Você sabia que o Coelho da Páscoa há muito tempo já foi chamado de “lebre da Páscoa”? Para esclarecer, lebres e coelhos têm nascimentos múltiplos frequentes, então se tornaram um símbolo de fertilidade.
O costume da caça aos ovos de Páscoa começou porque as crianças acreditavam que as lebres botavam ovos na grama. Além disso, os romanos acreditavam que “toda vida vem de um ovo”. Os cristãos consideram os ovos “a semente da vida” e, portanto, se tornaram um símbolo da ressurreição de Jesus Cristo.
No entanto, não se sabe ao certo por que pintamos, colorimos e decoramos os ovos. No antigo Egito, Grécia, Roma e Pérsia, os ovos eram tingidos para os festivais de primavera. Na Europa medieval, os ovos eram dados como presentes.
Coelho da Páscoa como símbolo de renascimento
Simbolizando fertilidade e renascimento, acredita-se que a Deusa Anglo Saxônica da Primavera, Eostre tinha uma lebre como sua companheira. Por outro lado, historiadores acreditam que a lenda do coelhinho da Páscoa pode traçar suas raízes até os luteranos alemães. Antigamente, a “Lebre da Páscoa” julgava se as crianças tinham sido boas ou más no período que antecedeu a Páscoa, isto é, na Quaresma.
Desse modo, a tradição da caça aos ovos de Páscoa se desenvolveu à medida que as crianças acreditavam que o coelho da Páscoa escondia ovos pela casa na noite anterior ao domingo de Páscoa, semelhante ao Papai Noel que entrega presentes na véspera de Natal.
Qual é a história e o significado do coelho da Páscoa?
No paganismo
A origem do coelho da Páscoa remonta a antigas tradições pagãs associadas à fertilidade e à chegada da primavera. Na Europa pré-cristã, muitas culturas celebravam a chegada da primavera como um momento de renovação e fertilidade.
O coelho, conhecido por sua alta taxa de reprodução, se tornou um símbolo proeminente dessa época, representando o ciclo de renascimento e fertilidade. Em várias culturas germânicas, por exemplo, havia a crença de que a deusa da primavera, Eostre, transformava pássaros em coelhos, que então colocavam ovos coloridos como parte das celebrações da Páscoa.
Como o cristianismo se espalhava pela Europa, muitas dessas tradições pagãs foram adaptadas para se encaixar nas novas crenças. No caso da Páscoa, a associação do coelho com a festividade da ressurreição de Cristo foi uma transição natural.
Embora a figura do coelho possa ter sido inicialmente ligada a tradições pagãs, seu papel na celebração cristã da Páscoa foi reinterpretado para representar não apenas a fertilidade, mas também a nova vida e a ressurreição.
Dessa forma, hoje, o coelho da Páscoa permanece como um dos símbolos importantes e queridos da celebração, embora sua origem remonte a antigas tradições pagãs europeias.
A fusão de diferentes culturas e crenças ao longo dos séculos foi moldando a maneira como a gente celebra a Páscoa, destacando tanto os elementos religiosos quanto os aspectos mais antigos ligados à natureza e à renovação.
No cristianismo
A forma como o cristianismo usa a figura do Coelho da Páscoa envolve uma fusão entre tradições, inclusive a pagã mencionada anteriormente.
Em muitas culturas antigas, o coelho era um símbolo de fertilidade e renovação. Durante o período da Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, a tradição do coelho foi integrada, simbolizando o renascimento espiritual e a vida nova encontrada através da fé cristã.
Diante disso, a associação do coelho com a Páscoa pode ter se originado na Alemanha, onde os cristãos medievais costumavam acreditar que o coelho simbolizava a nova vida trazida pela ressurreição de Cristo.
Essa ideia se espalhou para outras partes do mundo ao longo dos séculos, se tornando uma tradição popular entre os fiéis cristãos. Embora não haja nenhuma menção específica ao coelho na Bíblia, a sua presença na celebração da Páscoa cristã continua a ser um símbolo significativo de renovação e esperança.
Quando se popularizou o coelho como símbolo da Páscoa?
Tudo começa com as civilizações pré-cristãs. Porém, sua popularização moderna está amplamente ligada à cultura germânica do século XVI.
Naquela época, como a gente já mencionou, o coelho era conhecido por sua reprodução rápida, o que passou a simbolizar a fertilidade e a renovação da vida, elementos essenciais para a celebração da Páscoa, que marca a ressurreição de Jesus Cristo.
Durante os séculos seguintes, imigrantes germânicos trouxeram suas tradições para os Estados Unidos, onde a figura do coelho da Páscoa ganhou ainda mais destaque.
Especialmente no século XIX, com a popularização da Páscoa como uma festividade comercial e familiar, o coelho se tornou uma figura central nos rituais e celebrações, especialmente entre as crianças.
No entanto, foi somente no século XX, com o surgimento da produção de doces e chocolates, que o coelho da Páscoa se tornou um ícone amplamente reconhecido e comercializado.
Diante disso, as empresas de confeitaria aproveitaram a popularidade do símbolo e começaram a produzir ovos e coelhos de chocolate, tornando-os itens essenciais nas cestas de Páscoa e nas tradições de presentear nesta época do ano.
Por que a tradição não é celebrada num dia fixo?
A justificativa mais prática é que os primeiros cristãos queriam celebrar a Páscoa por volta da época da festa judaica quando se pensa que a Última Ceia aconteceu. Como o calendário hebraico é baseado nos ciclos solar e lunar, a Páscoa muda a cada ano e isso, por sua vez, também faz com que a Páscoa também mude.
Além disso, há outro fator: os cristãos ocidentais, incluindo protestantes e católicos romanos costumam celebrar em datas diferentes, graças às diferenças em seus calendários.
Portanto, somente após o Primeiro Concílio de Nicéia, uma reunião de bispos, determinou que a Páscoa sempre cairia no primeiro domingo após a lua cheia pascal ou seja, a primeira lua cheia do equinócio da primavera.
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Fontes: Mundo Educação, Petz, Brasil Escola
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