Não há duvidas de que o calendário é muito importante para nos situar com relação ao tempo, além de nos manter organizados. Mas, antigamente os primeiros calendários eram desenvolvidos com base em astros como o sol e a lua, para acompanhar as estações e os horários das lavouras. Alguns calendários registravam eventos históricos ou religiosos.
Dos maias aos hindus, todas as culturas antigas faziam medições precisas do movimento celestial, e tinham seus próprios métodos para registrar a passagem do tempo.
A palavra ‘calendário’ vem do latim e significa ‘livro contábil’ e foi em Roma que um calendário foi imposto pela primeira vez à sociedade para auxiliar na cobrança de impostos. Foi lá, inclusive, no império de Júlio César, que nasceu o conceito ‘tempo é dinheiro’.
Tipos de calendários
Existem três tipos principais de calendários. Um tipo de calendário é o calendário lunar, que se baseia na lua. Um ano do calendário lunar tem 12 meses sinódicos, onde um mês sinódico é o intervalo de tempo no qual as fases da Lua se repetem (de uma lua cheia para a próxima), e em média 29,53 dias. Dessa forma, um ano lunar tem em média 354,37 dias.
Como a Terra leva um pouco mais de 365 dias para girar completamente em torno do Sol, um calendário lunar logo fica fora de fase com as estações. Portanto, a maioria dos calendários lunares deixaram de ser utilizados ao longo dos séculos. A principal exceção é o calendário muçulmano, que é usado nos países islâmicos, a maioria dos quais está dentro ou perto da zona tórrida da Terra, onde a variação sazonal do clima é leve ou inexistente.
Outro tipo de sistema de contagem do tempo é o calendário luni-solar, no qual a maioria dos anos tem 12 meses sinódicos, mas um décimo terceiro mês é inserido a cada poucos anos para manter o calendário alinhado com as estações. Existem dois importantes calendários luni-solares sobreviventes: o calendário hebraico que é usado pela religião judaica, e o calendário chinês, que é amplamente usado na Ásia oriental .
Por fim, o terceiro tipo de calendário é o calendário solar, que se baseia na duração do ano. Aliás, o nosso calendário atual é desse tipo; no entanto, ele evoluiu do antigo calendário romano, que inicialmente era um calendário luni-solar.
Principais calendários antigos
Calendário Romano
O calendário romano consistia em dez meses sinódicos, isto é, o ano começava próximo ao início da primavera em março e terminava em dezembro (o décimo mês). Ou seja, os 70 dias de inverno não eram contabilizados neste calendário. Alguns séculos depois, dois meses foram acrescentados, janeiro, com o nome de Janus, o deus romano de duas faces, e fevereiro, que leva o nome do festival romano de purificação. Um décimo terceiro mês ocasional foi posteriormente inserido no calendário; nesta fase, o calendário romano era o calendário luni-solar.
Calendário Juliano
Quando o imperador Júlio César governava Roma, ele recrutou o astrônomo grego Sosígenes para realizar uma reforma radical do calendário romano. O calendário que Sosígenes idealizou tinha as seguintes características principais: os meses de janeiro, março, maio, julho, agosto, outubro e dezembro tinham 31 dias cada. Por outro lado, os meses de abril, junho, setembro e novembro tinham 30 dias cada. Fevereiro tinha 28 dias em anos normais, que duram 365 dias. Cada quarto ano é um ano bissexto com 366 dias. O 366º dia aparece no calendário como 29 de fevereiro.
Este calendário foi denominado calendário Juliano, outro sistema de medição e organização do tempo. Além disso, Júlio César também mudou o nome do mês de Quintilis (o quinto mês) para julho. No entanto, foi César Augusto que esclareceu a regra do calendário juliano para o ano bissexto, decretando que só anos com total de dias divisível por quatro seriam anos bissextos. Ele também renomeou o mês de Sextilis (o sexto mês) para agosto.
Calendário Islâmico
O calendário islâmico determina o primeiro ano em 622 d.C., durante o qual ocorreu a emigração de Maomé de Meca para Medina, conhecida como Hégira. Dessa maneira, ele é usado para datar eventos em muitos países muçulmanos (simultaneamente com o calendário gregoriano). Por conseguinte, é usado por muçulmanos em todos os lugares do mundo para determinar os dias adequados para observar e celebrar as práticas religiosas islâmicas como por exemplo, jejum, feriados e festivais.
Calendário Hindu
Vários calendários hindus foram desenvolvidos no período medieval com a astronomia da era Gupta como base comum. Alguns dos calendários hindus regionais mais proeminentes incluem o calendário nepalês, calendário assamês, calendário bengali, calendário malaiala, calendário tâmil, o calendário Vikrama Samvat (usado no norte da Índia) e calendário Shalivahana.
A característica comum de todos eles é que os nomes dos doze meses são os mesmos. Contudo, a grafia e a pronúncia variavam ligeiramente de região para região ao longo de milhares de anos. O mês que inicia o ano também variava de região para região. O calendário budista e os calendários luni-solar tradicionais do Camboja, Laos, Mianmar, Sri Lanka e Tailândia também se baseiam em uma versão mais antiga do calendário hindu.
Calendário Maia
De todos os sistemas de calendário antigos, o maia e outros sistemas mesoamericanos são os mais complexos. O calendário maia tinha dois anos, a Rodada Sagrada de 260 dias, ou tzolkin, e o Ano Vago de 365 dias, ou haab.
Os fundamentos do calendário maia são baseados em um sistema que era de uso comum em toda a região, datando de pelo menos o quinto século a.C.
Nesse sentido, ele compartilha muitos aspectos com calendários empregados por outras civilizações mesoamericanas anteriores, como a Zapoteca e Olmeca, e contemporâneos ou posteriores, como os calendários Mixteca e Asteca. O calendário maia ainda é usado em muitas comunidades modernas nas terras altas da Guatemala, Veracruz, Oaxaca e Chiapas, no México.
Calendário Gregoriano – antigo e atual
O calendário gregoriano, também chamado de calendário ocidental e calendário cristão, é hoje o calendário civil mais usado internacionalmente. Ele recebeu o nome do Papa Gregório XIII, que o introduziu em outubro de 1582. Todavia, o calendário foi um aperfeiçoamento do calendário juliano. Para esclarecer, a motivação para a reforma era interromper o desvio do calendário com relação aos solstícios e equinócios e solstícios, sobretudo o equinócio de primavera, que definia a data para as celebrações da Páscoa.
A transição para o calendário gregoriano restauraria o feriado à época do ano em que era celebrado quando introduzido pela Igreja Católica. Como resultado, a reforma foi adotada inicialmente pelos países católicos da Europa. Os países protestantes e ortodoxos orientais continuaram a usar o calendário juliano tradicional, e finalmente adotaram a reforma gregoriana por uma questão de conveniência no comércio internacional. O último país europeu a adotar a reforma foi a Grécia em 1923.
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Fontes: Segredos do Mundo, Magazine Luiza, Brasil Escola
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