Entre dietas esportivas e a tradicional gemada natalina, o ovo cru é usado de diferentes formas, mas será que faz bem comê-lo assim? No geral, o ovo é um dos alimentos de origem animal mais consumidos no mundo, além de apresentar inúmeros benefícios para saúde humana.
Entretanto, é necessário ter cuidado com sua ingestão e introdução na alimentação. Desse modo, torna-se possível aproveitar os seus benefícios sem colocar a saúde em risco.
Resumidamente, o ovo oferece proteínas, vitamina A, B2, B5, B12 e E. Além disso, conta com minerais e antioxidantes que auxiliam o sistema imunológico, o cérebro, os olhos e até a pele.
Por via de regra, o organismo humano é incapaz de absorver todas essas substâncias quando o ovo está cru, especialmente a proteína. Especialistas explicam que a absorção da proteína é de cerca de 90% quando o alimento é cozido, mas somente é absorvido 50% no caso do ovo cru.
Os perigos de comer ovo cru
No processo natural de absorção de nutrientes, ainda é possível que o ovo cru interfira na capacidade do organismo absorver a biotina. Em outras palavras, essa vitamina do complexo B é essencial para a manutenção do metabolismo das gorduras, carboidratos e proteínas. Além disso, participa das funções de saúde da pele, unhas e cabelos.
Dessa forma, a falta de biotina causada pelo consumo de ovo cru pode gerar doenças de longo prazo, assim como déficit vitamínico. Geralmente, as complicações mais comuns são fraqueza nas unhas e cabelos, calvície, pele seca e escamosa, mas também conjuntivite, dores musculares e até o aumento da glicemia.
Ademais, os ovos crus apresentam um sério risco de contaminação de bactérias, principalmente quando em contato com o ambiente. Entre elas, a infecção por Salmonela é a mais comum.
De forma resumida, a Salmonela refere-se a um gênero de bactérias que causam a salmonelose, mais conhecida por doença do ovo. Esse nome é consequência da presença majoritária em alimentos que envolvem ovos crus, como maioneses e saladas.
Geralmente, a contaminação acontece por meio da ingestão de alimentos crus ou mal cozidos que estão contaminados pela bactéria. Quando o ser humano é infectado, sintomas como intoxicação alimentar, cólicas, diarreia, náuseas, febre e dor de cabeça podem aparecer.
Quase sempre, os sintomas aparecem 48 horas depois que se come o ovo cru, mas podem persistir por cerca de sete dias. Além disso, essa doença pode causar baixa na imunidade e como consequência trazer outras complicações.
Como evitar a contaminação do ovo cru
A principal forma de evitar a contaminação com o ovo cru envolve o cuidado com os alimentos consumidos. Priorize consumir os ovos cozidos em altas temperaturas ou em outros formatos, mas lembre-se que os ovos fritos tendem a perder o potencial nutritivo.
Além disso, observe como estão os ovos antes de consumi-los, principalmente à presença de rachaduras na casca, pois apresentam maior risco de contaminação. Mais ainda, faça questão de quebrá-los em recipientes limpos e bem guardados, de forma a evitar que o contato com o ambiente permita a proliferação de bactérias.
Também é importante ter cuidado na hora da compra e armazenamento dos ovos. Priorize sempre estabelecimentos que atendem às medidas sanitárias, e não se esqueça de colocar os ovos em um espaço refrigerado assim que possível.
Nesse sentido, indica-se que o consumo dos ovos aconteça no máximo entre três e quatro semanas após a compra, para respeitar o tempo de validade natural desses alimentos. Ainda, receitas que apresentam ovo cru, ou com outras variedades do ovo na composição, devem ser refrigeradas e bem guardadas.
Como consumir com segurança e aproveitar os benefícios
Apesar dos pesares, ainda existe uma forma de comer ovo cru sem correr grandes riscos. No geral, os especialistas indicam ovos pasteurizados para as receitas com esse alimento, pois estes são criados industrialmente para minimizar riscos de contaminação.
Em resumo, os ovos pasteurizados são uma mistura de vários ovos que são pasteurizados industrialmente. Ademais, podem apresentar claras e gemas juntas ou separadas, dependendo do objetivo do ovo enquanto alimento.
Além disso, esses ovos costumam vir em caixas esterilizadas e sem a presença do oxigênio, mas também não apresentam casca. Isso significa que existe maior segurança alimentar, porque as cascas de ovo são porosas e podem ser inimigos da proteção do ovo cru.
Ao contrário do que se pensa, o ovo pasteurizado e o ovo cru possuem o mesmo sabor e qualidade. Ademais, podem apresentar valor nutricional e fisiológico semelhantes, a depender da produção industrial.
Ainda que soe estranho para os padrões atuais, essa é uma alternativa mais segura e adaptável. Sendo assim, é possível obter a absorção das vitaminas, o aumento dos níveis de bom colesterol e a redução de problemas coronários consumindo o ovo sem correr os riscos de contaminação.
E aí, aprendeu sobre o que pode e não pode com o ovo cru? Então leia sobre Tomar banho depois de comer – o que a ciência diz sobre isso?
Fonte: Blog Ovo | Minha Saúde | Minha Vida | Lifestyle ao Minuto | Cuidaí | Maxxi
Imagens: Freepik | Assaí Atacadista | Nova Safra