Em primeiro lugar, os ciclopes são criaturas mitológicas conhecidas por seus portes físicos e características únicas. Nesse sentido, a própria etimologia do nome entrega o principal aspecto, pois o nome significa “olho redondo”. No geral, eram gigantes imortais com somente um olho na testa.
Porém, essas criaturas aparecem em diversos mitos da Grécia Antiga, apesar da origem nebulosa na história. A princípio, os primeiros escritos de Homero os descreviam como criaturas selvagem e canibais vivendo no campo. Contudo, a maior parte dos relatos os posiciona como criaturas de hábitos solitários que vivem reclusos em ilhas distantes.
Apesar disso, estima-se que os hábitos dos ciclopes sejam motivados por sua exclusão da vida mitológica. Basicamente, tanto os deuses quanto os semideuses rejeitam as criaturas. Sobretudo, percebe-se essa exclusão nas narrativas, pois os ciclopes sempre são passados para trás e utilizados como instrumentos em artimanhas.
Origem dos ciclopes
Primeiramente, divide-se os ciclopes em duas gerações. Sendo assim, a primeira geração refere-se aos filhos de Urano e Gaia. Sobretudo, quem os descreve são o poeta grego Hesíodo, que caracterizou-os como fortes, teimosos e de emoções abruptas.
Nesse sentido, são uma raça de criaturas mitológicas selvagens e sem lei, em sua maioria canibal. Ademais, não temiam os deuses e nem os homns, pois estavam presentes na criação do mundo como seres livres. Sobretudo, os principais exemplos dessa geração são Brontes, Estéropes e Arges.
Contudo, o pai Urano acaba os prendendo no Tártaro por medo da brutalidade que eles exerciam sobre a Terra. Entretanto, o filho de Urano e Gaia, o deus primordial Cronos, libertou-os a fim de subverter o poder do pai. Posteriormente, Cronos os prendeu novamente no Tártaro porque eram uma força temível demais para ficar livre no mundo.
Apesar disso, estima-se que mais adiante, Zeus os libertou para que forjassem seus raios e os transformassem em armas. Além disso, participaram da deposição de Cronos, onde se vingaram do irmão e também eliminaram os Titãs. Desse modo, estima-se que o raio do deus dos deuses seja produto dos três gigantes, pois Brontes criou o trovão, Arges o brilho e por fim Estéropes o deu o relâmpago.
Curiosamente, esses gigantes também criaram outros elementos famosos, como o tridente de Poseidon e o arco de Ártemis. Mais ainda, estima-se que o capacete utilizado por Perseu na morte de Medusa pertence inicialmente aos gigantes. Como consequência, tornaram-se famosos por trabalhar com Hefesto, o deus da forja.
Em contrapartida, a segunda geração de ciclopes refere-se aos enormes monstros de um olho só, em sua maioria filhos dos deuses. Como principal exemplo tem-se Polifemo, filho de Poseidon com a ninfa Thoosa. Porém, cabe citar ainda Telemus, um vidente dessa geração.
Simbologia e associação
Curiosamente, estima-se que a perspectiva dos ciclopes como criaturas de um olho só tenha partido da realidade, e não da ficção. Em resumo, os ferreiros costumavam utilizar um tapa-olho a fim de evitar a perda total da visão por causa das fagulhas. Além disso, a maior parte desses profissionais mantinha uma visão melhor em um olho do que o outro por consequência do trabalho.
No geral, a Primeira Geração dos ciclopes pertence ao panteão de divindades, porque desempenharam importante papel na criação do mundo pela perspectiva grega. Por outro lado, a Segunda Geração apresenta-se de maneira distinta e mais mundana, geralmente mais fraca também.
Apesar disso, os ciclopes representavam importantes forças da natureza, além de serem símbolo do poder das divindades quanto a criação. Ainda que a segunda geração não tenha tanta conexão com a ferraria, estima-se que essa associação surgiu do poder e força necessárias para transformar o ferro em armas e ferramentas. Desse modo, os próprios ferreiros eram vistos como mitológicos.
Sendo assim, durante a Antiguidade houve valorização dos ferreiros como trabalhadores que estavam mais proximos dos deuses gregos. Sobretudo, as ações da primeira geração de ciclopes em criar armamentos fundamentais ao panteão do Monte Olimpo justifica essa fama. Porém, a função destes em guerras e conflitos também propagou a forja como um trabalho nobre.
E aí, aprendeu sobre os ciclopes? Então leia sobre Hemisférios do cérebro: o que a Ciência tem a dizer sobre isso?
Fontes: InfoEscola | Brasil Escola | Mitografias | Escola Britannica | Eventos Mitologia Grega
Imagens: Segredos do Mundo | Mega Curioso | Seres Mitológicos