Muitas pessoas não sabem, mas existem atividades e técnicas que são calmantes naturais e que auxiliam bastante em crises de ansiedade, aumento do nervosismo e, até mesmo, em episódios de insônia. O mais comum é a gente ouvir falar sobre chás que ajudam nessas situações, mas nem sempre eles estão à mão quando precisamos, né?
Por essa razão, a gente reuniu algumas outras formas de se alcançar o relaxamento e diminuir o estresse, desde técnicas mais simples e que não demandam nenhum equipamento até outros que podem ser um pouco mais sofisticados.
Prontos para conhecer esses tipos de calmantes naturais? Então, bora pra lista!
5 atividades e técnicas que são verdadeiros calmantes naturais
1. Meditação
Começar com o mais óbvio e simples pode ser uma boa forma de auxiliar as pessoas que precisam de relaxamento. Mas não é por que não envolve grandes complexidades que a meditação não seja muito importante e um ótimo método calmante natural.
De modo geral, a meditação é conceituada, pela mestra em psicologia Carolina Baptista Menezes, como “uma prática de autorregulação do corpo e da mente, caracteriza-se por um conjunto de técnicas que treinam a focalização da atenção. Também conhecida como treinamento mental, essa prática constitui uma técnica capaz de produzir efeitos psicossomáticos.”
Em outras palavras, essa prática tende a diminuir a velocidade e recorrência de pensamentos, além de ajudar a reorientar os fluxos mentais.
Existem dois principais tipos de meditação:
- Concentrativo: em que o praticante limita sua atenção a alguma coisa específica, podendo ser à repetição de algum som, à própria respiração ou mesmo a uma imagem.
- Mindfulness: em que o praticante se abre à percepção – sem julgamento – de diferentes estímulos, por exemplo, sensações, sentimentos ou pensamentos.
Escolha a sua técnica preferida, sente-se ou deite-se em um local calmo e aproveite para se acalmar e realinhar seus pensamentos.
Leia também: O que é meditação guiada?
2. Alongamento
Mais uma atividade relativamente simples é o alongamento, que não necessariamente precisa de equipamentos, além de poder ser feito dentro dos limites corporais de cada indivíduo. Então, se você é uma pessoa que não gosta tanto de atividades físicas mais intensas, ou se tem algum tipo de limitação para fazê-las, esta é uma opção muito boa.
“O exercício de alongamento tem sido praticado e estudado como uma atividade relaxante e adequada para a diminuição das tensões. O alongamento muscular é
considerado um tipo de relaxamento, como comprovado no estudo de Carlson, Collins, Nitz e Sturgis (1990). Foram constatadas diminuições significativas dos níveis de tensão
muscular, ritmo respiratório e pressão sanguínea, bem como, dos estados subjetivos e objetivos de excitação (“arousal”) da pessoa através da prática de alongamento. Portanto, esta pode ser uma forma de lidar com o estresse.”
Embora seja uma alternativa bem acessível, a gente recomenda que se inicie os alongamentos com supervisão profissional de um educador físico ou fisioterapeuta a fim de evitar que ocorra qualquer tipo de torção ou inflamação de nervos ou tendões.
Além disso, é sempre importante reforçar que esse é o tipo de atividade em que se deve respeitar ao máximo os limites do seu corpo, por isso, forçar demais um movimento a ponto de sentir um desconforto intenso é desaconselhado e perigoso. Nada de excessos, viu?
3. Aromaterapia
Aqui, já temos uma técnica calmante natural que requer alguns instrumentos para se colocar em prática, mas nada que seja muito difícil de se adquirir. A aromaterapia – também conhecida como osmologia – é definida pelo osmólogo e especialista em plantas aromáticas e óleos essenciais Fernando Amaral e pelo doutor em biologia celular Carlos Jorge Rocha Oliveira “como uma prática terapêutica que discute e utiliza a ação psicológica, fisiológica e farmacológica de óleos essenciais aplicados por meio da olfação, inalação ou aplicação dérmica; com o intuito de prevenção, cura e diminuição de sintomas”.
Mesmo não sendo uma terapia completamente comprovada cientificamente, há diversos experimentos que apresentam melhoras em quadros de ansiedade e depressão por meio da aromaterapia, o que faz dela uma ferramenta promissora entre as calmantes naturais. No entanto, é muito importante levar em conta alguns óleos essenciais em específico, por exemplo:
- lavanda,
- ylang-ylang,
- gerânio,
- sândalo, entre outros.
4. Exercícios de respiração (pranayamas)
A respiração é outra atividade calmante natural acessível e que pode ser utilizada em qualquer lugar, inclusive, é indicada para pessoas quando estão em crises de ansiedade ou de pânico. No yoga, esses exercícios são chamados de pranayamas e têm como principal premissa utilizar toda estrutura disponível e que pode fazer parte da respiração.
Além disso, existem as técnicas diferentes para alcançar objetivos diversos, como ter mais vitalidade, diminuir o fluxo de pensamentos etc.
De modo geral, as técnicas de respiração para acalmar envolvem inspiração profunda, ocupando toda a caixa torácica, peito e barriga de ar – lentamente -, segurar alguns segundos essa quantidade de oxigênio e, então, expirar também lentamente.
De acordo com o instrutor de yoga André De Rose, “a respiração profunda é tão produtiva que põe em ação uma massagem mecânica, produzida pelos movimentos respiratórios sobre os órgãos e vísceras principalmente o coração, estômago, rins e intestinos – graças a isso suas funções são imediatamente estimuladas.”
Leia também: Exercícios que ajudam a melhorar a respiração
5. Yoga
Por fim, temos essa grande ferramenta para o corpo, mente e espírito que é o yoga, que além de ser calmante, ainda traz outros benefícios corporais e psicológicos.
Em suma, o yoga mais popular no ocidente se trata de um conjunto de práticas composto por:
- posturas, chamadas de asanas;
- exercícios de respiração, que são os pranayama;
- relaxamento, também conhecido como yoganidra e
- meditações, chamadas de dharana.
Ou seja, o yoga é uma atividade que une muito do que falamos anteriormente e pode nos oferecer muito mais do que calma, mas também autoconsciência corporal, equilíbrio físico e mental, bem como força. Sem dúvida, é uma prática completa e com diversos benefícios.
Veja também: Posições do yoga para dormir bem
Fontes: Yoga Natarája
Bibliografia:
Gonçalves, A. B., de Paula Oliveira, L. W., & Neri, F. S. M. (2023). Uso da aromaterapia no tratamento dos transtornos de ansiedade e depressão: uma revisão integrativa. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, 27(6), 3123-3135.
Menezes, C. B., & Dell’Aglio, D. D.. (2009). Por que meditar? A experiência subjetiva da prática de meditação. Psicologia Em Estudo, 14(3), 565–573.
Menezes, C. B., & Dell’Aglio, D. D.. (2009). Os efeitos da meditação à luz da investigação científica em Psicologia: revisão de literatura. Psicologia: Ciência E Profissão, 29(2), 276–289.
Oliveira, C. J. R., & Amaral, F.. (2019) “Estresse| ansiedade| aromaterapia: Pelo olhar da Osmologia, ciência do olfato e do odor.“.
Valim, P. C. et al.. (2002) Redução de estresse pelo alongamento: a preferência musical pode influenciar. Motriz, v. 8, n. 2, p. 18-25.
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