Desde o início dos tempos a ciência tenta resolver a pergunta: de onde viemos? Os cientistas estão cada vez mais perto de uma resposta, mas ainda não temos todas as peças do quebra-cabeça. E, ao que parece, cada vez que nos aproximamos, sobretudo, quando há uma descoberta de uma nova espécie, um ancestral humano antigo, como o Homo naledi. Saiba mais sobre essa espécie, a seguir.
Quando o Homo naledi foi descoberto?
Em suma, em 2015, os cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie intrigante de humanos primitivos: o Homo naledi. Os 15 esqueletos parciais foram descobertos no fundo de uma caverna na África do Sul.
Além disso, apresentavam mãos e pés semelhantes aos humanos, mas cérebros surpreendentemente pequenos do tamanho de um gorila (um terço do tamanho dos humanos modernos).
A descoberta de H. naledi, no entanto, carecia de uma informação importante: a idade dos ossos. Posteriormente, a equipe de pesquisadores que descobriu o H. naledi anunciou que os fósseis têm entre 236.000 e 335.000 anos.
Isso significa que o Homo naledi é muito mais jovem do que suas características primitivas sugerem, e eles podem ter vivido na mesma época que nossa própria espécie (Homo sapiens) estava evoluindo.
Quais as características do Homo naledi?
Os fósseis do H. naledi são definitivamente estranhos. Algumas das características são semelhantes a macacos: uma pequena cavidade cerebral, dedos curvos, articulações do quadril de símios.
Todavia, outras características, como mãos, pernas, pés e maxilar, parecem mais com as dos Neandertais e dos humanos modernos.
Resumindo, H. naledi é uma espécie de “espécie relíquia”. Provavelmente ela se origiunou perto da origem do gênero Homo cerca de 2,8 milhões de anos atrás, mas sobrevivendo por um longo tempo com algumas características primitivas preservadas.
Nesse aspecto, o H. naledi pode ser semelhante ao H. floresiensis (que viveu cerca de 50.000 anos atrás).
Quais as novas descobertas sobre a espécie?
Mais recentemente, em 2021, o crânio parcial de uma criança Homo naledi de cerca de 250.000 anos atrás foi encontrado nas profundezas de um sistema de cavernas na África do Sul.
Com efeito, a equipe que fez a descoberta chamou a criança de Leti e acredita que o crânio mostra que a espécie Homo naledi enterrou seus mortos.
O crânio de Leti foi encontrado em uma fissura estreita de acesso quase impossível. Por esse motivo, a equipe argumenta que o crânio foi ali colocado deliberadamente, como forma de prática funerária.
Ademais, pesquisadores disseram que é uma evidência de que os hominídeos desempenham direitos funerários há centenas de milhares de anos – mesmo hominídeos com cérebros muito menores que os nossos.
Quais mistérios ainda permanecem sobre a evolução humana?
Para dificultar ainda mais a organização das peças do quebra-cabeças da evolução humana, além do Homo naledi, outra espécie ancestral foi recentemente descoberta.
Em suma, a equipe de pesquisadores batizou a nova espécie de Homo bodoensis; ou seja, trata-se de uma linhagem de nossos ancestrais que viveram meio milhão de anos atrás na África. Mas essa reorganização da árvore genealógica da espécie humana ainda está sendo debatida na comunidade científica.
A equipe, que apresentou seus argumentos na publicação Antropologia Evolucionária, pretendia esclarecer a evolução humana durante o período do Pleistoceno Médio, entre 780.000 e 126.000 anos antes de nossa era.
Alguns cientistas acreditam que nesta época o planeta estava no fim da última era do gelo, quando um grupo de primatas com grandes cérebros estava se dividindo em várias espécies.
Desse modo, na Europa, os neandertais apareceram durante este período, enquanto mais a leste, na Ásia, desenvolveu-se um grupo gêmeo, os denisovanos. No sul da África existia o Homo naledi.
Por fim, o homem moderno (H. sapiens) apareceu na África cerca de 300.000 anos atrás, ou aproximadamente no meio do Pleistoceno Médio.
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