Em primeiro lugar, o bullying consiste em uma prática sistemática e repetitiva de atos de violência. Nesse sentido, podem ser tanto físicos quanto psicológicos e até mesmo os dois simultaneamente. Portanto, ações como intimidação, humilhação, xingamentos e afins contra uma pessoa ou grupo de indivíduos entram na definição.
A princípio, o termo bullying surgiu na Noruega, na década de 80. Desse modo, surge da da palavra inglesa bully, que significa ameaçar, intimidar, amedrontar, e afins. Ademais, estima-se que o primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega.
Basicamente, o pesquisador criou os primeiros critérios para identificar o bullying. Nesse contexto, suas pesquisas permitiram diferenciar a prática de bullying de outros atos similares. O estudo reuniu aproximadamente 84 mil estudantes, quase quatrocentos professores e cerca de mil pais de alunos.
Em resumo, o objetivo era avaliar as ocorrências e as formas pelas quais o bullying se apresentava na vida escolar dos alunos de seu país. Posteriormente, a expressão tornou-se popular e integrou a sociedade. Contudo, estima-se que até a déceda de 1970 não se via essa prática como um problema, mas como parte do desenvolvimento infantil.
O que é o bullying?
O bullying se caracteriza por atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem uma motivação aparente. Ou seja, o ato pode ser feito por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, intimidando ou agredindo outra pessoa que não tem a possibilidade ou capacidade de se defender. No geral, existem dois tipos de bullying:
- Bullying direto: caracterizado sobretudo pela presença de agressão direta contra a vítima, em especial violência física. Ademais, é mais comum entre os agressores masculinos;
- Bullying indireto: caracterizado principalmente por comportamentos sutis e excludentes, sobretudo por meio de ações psicológicas. Nesse sentido, é mais comum entre mulheres e crianças, causando o isolamento social da vítima.
Como identificar o bullying?
Para identificar o bullying, primeiro, você precisa identificar quem está sendo o alvo. Na maioria das vezes costuma ser uma criança com baixa autoestima, mais retraída na escola ou/e em casa. “Por essas características, é difícil esse jovem conseguir reagir”, afirma o pediatra Lauro Monteiro Filho. Se o aluno procura ajuda, a tendência é que a provocação acabe.
Além dos traços psicológicos, os alvos costumam apresentar particularidades físicas. As agressões também podem mirar alvos culturais, étnicos e religiosos. “Também pode ocorrer com um novato ou com uma menina bonita, que acaba sendo perseguida pelas colegas”, exemplifica Guilherme Schelb, procurador da República e autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil.
Consequências dessa violência
Como qualquer outro tipo de violência, o bullying pode englobar diversos tipos de consequências. Um aluno vitima de bullying, sente muito medo e vergonha de ir à escola, além de consequentemente, mante-lo calado sobre a violência que vem sofrendo.
Ele pode demonstrar desinteresse pelos estudos, além de apresentar baixo rendimento. Uma pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia) mostrou que 41,6% das vítimas nunca procuraram ajuda ou falaram sobre o problema.
As vítimas chegam a concordar com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinhas (Unicamp).
Aqueles que conseguem reagir podem alternar momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não são covardes ou quando percebem que seus agressores ficaram impunes, os alvos podem escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.
O que pode ser feito?
Esses atos pejorativos ferem princípios constitucionais e o Código Civil, determinando que todo ato ilícito que cause dano leve a indenização. O responsável pela prática do bullying pode também ser enquadrado no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento.
Para os professores,quando percebem a situação em sala, a intervenção deve ser imediata. O professor pode identificar os atores do bullying, como também os alvos. É necessário distinguir o limiar entre uma piada aceitável e uma agressão.
“Isso não é tão difícil como parece. Basta que o professor se coloque no lugar da vítima. O apelido é engraçado? Mas como eu me sentiria se fosse chamado assim?”, orienta o pediatra Lauro Monteiro Filho.
Os especialistas Cléo Fante e José Augusto Pedra, autores do livro Bullying Escolar, afirmam que “incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças por meio de conversas, campanhas de incentivo à paz e à tolerância, trabalhos didáticos, como atividades de cooperação e interpretação de diferentes papéis em um conflito”.
Além disso, dependendo do caso, os pais podem levar seus filhos para um acompanhamento psicológico, que vai auxiliar com as consequências do bullying realizado.
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Fonte: Brasil Escola Monografias Blog pessoal
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