Você sabe o que é o fenômeno La Niña? Em suma, é um comportamento anormal, mas temporário e transitório do clima, que produz uma quantidade maior de chuvas acima do normal, bem como uma diminuição da temperatura do ar. Esse evento é produzido pela diminuição da temperatura da superfície do oceano Pacífico tropical.
Em outras palavras, o fenômeno produz uma maior presença dos ventos alísios, que empurram fortemente as águas quentes da superfície do Oceano Pacífico para o oeste, fazendo com que as águas frias saiam do fundo.
Como resultado, essas águas produzem maior umidade e menor temperatura do ar e, portanto, maior presença de chuvas nos países litorâneos como o Brasil. Saiba mais sobre esse fenômeno a seguir.
Como ocorre o La Niña?
Para entender o que é La Niña, é necessário explicar o fenômeno mais geral em que está inserida, o El Niño-Oscilação do Sul, ENOS ou ENSO ( em inglês).
El Niño é um padrão climático que causa o enfraquecimento dos ventos alísios no hemisfério sul do Pacífico. Esses ventos, quando são normais, carregam as águas superficiais das costas em direção ao oceano e isso faz com que as águas frias das profundezas ali surjam.
Essa água fria é normal na zona equatorial da costa sul-americana. Todavia, quando esses ventos alísios enfraquecem, esse processo cessa, a água quente se acumula e há um aumento da superfície do mar na costa do Peru e do Equador, principalmente.
Agora, quando os ventos alísios estão muito fortes e a subida daquela água fria na zona equatorial é reforçada e a temperatura do mar está abaixo do normal, o fenômeno La Niña começa a se manifestar.
Geralmente, entre as duas fases, ocorre um período denominado “zona neutra” em que nenhum dos dois eventos está notavelmente ativo e as temperaturas estão acima da média.
Quais os efeitos desses fenômenos?
Os efeitos tanto do La Niña quanto do El Niño vão de secas a inundações, de fortes chuvas a furacões e sempre dependem da zona de oscilação. E embora sigam padrões, isso não significa que cada vez que as condições são ativadas, elas se manifestam da mesma maneira, ou seja, nenhum evento La Niña é igual ao outro.
Geralmente, o La Niña se manifesta de duas formas totalmente diferentes na América Latina: chuvas fortes e abundantes, aumento do fluxo do rio e inundações subsequentes na Colômbia, Equador e norte do Brasil; e em condições de seca no Peru, Bolívia, sul do Brasil, Argentina e Chile.
Vários desses últimos países experimentaram uma seca intensa desde o ano passado, que afetou lavouras, secou rios e impactou a geração hidrelétrica. Aliás, teme-se que o La Niña atrase ainda mais a estação chuvosa no Cone Sul e torne 2022 um ano ainda mais seco.
10 curiosidades sobre La Niña e El Niño
1. La Niña apareceu pela primeira vez na literatura científica no final de 1989, no entanto sua origem remonta a escalas de tempo geológicas.
2. Este fenômeno se desenvolve quando a fase positiva da Oscilação Sul atinge níveis significativos e dura vários meses.
3. Durante os eventos La Niña, as águas quentes do Pacífico equatorial concentram-se na região próxima à Oceania; aliás, é nesta região que se desenvolvem a nebulosidade e as precipitações mais intensas.
4. O início do fenômeno La Niña caracterizado por um fortalecimento dos ventos alísios encontrados na zona de convergência intertropical; bem como um deslocamento anterior deste para o norte de sua posição usual.
5. Maturação é o nome dado ao fim do evento La Niña e ocorre depois que a intensidade dos ventos alísios voltou ao seu estado normal.
6. O nome El Niño se refere ao menino Jesus, pois o fenômeno ocorre aproximadamente na época do Natal no Oceano Pacífico, na costa oeste da América do Sul.
7. No Oceano Pacífico tropical, o “El Niño” é detectado por diferentes métodos; isso inclui desde satélites e boias flutuantes até análises do nível do mar, obtendo dados importantes sobre as condições na superfície do oceano.
8. El Niño provoca mudanças importantes no clima, causando o aquecimento do mar, bem como condições de seca em alguns lugares e chuvas intensas em outros.
9. O fenômeno La Niña pode durar de 9 meses a 3 anos, e dependendo de sua intensidade é classificado como fraco, moderado e forte.
10. Por fim, ambos os fenômenos La Niña e El Niño são variações normais nas temperaturas da superfície do mar. Eles existem há milhares de anos e continuarão a existir, sem que o homem seja capaz de interferir.
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