A Organização Mundial da Saúde declarou na sexta-feira (26) que a cepa B.1.1.529 recentemente descoberta de COVID-19 é uma variante que gera preocupação, e a batizou como Ômicron.
Além disso, a OMS classificou a cepa como um vírus altamente transmissível, mesma categoria que inclui a variante Delta, a mais prevalente no mundo. Assim, a organização enfatizou que as evidências iniciais sugerem um aumento do risco de reinfecção. Mas, o que se sabe até agora sobre a variante Ômicron? Veja a seguir.
7 coisas que já se sabe sobre a variante Ômicron da COVID-19
Especialistas em saúde afirmam que a cepa é a mais preocupante desde Delta. Aliás, Ômicron, como Delta antes dele, é uma letra do alfabeto grego.
Com efeito, este anúncio da agência de saúde das Nações Unidas marca a primeira vez em meses que a OMS classificou uma variante do COVID-19 como uma variante de preocupação. Até o momento sabe-se poucas informações sobre ela, que incluem:
1. A variante Ômicron do coronavírus foi descoberta na África
Uma equipe de saúde da África do Sul alertou sobre a variante Ômicron que exibe mutações que podem resistir à neutralização. Apenas várias dezenas de casos foram totalmente identificados até agora na África do Sul, Botswana, Hong Kong, Bélgica e Israel.
2. A OMS nomeou a variante e a designou como “preocupante”
Os especialistas da Organização Mundial da Saúde se reuniram na sexta-feira 26 de novembro, para revisar os dados sobre a nova variante B.1.1.529 e a designaram como uma “variante preocupante” e a nomearam Ômicron.
Desse modo, cientistas na África do Sul e de outros lugares estão trabalhando rapidamente para determinar como a Ômicron pode ou não ser mais perigoso em comparação com outras variantes conhecidas como a Delta.
3. A Ômicron tem um grande número de mutações
A variante tem 50 mutações altamente incomuns, incluindo 32 no receptor de pico, sugerindo que ela poderia escapar da proteção imunológica fornecida pelas vacinas e se espalhar mais rápido do que o Delta, embora nenhum dado definitivo esteja disponível.
4. A nova variante tem atingido mais o público jovem
Sabe-se também que a variante Ômicron atinge amplamente os jovens, o público que também apresenta a menor taxa de vacinação da África do Sul. Pouco mais de um quarto das pessoas com idades entre 18 e 34 anos na África do Sul são vacinadas, segundo o órgão de saúde do país.
5. Já existem relatos da Ômicron em outros continentes além da África
Várias dezenas de casos da variante Ômicron foram sequenciados na África do Sul e Botswana. Alguns casos foram detectados na Bélgica, Hong Kong e Israel, mas todos entre viajantes. Assim, é provável que a variante Ômicron já tenha se espalhado sem ser detectada em outros lugares, como as variantes anteriores da COVID-19.
6. A nova variante pode ser mais transmissível que a Delta
A preocupação da OMS é que a variante Ômicron possa ser mais perigosa do que a variante Delta. Em suma, a variante Delta é a cepa da COVID-19 dominante no mundo.
Detectada pela primeira vez na Índia, ela se espalhou pelo mundo provando ser mais contagiosa do que as variações anteriormente dominantes do vírus. Ele se espalha facilmente porque sua proteína de pico é mais hábil em entrar nas células humanas do que as variantes anteriores.
No entanto, demorou cerca de dois meses para Delta ser rotulada como ‘preocupante’ pela OMS, junto com as variantes Alfa (Reino Unido), Beta (África do Sul), Gama (Brasil). A Ômicron, por outro lado, recebeu essa classificação 72 horas após a detecção.
7. Países já impuseram restrições para viajantes vindos da África
Poucos dias após a descoberta da variante, alguns lugares começaram a impor restrições de viagem de e para a África do Sul e seus vizinhos.
A União Europeia, Cingapura, Japão e Israel anunciaram proibições de viagens ou regras de quarentena para passageiros aéreos que chegam da região do sul da África. A União Europeia e os Estados Unidos também anunciaram restrições a voos vindos do sul da África.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou medidas restritivas para voos e viajantes procedentes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
As vacinas existentes são eficazes contra a nova cepa do coronavírus?
As vacinas contra o coronavírus, particularmente aquelas disponíveis no Brasil, como as vacinas de mRNA da Pfizer e Moderna, permaneceram eficazes contra todas as outras variantes conhecidas até agora na pandemia.
No entanto, algumas vacinas foram ligeiramente menos eficazes contra algumas variantes do que outras. Portanto, é possível que as vacinas sejam um pouco menos eficazes contra a variante Ômicron, todavia mais pesquisas precisam ser feitas para confirmar isso.
Ademais, o alto número de mutações, em relação a outras variantes, é um indicativo de que essa cepa seja mais transmissível ou mais capaz de escapar das respostas imunológicas (como a proteção induzida por vacinas) do que outras variantes; mas novamente, mais pesquisas são necessárias, para confirmar se a variante resiste as vacinas existentes.
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