os pesquisadores descobriram que os habitantes da Bacia do Tarim criavam ovelhas, cabras e gado.

Eles também tinham conhecimento de diferentes hábitos alimentares de outras culturas. Dessa forma, apesar de seu isolamento genético, as populações da Idade do Bronze na Bacia do Tarim eram notavelmente diversificadas culturalmente.

Suas dietas eram baseadas em trigo e laticínios da Ásia Ocidental, painço do Leste Asiático e plantas medicinais da Ásia Central. Portanto, essa diversidade cultural torna o isolamento genético ainda mais estranho.

Por fim, os pesquisadores afirmam que as descobertas sobre a origem das múmias Tarim teve um grande impacto na compreensão da região, por este motivo, eles irão continuar a estudar genes humanos antigos para entender melhor os padrões de migração dos povos da Eurásia.

Então, gostou de saber mais sobre esses povos enigmáticos da história? Pois, leia também: 4 descobertas históricas bizarras que ninguém comenta

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