Na última década, 467 espécies foram declaradas extintas de acordo com a autoridade global sobre o status de conservação de espécies, a União Internacional para Conservação da Natureza , ou UICN. Outros foram levados à beira da extinção e mais ainda estão vendo quedas sérias no número de sua população.
Ao todo, a Plataforma de Política Científica Intergovernamental da ONU sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos estima que cerca de 1 milhão de espécies estão em risco de extinção se não agirmos para salvá-las. Assim, este número inclui 40% de todas as espécies de anfíbios, 33% dos corais e cerca de 10% dos insetos.
No Brasil, cerca de 20% das espécies de animais e de plantas estão ameaçadas de extinção, segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de novembro de 2020.
Confira a a lista de animais que já foram extintos no Brasil, e quais estão em risco de extinção.
Animais extintos no Brasil
Veja a seguir 10 animais considerados extintos no Brasil:
1. Arara-azul-pequena
A arara-azul-pequena era uma ave comum do leste do Paraguai, oeste do Uruguai, norte da Argentina e sul do Brasil. A espécie nunca foi numerosa e teria se tornado rara a partir da segunda metade do século XIX.
Com efeito, não há notícias desses animais desde 1912. Portanto, acredita-se que o principal motivo para o sumiço da ave foi a expansão agropecuária bem como a caça e captura para o comércio.
2. Caburé-de-Pernambuco
O caburé-de-Pernambuco como o nome já presume, era visto no litoral pernambucano. O último registro documentado da espécie foi em 1980 e um registro sonoro em 1990. Porém, desde então a ave não foi mais vista na área. Desse modo, acredita-se que a perda do habitat tenha sido a principal causa da sua extinção.
3. Gritador-do-nordeste
O gritador-do-nordeste também era uma ave comum principalmente em Alagoas e Pernambuco. No entanto, ela não é vista desde 2007. Assim, acredita-se que perda de habitat foi a causa da redução populacional da espécie.
4. Limpa-folha-do-nordeste
O limpa-folha-do-nordeste também era uma espécie rara que podia ser vista em Alagoas e Pernambuco. Aliás, o registro mais recente foi de 2013, porém, desde então, a ave nunca mais foi avistada. Acredita-se que seu desaparecimento ocorreu por causa da conversão das florestas para pastagens e plantações.
5. Maçarico-esquimó
O maçarico-esquimó não é uma espécie nativa brasileira. A ave se reproduz no Canadá e, talvez, no norte do Alasca, e migra para países como Uruguai, Argentina, e possivelmente, Paraguai e Chile.
Contudo, o animal era visitante comum no interior do Brasil, principalmente no Amazonas, Mato Grosso e São Paulo. Entretanto, o último registro foi há mais de 150 anos. Dessa forma, a caça excessiva e a perda de habitat nos pampas argentinos e pradarias norte-americanas favoreceu o declínio da espécie.
6. Peito-vermelho-grande
O peito-vermelho-grande era visto principalmente no sul do Brasil, todavia o último registro no país foi há mais de 100 anos. Acredita-se que o declínio da espécie ocorreu pela substituição de campos naturais por plantações e pastagens.
7. Perereca-verde-de-fímbria
A perereca-verde-de-fímbria foi coletada em 1896 no Alto da Serra de Paranapiacaba, no município de Santo André, em São Paulo. Aliás, foi descrita somente em 1923 a partir de um único exemplar, depois disso nunca mais foi avistada e não se sabe as razões da extinção.
8. Rato-de-noronha
O rato-de-noronha também é um dos animais extintos no Brasil. Ele era endêmico da ilha de Fernando de Noronha e é considerado extinto desde o século XVI. Desse modo, o animal foi extinto principalmente por causa da introdução de ratos e camundongos na ilha, o que ocasionou competição e disseminação de doenças.
9. Tubarão-dente-de-agulha
O tubarão-dente-de-agulha é uma espécie costeira de médio porte que se distribui pelo Atlântico Ocidental, originalmente dos Estados Unidos ao sul do Brasil.
No país, foi visto há mais de 40 anos e provavelmente está ausente em todo o Atlântico Sul ocidental. Aliás, a pesca de arrasto nessa região foi o principal motivo do sumiço da espécie.
10. Tubarão-lagarto
O tubarão-lagarto é outro dos animais extintos no Brasil. Ele era comum nas águas dos oceanos Pacífico Oriental e Atlântico Ocidental, entre o Chile e o Brasil. Seu registro mais recente no Brasil data de 1988, no Rio Grande do Sul.
Embora não tenha interesse comercial, a pesca de arrasto no sul do país pode ser considerada uma das principais ameaças à espécie.
Animais em extinção no Brasil
Atualmente, mais de 1.100 espécies de animais estão ameaçadas de extinção no Brasil. O motivo principal, quando se trata dos animais terrestres, é a perda e fragmentação do habitat; e no tocante aos animais marinhos, a maior ameaça é a pesca predatória.
11. Mico-leão-da-cara-preta
Esse primata brasileiro vive na ilha do Superagui, um parque nacional, no entanto, a espécie encontra-se seriamente ameaçada, contando com no máximo 900 indivíduos. Assim, a destruição da Mata Atlântica e a caça são duas importantes ameaças ao futuro dessa espécie.
12. Bicudinho-do-brejo-paulista
O bicudinho foi descoberto só em 2004, mas logo entrou para a lista de espécies de aves ameaçadas de extinção. O maior fator de risco é a destruição do seu habitat: as várzeas do Alto Paraíba do Sul e do Alto Tietê.
13. Gato-do-mato
Também chamado de gato-macambira, gato-maracajá, pintadinho e mumuninha, o gato-do-mato ocorre em quase todo território nacional desde as florestas mais densas e úmidas (como a Mata Atlântica) a espaços geográficos mais secos, como a caatinga. Contudo, a destruição desses biomas é a maior ameaça a essa espécie de felinos.
14. Saguim-de-coleira
O saguim-de-coleira é um dos primatas amazônicos que mais correm risco de extinção. Trata-se de um macaco pequeno que vive exclusivamente na região metropolitana de Manaus.
Todavia, a perda de habitat por causa do crescimento urbano e o avanço da agricultura é o principal motivo que está levndo a espécie desaparecer pouco a pouco.
15. Muriqui-do-norte
Também conhecido como mono-carvoeiro, o muriqui-do-norte é o maior primata de todo o continente americano, podendo medir até 80 cm e pesar 15 kg. Entretanto, a perda e a fragmentação de seu habitat, a Mata Atlântica estão levando esse primata ao desaparecimento.
16. Soldadinho-do-Araripe
Localizado entre os estados de Pernambuco, Ceará e Piauí, a Área de Preservação Ambiental da Chapada do Araripe é o único local onde esse pássaro, que mede em torno de 15 cm, pode ser encontrado. Até 1998, só os moradores da região sabiam de sua existência.
Este pássaro também chamado de galo-da-mata ou cabeça-vermelha-da-mata é ameaçado sobretudo pelas mudanças climáticas da região.
17. Muriqui-do-sul
Este animal vive mais ao Sul e Sudeste do país, principalmente na Serra da Mantiqueira e na Serra da Bocaina. Tal como seu primo do norte, ele é enorme. Os problemas que o colocam em risco também são os mesmos: perda e fragmentação do habitat.
18. Sapo-da-terra
A população de sapos-da-terra não para de diminuir. A razão para isso é o fato de seu habitat ser constantemente eliminado ou fragmentado devido às atividades econômicas ou ao crescimento das cidades.
19. Peixe-serra
No Brasil, o peixe-serra pode ser avistado nadando na bacia do rio Amazonas. Contudo, a degradação de habitat (dos ambientes costeiros e dos manguezais) e a pesca estão levando a redução populacional da espécie.
20. Mico-leão-da-cara-dourada
Extinto no estado de Minas Gerais, hoje o mico-leão-da-cara-dourada só pode ser encontrado na Bahia e no Rio de Janeiro. Ademais, as populações dessa espécie encontram-se fragmentadas e em declínio contínuo.
21. Tapiti
Em suma, esta é a única espécie de coelhos nativa do Brasil, também chamado de coelho-silvestre ou simplesmente coelho-do-mato. Ele ocorre em praticamente todo o território brasileiro, mas tem sido ameaçado pela perda de habitat.
22. Marianinha-de-cabeça-amarela
Classificada como “em perigo” desde 2014, a marianinha ou periquito d’anta é uma ave exuberante, que vem sofrendo com a perda e fragmentação do habitat (em decorrência do desmatamento), e com a ação ilegal de contrabandistas.
23. Capininga
A capininga, também chamada de juraraca, jurará ou simplesmente cágado, apesar de depender de lagoas de água doce para sobreviver, pode passar meses em ambiente terrestre durante o período de estiagem.
No entanto, um dos fatores que contribuem com o desaparecimento da capininga é a perda de habitat em virtude do crescimento urbano.
24. Albatroz-de-nariz-amarelo-do-atlântico
O albatroz-de-nariz-amarelo consta da lista de animais em extinção de muitos países, já que essa espécie está distribuída em várias regiões do planeta.
No Brasil, o albatroz-de-nariz-amarelo pode ser visto principalmente na costa sudeste e sul. Portanto, a grande ameaça a essa espécie de albatroz é a pesca de espinhel, uma técnica que se utiliza de vários anzóis e iscas.
25. Morceguinho-do-cerrado
O morceguinho-do-cerrado habita cavidades e cavernas do cerrado brasileiro, podendo ser encontrado sobretudo no estado de Goiás. O maior problema que essa espécie enfrenta tem a ver com o desmatamento do cerrado e a mineração, que representam para ela a perda de seu habitat.
26. Barranqueiro-do-nordeste
O barraqueiro-do-nordeste tem esse nome porque costuma construir seu ninho em barrancos. Aliás, sua distribuição geográfica é bastante restrita, podendo ser encontrado em algumas áreas do nordeste.
Contudo, sua população não para de diminuir devido sobretudo à perda e à degradação de seu habitat.
27. Tuco-tuco-das-dunas
Este curioso mamífero da ordem dos roedores vive a maior parte do tempo no subsolo, em túneis que ele mesmo cava sob as areias da costa do Rio Grande do Sul.
Em suma, o que mais ameaça o tuco-tuco, segundo a IUCN, é o avanço de habitações urbanas e áreas de turismo, que interferem de forma negativa no seu habitat.
28. Macuquinho-baiano
O macuquinho-baiano ocorre numa área bastante restrita no litoral baiano. Todavia, devido à perda de habitat, a população de macuquinhos, que já é pequena, está ficando cada vez menor.
29. Sagui-da-serra-escuro
Também chamado de sagui-estrela-preto, este pequeno primata, endêmico da Mata Atlântica do sudeste, vive em grupos de no máximo oito indivíduos, com uma fêmea dominante.
Desse modo, as duas maiores ameaças ao sagui-da-serra-escuro são a perda de habitat e a competição por recursos com outras espécies.
30. Tapaculo-de-brasília
O tapaculo depende dessas zonas úmidas para sobreviver. Com efeito, a diminuição da vazão dos rios, devido à utilização da água para sistemas de irrigação, é uma das razões para a degradação de seu habitat; além do desmatamento do cerrado.
31. Boto-cor-de-rosa
Em suma, o boto-cor-de-rosa é o maior golfinho de água doce do mundo. Ele vive na bacia do rio Amazonas e é famoso no folclore brasileiro. Entretanto, algumas atividades humanas, como a pesca e a construção de obras de infraestrutura, constituem ameaças para a espécie.
32. Guariba-de-mãos-ruivas
Essa espécie de bugio pode ser encontrada em duas regiões: no norte (Amazônia), onde vivem 95% de sua população, e no litoral nordestino (Mata Atlântica). Todavia, se medidas não forem tomadas; com a perda do habitat, a tendência é que o guariba-de-mãos-ruivas também desapareça.
33. Lobo-guará
O lobo-guará, também conhecido como lobo-vermelho ou agaraçu, é o maior canídeo da América do Sul. Entretanto, essa espécie sofre sobretudo com a devastação do cerrado e com a caça.
34. Cervo-do-pantanal
A maior espécie de cervo da América Latina habita principalmente as zonas de várzeas dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Porém, devido à perda de habitat e à caça predatória, a população desse animal diminui ano após ano, levando-o a uma situação de grande vulnerabilidade.
35. Onça-pintada
Por fim, a maior espécie de felino das Américas é vista em todos os biomas (do cerrado à Mata Atlântica), exceto nos pampas do Rio Grande do Sul. Embora o jaguar não esteja em extinção, isso pode ocorrer no futuro, pois sua população se encontra em declínio contínuo por causa do desmatamento e queimadas que levam a perda de habitat da espécie.
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