Há cerca de 20 mil anos atrás, o planeta Terra passou por um período de frio extremo. Só para ilustrar, as temperaturas ao redor do globo eram tão baixas que mantos de gelo chegaram a cobrir continentes. Costumamos chamar esse período de Era do Gelo. No entanto, o que poucos imaginam é que esse marco glacial não chegou ao fim.
Por muito tempo a ideia de um período onde o gelo cobriu boa parte do planeta não passou de mera especulação. Contudo, através da evolução da ciência – principalmente nas áreas da geologia, química e paleontologia – foi possível reunir algumas evidências capazes de comprovar a existência de uma Era do Gelo.
Aliás, muito além disso, descobriu-se também que continuamos em um período glacial. Ao contrário do que muitos imaginam, a Era do Gelo não é marcada apenas por temperaturas baixas. Na verdade, esses momentos frios intercalam-se com fases mais amenas denominadas interglaciais, o momento no qual vivemos.
Ao longo dos bilhões de anos que marcam a evolução do nosso querido planeta azul, variações climáticas extremas tornaram-se bastante comuns. Porém, juntamente com a Era do Gelo, existe uma teoria que apresenta a possibilidade de um novo congelamento global. Então, se você acha que o período glacial já acabou, melhor dar uma repensada.
Tudo o que sabemos sobre a “última” Era do Gelo?
Antes questionada, hoje a Era do Gelo é fundamental no estudo do sistema climático. Graças ao período glacial, os cientistas conseguem simular as respostas do planeta à concentração de gases e, dessa forma, prever as consequências resultadas disso. Enfim, a questão é que muito fala-se sobre as baixas temperaturas da idade do gelo, mas a pergunta que fica é: quão frio exatamente?
Pois bem, segundo estudos realizados na Universidade do Arizona, a temperatura média global no Último Máximo Glacial foi de 7.8 ºC. Embora isso não pareça muito frio, é importante ressaltar que, com a Revolução Industrial e gritante aumento da emissão de gases para a atmosfera, essa média subiu seis graus Celsius.
Como resultado disso, o derretimento das grandes geleiras que cobriam as Américas do Norte e Sul, bem como Europa e Ásia foi apenas um indício das mudanças climáticas. Assim, os grandes animais que integravam a megafauna foram desparecendo, o ambiente foi adaptando-se e o homem ganhou mais liberdade para modificar o espaço.
Terra Bola de Neve
Aproximadamente 635 milhões de anos atrás a glaciação Marinoana marcou o fim do período Criogeniano. Assim como o próprio nome sugere, esse momento foi marcado por ser extremamente gelado e contar com depósitos glaciais ao redor do mundo. Consequentemente, esses depósitos deixaram fragmentos de rochas ao derreter e, dessa forma, foi possível desenvolver a teoria da Terra Bola de Neve.
De acordo com a hipótese apresentada por Joseph Kirchvink e Paul Hoffman, houve um momento do período glacial no qual o planeta foi completamente coberto por uma capa de gelo. Aliás, quando dizemos “completamente”, isso significa que até mesmo os mares ganharam uma camada congelada. Todavia, esse fenômeno é seguido por um grande efeito estufa, que derrete a capa de gelo e eleva a temperatura do planeta.
Portanto, as extremas variações climáticas do planeta já aconteciam antes da intervenção do homem. Porém, com a modernização elas atingiram uma velocidade desequilibrada e perigosa. Ademais, ainda existem teorias que especulam a probabilidade do fenômeno Terra Bola de Neve acontecer novamente.
Afinal, pode haver outro marco glacial como a terra Bola de Neve?
Pois bem, existem hipóteses que teorizam em torno do impacto de um grande meteorito na Terra. Segundo elas, qualquer rocha espacial que caia no nosso querido planeta e tenha mais de 10 km de diâmetro pode desencadear um congelamento global. Seria basicamente um roteiro de ficção-científica mesclando Armagedom e Expresso do Amanhã.
Aliás, um estudo publicado em 2015 por cientistas da Universidade de Northumbria chamou atenção por considerar uma “mini era glacial”. De acordo com o modelo de atividade solar que os pesquisadores desenvolveram, nosso querido astro de quinta grandeza pode reduzir suas atividades em 60%.
Sendo assim, as temperaturas cairão drasticamente em 2030 – segundo essa teoria, é claro. Curiosamente, no século 17 houve um fenômeno parecido que chegou a deixar o Rio Tâmisa congelado por sete semanas. Julgando que, além dessa hipotética possibilidae de congelamento global, a ONU também não prevê o mais otimista dos futuros, nos resta apenas fazer nossa parte e torcer pelo melhor.
E então, o que achou dessa matéria? Se gostou, confira também: Como as alterações climáticas podem alterar a cor dos oceanos.