A obesidade é uma condição que causa diversas consequências à saúde das pessoas, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Ela é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode levar a uma série de complicações de saúde.
Sendo assim, as causas da obesidade podem ser multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Além disso, hábitos alimentares inadequados e falta de atividade física regular são fatores que contribuem significativamente para o desenvolvimento da obesidade.
Vamos saber um pouco mais sobre as consequências dessa condição? Boa leitura!
- Leia mais em: 9 coisas que você precisa saber sobre a obesidade
1. Doenças cardiovasculares
A obesidade é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão, aterosclerose, insuficiência cardíaca e infarto do miocárdio. O excesso de peso aumenta a carga sobre o coração e os vasos sanguíneos, o que pode levar a complicações graves.
Essas condições podem levar a complicações graves, como o entupimento das artérias, dificuldades no bombeamento do sangue pelo coração, formação de placas de gordura que restringem o fluxo sanguíneo, aumento do risco de ataque cardíaco, derrame e outras complicações cardiovasculares.
2. Diabetes tipo 2
A obesidade é um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. O excesso de peso interfere na capacidade do corpo de produzir e utilizar a insulina, levando a níveis elevados de açúcar no sangue e danificando os órgãos ao longo do tempo.
De acordo com o especialista Rui Ribeiro, coordenador do Centro Multidisciplinar de Tratamento da Obesidade do Hospital Lusíadas Amadora, a obesidade é um fator de risco para o diabetes tipo 2 devido ao consumo exagerado de carboidratos, principalmente açúcar, levando à insulino-resistência. Esse fenômeno resulta em uma hiperprodução compensatória de insulina e um desgaste progressivo do pâncreas, pois, à medida que o peso aumenta, é necessária mais insulina devido à resistência dos tecidos aos efeitos desse hormônio.
3. Câncer
A obesidade pode aumentar o risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, cólon, endométrio, rim, fígado, ovário, pâncreas e próstata. O excesso de peso pode causar alterações hormonais e inflamação, que podem contribuir para o desenvolvimento do câncer.
Dessa forma, é importante que você pratique exercícios e tenha uma alimentação saudável para que condições como essa não sejam potencializadas por causa da obesidade.
4. Problemas respiratórios
A obesidade pode interferir na capacidade dos pulmões de expandir completamente, levando a dificuldades respiratórias, como asma e apneia do sono.
A apneia obstrutiva do sono é uma doença cardiovascular que afeta de 20 a 25% das pessoas obesas e pode ser fatal se não for tratada. A asma é outro problema respiratório frequente em pessoas obesas ou com sobrepeso, representando 92% dos casos, e essas pessoas tendem a ter ataques mais agudos e visitas mais frequentes à emergência
5. Problemas musculoesqueléticos
O excesso de peso pode sobrecarregar as articulações e aumentar o risco de artrite, além de causar dores nas costas e outras condições musculoesqueléticas.
Segundo o Dr. David Felson, professor de medicina e epidemiologia da Boston University School of Medicine, “a obesidade é um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças musculoesqueléticas, especialmente osteoartrite de joelho e quadril”. Ele acrescenta que “a obesidade aumenta a carga sobre as articulações e pode causar alterações na biomecânica do corpo, aumentando o risco de dor e incapacidade”.
6. Distúrbios digestivos
A obesidade pode aumentar o risco de refluxo gastroesofágico, doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) e outras condições digestivas, como esteatose hepática (gordura no fígado). Por isso, é muito importante evitar a obesidade.
7. Problemas de fertilidade
Parece que não há nenhuma relação, mas acredite: existe! A obesidade pode afetar a fertilidade tanto em homens quanto em mulheres. Nas mulheres, pode levar a problemas menstruais, síndrome dos ovários policísticos (SOP) e infertilidade. Nos homens, pode afetar a qualidade do esperma e reduzir a fertilidade.
8. Doença renal crônica
Sim, a obesidade pode aumentar o risco de desenvolvimento de doença renal crônica, uma vez que o excesso de peso e a resistência à insulina estão associados a alterações na estrutura e função renal. Além disso, a obesidade pode aumentar a pressão arterial e a proteinúria (presença de proteína na urina), fatores que também estão associados a doenças renais. Se cuide!
9. Problemas de sono
A obesidade pode levar a problemas de sono, como apneia do sono, insônia e sonolência diurna excessiva, uma vez que o excesso de gordura corporal pode obstruir as vias aéreas superiores, dificultando a respiração durante o sono. Além disso, a obesidade pode estar associada a distúrbios do sono, como o movimento periódico dos membros.
10. Problemas de pele
A obesidade pode causar diversos problemas de pele, como acantose nigricans, dermatite seborréica, acne, infecções sistêmicas, estrias e alterações na função de barreira da pele. Isso porque o excesso de gordura pode levar ao aumento do suor e acúmulo de umidade, favorecendo o desenvolvimento de micro-organismos.
11. Problemas de visão e audição
A obesidade pode estar associada a problemas de visão, como degeneração macular, catarata e glaucoma, uma vez que o excesso de gordura corporal pode levar a um aumento da pressão intraocular. Além disso, a obesidade pode estar associada a problemas de audição, como a perda auditiva, uma vez que o excesso de gordura pode levar ao acúmulo de gordura nos vasos sanguíneos, incluindo aqueles que alimentam o ouvido.
Um estudo realizado no Centro Médico da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, trouxe evidências sobre a associação entre obesidade e perda de audição em adolescentes. Nesse estudo, foi observado que adolescentes obesos apresentam um risco maior de desenvolver perda auditiva, especialmente de frequência baixa, em comparação com jovens de peso normal
12. Problemas de saúde mental
Infelizmente, sim, a obesidade pode levar a problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e baixa autoestima, já que ela pode ser um fator de estigma e discriminação social, além de estar associada a problemas de imagem corporal. Muitas pessoas, principalmente após o surgimento das redes sociais, sentiram na pele o que não é se sentir bem por conta de muita comparação.
13. Problemas de memória e cognição
A obesidade pode afetar a função cerebral e a memória, aumentando o risco de regressão cognitiva e demência. Isso pode ocorrer porque a obesidade pode levar a inflamação crônica e estresse oxidativo, fatores que estão associados ao comprometimento cognitivo. Nunca tinha pensado nisso, né?
14. Complicações na gravidez
A obesidade pode aumentar o risco de complicações durante a gravidez, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro e problemas de saúde do bebê, devido a mudanças hormonais, inflamação crônica e resistência à insulina associadas à obesidade.
Por conta de tudo isso, uma das recomendações de profissionais da área da Medicina é justamente manter uma rotina saudável, cuidado que deve ser mantido depois de confirmar a gravidez.
15. Aumento do risco de doenças infecciosas
Essa condição compromete o sistema imunológico, diminuindo sua eficácia na defesa contra agentes infecciosos, enquanto também cria um ambiente propício para o crescimento e propagação de patógenos.
Além disso, a inflamação crônica associada à obesidade pode desregular a resposta imune, tornando os indivíduos obesos mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas, bem como aumentando o risco de complicações graves dessas doenças.
16. Maior risco de morte prematura
A obesidade representa um dos maiores riscos de mortes prematuras em todo o mundo, sendo uma condição complexa que está intrinsecamente ligada a uma série de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, hipertensão e certos tipos de câncer.
17. Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA)
A EHNA ocorre quando a gordura se acumula no fígado e causa inflamação, podendo levar a cicatrizes e danos permanentes ao fígado. Assim, a obesidade é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da EHNA, juntamente com outros fatores como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia.
Sendo assim, pode levar a complicações graves, como cirrose hepática e câncer de fígado, e pode surgir a necessidade de um tratamento agressivo, incluindo mudanças no estilo de vida, medicações e, em casos graves, transplante de fígado.
18. Redução da qualidade de vida
A obesidade pode afetar a qualidade de vida, uma vez que pode levar a limitações físicas e emocionais, além de interferir nas atividades cotidianas e nas relações sociais. Essa condição, ao contrário do que a gente pensa, não desencadeia apenas problemas físicos. Até a forma de interagir no meio social é comprometida, já que há muito preconceito.
19. Estigma e discriminação
Uma outra consequência que a gente não pode deixar de citar é o estigma e a discriminação social, o que pode afetar negativamente a autoestima e a saúde mental da pessoa obesa, além de levar a um tratamento desigual em ambientes de trabalho e outros espaços sociais.
20. Aumento do risco de acidentes
A obesidade pode contribuir para problemas musculoesqueléticos, como osteoartrite, aumentando o risco de quedas e lesões. Assim, a obesidade não apenas impacta a saúde geral, mas também pode comprometer a segurança pessoal, se tornando um fator crítico a ser considerado na prevenção de acidentes.
21. Maior risco de complicações durante a cirurgia
A obesidade pode aumentar o risco de complicações durante a cirurgia, devido a alterações na função respiratória, cardiovasculares e outras comorbidades associadas à obesidade.
Essa condição está associada a desafios técnicos na exposição e manipulação dos órgãos, aumentando o tempo cirúrgico e a probabilidade de sangramento, infecções, dificuldades respiratórias e complicações cardiovasculares.
22. Aumento do risco de trombose
Por fim, a obesidade pode aumentar o risco de trombose, já que o excesso de gordura corporal pode levar a um aumento da coagulação sanguínea e inflamação crônica, fatores que estão associados ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos.
E aí, o que você achou de tudo isso? Conta pra gente! Aproveite e leia também: 7 sintomas que podem indicar gordura no fígado
Fonte: HERNANDES, Flavia; VALENTINI, Meire Pereira. Obesidade: causas e consequências em crianças e adolescentes. Conexões, Campinas, SP, v. 8, n. 3, p. 47–63, 2010. DOI: 10.20396/conex.v8i3.8637727. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/conexoes/article/view/8637727. Acesso em: 8 abr. 2024; Veja, Lusíadas, São Cristóvão, Tua Saúde, Vigilantes do Peso, Endoville