Para se entender o que é pontilhismo, é necessário, de modo geral, conhecer algumas escolas artísticas. Isso acontece porque o pontilhismo surgiu durante o Impressionismo, mas é conhecido por muitos como uma técnica do movimento pós-impressionista.
No geral, define-se o que é pontilhismo como uma técnica de desenho e pintura que utiliza de pontos e manchas pequenas para construir uma figura. Por conseguinte, como é comum das obras do Impressionismo, essa é uma técnica que valoriza mais as cores do que as linhas e formas.
Mais ainda, o pontilhismo conquistou seu reconhecimento enquanto movimento e técnica no final do século XIX e no começo do séculos XX, principalmente devido aos seus precursores. Foram eles, George Seurat e Paul Signac, porém, Vincent van Gogh, Picasso e Henri Matisse também foram influenciados pela técnica.
Origem do pontilhismo
A história do pontilhismo na arte começou quando George Seurat iniciou experimentações em suas obras, principalmente utilizando das pequenas pinceladas para criar um padrão regular. Consequentemente, estudiosos da arte afirmam que a origem do pontilhismo se deu na França, mais especificamente nas décadas finais do século XIX.
Inicialmente, Seurat buscou explorar o potencial do olho humano, todavia, o cérebro também estava envolvido na recepção de suas experimentações com os pontos coloridos. De modo geral, a expectativa do artista era que o olho humano misturasse as cores primárias na obra e, por consequência, identificasse a imagem total construída.
Ou seja, trata-se de uma técnica onde as cores primárias não se misturam na paleta, pois o olho humano faz esse trabalho ao observar o panorama geral dos pequenos pontos na tela. Sendo assim, seria o visualizador aquele responsável pela percepção da obra.
Nesse sentido, pode-se dizer que o pontilhismo valoriza as cores acima das linhas e formas. De modo geral, isso acontece pois a construção do quadro é fundamentada sobre os pequenos pontos coloridos.
Para além disso, acredita-se que o termo “pintura de pontos” tenha sido cunhada por Félix Fénéon, um conhecido crítico francês. A princípio, Fénéon teria criado a expressão durante seus comentários das obras de Seurat e contemporâneos, dessa forma, tornando-a popular.
Ademais, Fénéon é tido como o principal divulgador dessa geração de artistas.
O que é pontilhismo?
As principais características da técnica pontilhista estão pautadas, principalmente, na experiência do observador e na teoria das cores. Ou seja, é uma modalidade de pintura que busca trabalhar as cores e tonalidades, mas também a percepção do observador sobre a obra.
De modo geral, as obras pontilhistas utilizam tons primários que fazem o observador encontrar uma terceira cor no processo. Isso significa que, visualizada à distância, a obra apresenta um panorama completo ao mesclar os pontos coloridos e os espaços em branco na visão de quem analisa a pintura.
Portanto, os pontilhistas utilizavam as cores para criar efeitos de profundidade, contraste e luminosidade em suas obras. Consequentemente, eram retratadas cenas em ambientes externos, pois esses eram os espaços com maior gama de cores a serem exploradas.
Entretanto, é necessário compreender que não se trata somente da utilização de pontos coloridos, porque os artistas desse período acreditavam no uso científico das tonalidades. Sendo assim, é a justaposição das cores primárias e os espaços entre cada ponto que permite a identificação de uma terceira tonalidade e do panorama da obra.
Esse efeito do encontro de uma terceira tonalidade a partir de tons primários é conhecido como alteração prismática, que realça as impressões e tons. Ademais, esse efeito permite a percepção de profundidade e dimensão em uma obra de arte.
Principais artistas e obras
Com a influência do Impressionismo, os artistas pontilhistas pintavam sobretudo a natureza, com destaque para o efeito de luz e sombra em suas pinceladas. Dessa forma, entender o que é pontilhismo envolve compreender as cenas cotidianas desse período.
No geral, as cenas retratadas envolvem atividades rotineiras, como piqueniques, encontros ao ar livre, mas também cenas de labor. Sendo assim, os artistas conhecidos por essa técnica retratavam a realidade ao seu redor, capturando momentos de lazer e trabalho.
Os artistas com maior destaque na arte do ponto, conhecidos por definir e difundir o que é pontilhismo, foram:
Paul Signac (1863-1935)
O francês Paul Signac é reconhecido como um vanguardista no pontilhismo, além de ser um importante divulgador da técnica. Ademais, era conhecido pelo seu espírito libertário e filosofia anarquista, que o levou a fundar a Sociedade dos Artistas Independentes com seu amigo George Seurat, em 1984.
A propósito, foi ele quem ensinou a Seurat sobre a técnica de pontilhismo. Consequentemente, ambos tornaram-se precursores desse movimento.
Entre as curiosidades sobre sua história, a mais conhecida é sobre o início de sua carreira enquanto arquiteto, mas o eventual abandono para as artes visuais. Além disso, Signac era um amante de barcos, e acumulou ao longo de sua vida cerca de trinta barcos diferentes.
No entanto, o artista os utilizava também em suas explorações artísticas. Por conseguinte, suas obras apresentam panoramas observados durante seus passeios e viagens de barcos, enquanto ele estudava novas tonalidades a serem utilizadas com o pontilhismo.
No geral, Signac é conhecido por retratar principalmente a costa europeia. Em suas obras, percebe-se a representação de cais, banhistas a beira de corpos d’água, litorais e barcos de toda natureza.
Entre as produções mais famosas desse artista estão: “Retrato de Félix Féneon” (1980) e “La Baie Sant-Tropez” (1909).
George Seurat (1863-1935)
Conhecido como o fundador do movimento artístico Pós-Impressionismo, o pintor francês Seurat estudou a forma mais científica de utilização de cores. Além disso, tornou-se popular por criar características em suas obras que foram adotadas por artistas como Vincent Van Gogh, mas também por Picasso.
Nesse sentido, suas obras são caracterizadas pela busca de efeitos ópticos com a cor, principalmente com o efeito de luz e sombra. Ademais, o artista ainda preferia tons quentes e buscava um equilíbrio com os tons frios por meio da expressão de sentimentos.
Ou seja, Seurat utilizava o pontilhismo para retratar sentimentos positivos e alegres. No geral, ele assim fazia adotando linhas voltadas para cima como transmissores de sentimentos positivos e linhas voltadas para baixo como indicadores de sentimentos negativos.
Em suas obras, é perceptível a retratação de temas cotidianos, principalmente os de lazer. Mais ainda, o artista retratava a diversão da sociedade aristocrática, em seus piqueniques, bailes ao ar livre e encontros casuais.
Entre suas principais obras estão o “Camponês com enxada” (1882) e os “Banhistas de Asnières” (1884).
Vincent van Gogh (1853 – 1890)
Entre os maiores nomes do Impressionismo, Vincent van Gogh se destaca pela pluralidade de técnicas utilizadas em suas obras, incluindo o pontilhismo. Nesse sentido, o artista viveu inúmeras fases artísticas enquanto lidava com sua conturbada realidade e crises psiquiátricas.
Todavia, o pintor holandês somente descobre o que é pontilhismo quando entra em contato com o trabalho de Seurat em Paris. Consequentemente, o artista passa a empregar a técnica pontilhista em suas obras e a adapta ao seu próprio estilo.
Van Gogh ainda utilizou do fauvismo para pintar sobre paisagens, vida campesina e retratos de sua realidade em isolamento. No entanto, o destaque para o uso do pontilhismo está presente em seu autorretrato pintado em 1887.
Pontilhismo no Brasil
Apesar de ter surgido na França, especificamente em Paris, na década de 1880, o pontilhismo chegou ao Brasil somente na Primeira República. Ou seja, as obras pontilhistas estiveram presentes do fim da monarquia em 1889 até a Revolução de 1930.
No geral, as obras com pontilhismo no Brasil retratavam paisagens e pinturas decorativas da vida campesina. Entre os principais pintores dessa técnica no país estão Eliseu Visconti, Belmiro de Almeida e Arthur Timótheo da Costa.
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