Sabe aquela impressão de que o mundo está diminuindo? Pois é, não é só impressão, pelo menos não para a biologia. Só para ilustrar, há dez mil anos atrás seria comum sair para dar um passeio e esbarrar em uma preguiça de quatro toneladas. Além disso, se não ficasse atento ainda corria o risco de ser atropelado por um tatu de dois metros. Estranho? Não mesmo, na verdade, esse era o cotidiano na megafauna.
Em suma, alguns pesquisadores apontam que, de tempos em tempos, o planeta passa por períodos de extinções em massa. Então, o desaparecimento dos dinossauros no fim do Cretáceo, acabou beneficiando a expansão dos mamíferos de grande porte que integraram a megafauna. No entanto, o mesmos desapareceram no final do Pleistoceno, a Era do Gelo.
Esses animais em grande escala eram alguns metros maiores algumas toneladas mais pesados que suas versões atuais. Ademais, embora algumas teorias relacionem seu desaparecimento com o surgimento da espécie humana, há evidências de que seres humanos passaram um bom tempo convivendo com esses seres extraordinários.
Então, como a megafauna acabou?
Pois então, acredita-se que decorrente da junção de fatores climáticos e antrópicos, a megafauna foi sumindo. Portanto, além do aquecimento do planeta, que interferiu nos ecossistemas onde essas feras viviam e prejudicou sua alimentação, a coexistência com a espécie humana não foi passífica por muito tempo. Dessa forma, a competição por espaço e alimento, além da caça, colocou o homem no topo da cadeia alimentar e prejudicou esses bichos.
No entanto, essa extinção não aconteceu de forma imediata. Segundo um estudo publicado em 2016, fósseis da Patagônia foram analisados e revelaram que animais da megafauna passaram mais de mil anos convivendo com humanos. Porém, um súbito aquecimento terrestre extinguiu a megafauna em apenas cem anos.
Ademais, há representantes remanescentes da megafauna no continente africano e nos ecossistemas marinhos, lugares que não foram tão afetados por esse processo de extinção em massa. Sendo assim, é possível encontrar grandes animais terrestres e marinhos nesses locais, como elefantes africanos, girafas, baleias azuais e tubarões-baleia.
Exemplares da megafauna
Assim como acontece hoje em dia, os animais da megafauna variavam de acordo com o território. Então, cada continente possuía uma fauna única e, dessa forma, era possível encontrar: o leão-americano na América do Norte, o tigre-dentes-de-sabre na América do Sul, a hiena-das-cavernas na Eurásia e a águia-de-haast na Oceania.
Além disso, curiosamente, existe uma teoria que sugere que alguns animais folclóricos são, na verdade, seres da megafauna que coexistiram com o homem. Por exemplo, o Mapinguari, um dos personagens das lendas amazônicas, tem características muito parecidas com a preguiça-gigante, animal também nativo desse território. Será mera coincidência?
E então, bateu aquela curiosidade de saber como eram esses animais gigantes? Pois bem, logo abaixo selecionamos alguns dos exemplares mais incríveis que integraram a megafauna.
Mastodonte
O primo menor, porém mais forte, do mamute, vivia lado a lado com o paquiderme peludo. Assim como os elefantes da atualidade, os mastodontes viviam em manadas e habitavam a América do Norte e central. Contando com quase 3 metros de altura e pesando mais de 7 toneladas, esse ancestral do elefante não passava despercebido.
Megatério
Também conhecida como preguiça-gigante, essa figura tinha presença marcada nas Américas do Sul e do Norte. Ao contrário de suas descendentes, essa preguiça não subia em árvores, já que seus 4 metros de altura e 4 toneladas garatiam muito bem sua segurança no chão. No entanto, sua quantidade de carne atraía muitos predadores.
Gliptodonte, o tatu da megafauna
Se você esbarrasse em um gliptodonte, provavelmente o chamaria de tatu-gigante. Embora seja originária da América do Sul, essa espécie espalhou-se para o centro e para o norte, afinal, seus 3 metros de comprimento e 1,4 toneladas ocupavam bastante espaço e não cabiam todos os gliptodontes em um lugar só.
Tigre-dentes-de-sabre
O esmilodonte é, provavelmente, um dos animais mais famosos da megafauna. No entanto, o que poucos sabem é que existem três espécies diferentes do felino pré-histórico: Smilodon populator, Smilodon fatalis e Smilodon gracilis. Esse animal chegava aos 3 metros de comprimento e pesava quase 1 tonelada.
Mamute-lanoso
Também conhecida como a última espécie de mamute, acredita-se que esse animal foi um dos que sofreu com a caça humana. Sua carne rendia alimento, sua pele tornava-se vestimentas e seus ossos ferramentas. Chegando a medir 3 metros de altura e pesar 10 toneladas, o bicho dava um grande trabalho aos caçadores.
Arctodus, o urso da megafauna
O urso de pernas longas e cara achatada tinha uma estrutura mais alta, pesada e ágil que as versões atuais. Nada de mel, esse urso era exclusivamente carnívoro e tinha molares especializados para isso. Podendo atingir 3,5 metros de altura e 1 tonelada, esse animal da megafauna era rápido e letal.
Leão-americano
Muito se fala sobre o tigre-dentes-de-sabre e pouco se sabe sobre o leão-americano, outro imponente felino das Américas. Com 3,60 metros de comprimento e meia tonelada de peso, esse animal era 33% maior que os leões atuais. Além disso, acredita-se que ele era bem mais inteligente que seus descendentes.
Toxodonte
Certamente um dos mamíferos mais estranhos que já existiu, juntamente com o ornitorrinco, o toxodonte dispensa classificações. Todavia, por muito tempo cogitaram que ele tratava-se de um anfíbio. Visto que o animal da megafauna possuía 3 metros e mais de uma tonelada, entraria pra lista de anfíbios gigantes.
Xenorinotério
Outro mamífero um tanto quanto peculiar, o xenorinotério pertence a uma ordem já extinta e era herbívoro. Os fósseis encontrados sugerem que ele tinha uma pequena tromba, media 2,4 metros e pesava mais de meia tonelada. Habitava a América do Sul e teve seus ossos encontrados na Bahia.
Rinoceronte-lanudo
Habitante das áreas glaciais, assim como o próprio nome sugere, esse rinoceronte contava com avantajado casaco de pelo para se proteger do frio. Além disso, seus 3,8 metros de comprimento, 2 m de altura e quase 3 toneladas de peso eram ótimos na disputa de alimentos, ainda mais quando o animal da megafauna colocava o chifre na jogada.
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