O Sanatório Waverly Hills, um hospital abandonado em Louisville, Kentucky (EUA), carrega uma história sombria e bastante intrigante. Inaugurado no início do século 20, o local foi originalmente construído para tratar pacientes com tuberculose, que naquela época não tinha cura.
No entanto, devido à alta mortalidade causada pela doença, o sanatório acabou se tornando o lar de muitas almas que enfrentaram longas e dolorosas batalhas contra a enfermidade. Com o passar dos anos, sua fama foi crescendo. Hoje, o Waverly Hills é conhecido como um dos lugares mais assombrados dos Estados Unidos.
E aí, ficou curioso? Continue com a gente!
Quando Waverly Hills foi construído?
No começo dos anos 1900, Kentucky e grande parte dos Estados Unidos enfrentavam um aumento alarmante nos casos de tuberculose, doença que estava devastando a população. Na época, a tuberculose, chamada de “Peste Branca”, era altamente contagiosa e, muitas vezes, fatal, principalmente nos estágios finais.
No entanto, naquela região de Kentucky, muitos acreditavam que os casos surgiam devido aos pântanos do rio Ohio, que se tornavam um ambiente ideal para a proliferação da bactéria causadora da doença.
Diante desse cenário, diversas cidades e vilas buscavam maneiras de conter a propagação da doença. Em Louisville, acreditava-se que a melhor solução seria criar um hospital que isolasse os pacientes do restante da população, algo como um “exílio” para os enfermos.
Em 1911, a cidade começou os preparativos para o novo Louisville City Hospital, o qual seria o principal responsável por atender a população local. No entanto, havia uma restrição: pacientes com tuberculose não seriam aceitos no hospital.
Diante da gravidade da doença, a população de Louisville começou a ficar bastante apreensiva. Afinal, para onde as pessoas iriam? Embora o diagnóstico de tuberculose fosse quase uma sentença de morte, ainda era necessário oferecer um lugar para tratamento humano e adequado.
Com isso em mente, a administração da cidade pensou logo em uma solução e optou por construir um pequeno sanatório, voltado especificamente para cuidar de casos mais avançados de tuberculose pulmonar. Então, foi assim que começou a história do famoso e assombrado hospital Waverly Hills.
Como era a estrutura do hospital?
Em 1908, o Conselho de Tuberculose comprou o terreno para construir o hospital, que era originalmente uma estrutura de 2 andares e que iria acomodar de 40 a 50 pacientes com tuberculose, com muita segurança. O que era muito importante, aliás.
O tempo foi passando, e em 31 de agosto de 1912 surgiu a necessidade de transferir todos os pacientes de tuberculose do hospital da cidade para algumas tendas temporárias que ficavam nos terrenos de Waverly Hills. Isso foi necessário por causa da superlotação do hospital e da falta de equipamentos para lidar com a quantidade de pacientes.
Diante dessa demanda, foi mais do que obrigatório realizar uma ampliação do hospital para casos mais graves, que passaria a atender, então, mais 40 pacientes. Em 1914, fizeram um pavilhão infantil com mais 50 camas. Com isso, a capacidade do hospital aumentou: agora poderia abrigar 130 pacientes.
Um fato importante sobre esse lugar, e que não pode deixar de ser mencionado, é que, assim que os pacientes, médicos e enfermeiras entravam nas instalações, eles se tornavam residentes e viviam dentro do sanatório. Eles cultivavam sua própria comida e tinham sua própria estação de rádio.
Por fim, curiosamente, os sanatórios da época eram construídos em colinas altas, cercados por bosques, para criar uma sensação de tranquilidade e oferecer uma atmosfera de serenidade. Naquela época, muitos acreditavam que o ar fresco, boa alimentação e a luz do sol, combinados com o atendimento médico, poderiam ser fundamentais para a cura da doença.
Quais procedimentos bizarros ocorriam em Warvely Hills?
No hospital assombrado, os testes realizados em pacientes pelos médicos eram tão aterrorizantes quanto a própria tuberculose. Muitos, infelizmente, não resistiram a esses tratamentos experimentais. Dentre os procedimentos, estavam a lobectomia e a pneumectomia, cirurgias em que os médicos removiam partes infectadas do pulmão e, em alguns casos, até o pulmão inteiro.
Outro procedimento bastante comum na época era a toracoplastia, que envolvia a remoção de várias costelas da parede torácica para colapsar um pulmão. Era frequente que o paciente precisasse retirar de 7 a 8 costelas durante o processo.
Por fim, existia também o chamado “tratamento solar”, baseado na ideia de que a exposição ao sol ajudaria a eliminar a bactéria causadora da tuberculose. Como uma medida complementar, os médicos ainda inseriam balões nos pulmões dos pacientes, inflando-os com ar para tentar facilitar a respiração.
Infelizmente, apesar de todos os esforços, os teste foram ineficazes e não trouxeram uma cura de verdade. Com isso, muitas pessoas morreram.
O que era o ‘Túnel da Morte’?
Infelizmente, devido à gravidade da doença e aos tratamentos que não funcionaram, muitos pacientes de Waverly Hills não conseguiram sobreviver. A taxa de mortalidade chegava a cerca de uma morte por dia, um número que aumentou drasticamente com a propagação da tuberculose.
Diante desse número de mortos, surge então o que eles chamaram de “Túnel da Morte”. Para evitar que os pacientes vissem os corpos dos falecidos, foi construída uma rampa especial usada pelos funcionários para transportar os cadáveres durante a noite. Essa rampa terminava em uma ferrovia localizada atrás do sanatório, onde os corpos eram colocados nos trens e levados embora.
Quais histórias macabras existem sobre o local?
Uma das várias assombrações que dizem aparecer no Waverly Hills é a de um garotinho chamado Timmy, que é visto segurando uma bola de couro. Ele teria caído do telhado, onde as crianças costumavam brincar. Houve até uma investigação para descobrir se Timmy foi empurrado ou se a queda foi acidental, mas nada foi, de fato, esclarecido.
Outra história envolve o quarto 502, onde uma enfermeira ficava. Muitos afirmam que ela estava solteira e grávida quando contraiu tuberculose durante o seu período de trabalho no hospital. Segundo relatos, ela se enforcou com um fio de lâmpada no 502.
Aliás, há rumores de que ela teria engravidado de um dos médicos, que era casado na época. Ela teria interrompido a gravidez e, em uma reviravolta trágica, o bebê foi encontrado mais tarde no poço do sanatório. Por conta desses episódios assustadores, dizem que ela é um dos espíritos mais conhecidos que assombram o hospital.
O que aconteceu após o fechamento do hospital?
Com a descoberta de um novo antibiótico, a estreptomicina, houve a queda dos casos graves de tuberculose. Logo, Waverly Hills encerrou suas atividades em 1961. Após o fechamento do hospital, um homem chamado J. Clifford Todd comprou o terreno, investindo pouco mais de três milhões de dólares. A ideia de Todd era transformar o prédio em algo que, para muitos, poderia ser até mais sombrio do que um hospital ou sanatório: uma prisão. No entanto, esses planos foram abandonados após protestos da vizinhança.
Como alternativa, surgiu a proposta de transformar o local em um prédio residencial, com apartamentos para locação, mas isso também não foi adiante, deixando o edifício vazio por algum tempo. Inclsive, foi só em março de 1996 que o terreno foi comprado por Robert Alberhasky, um homem religioso e líder da Fundação Cristo Redentor.
O líder tinha planos bem ambiciosos para Waverly Hills: queria construir um centro de adoração e erigir a maior estátua de Jesus do mundo no local. Além disso, havia a intenção de transformar o espaço em um centro de artes.
Por fim, os planos também não saíram do papel, e apesar dos esforços da Fundação para alcançar os recursos necessários para a obra, cancelaram o projeto em dezembro de 1997, um ano depois da compra. Atualmente, o antigo hospital virou uma atração turística que atrai corajosos exploradores de todo o mundo.
E aí, o que achou de saber um pouco mais sobre esse local? Conta pra gente! Aproveite e leia também: Mansão Winchester: a macabra história da casa dos espíritos
