Quem nunca ouviu que tomar banho depois de comer faz mal? Principalmente durante a infância, é comum ouvir essa proibição por parte dos adultos, mas será que faz mal mesmo?
A ciência explica que não há problema, desde que a refeição realizada tenha sido leve. Além disso, é importante evitar esforço físico de grande intensidade para escapar do mal estar e de problemas na digestão.
O que acontece é o seguinte: quando finalizamos uma refeição, nosso organismo dá prioridade ao processo da digestão dos alimentos. Nesse sentido, as funções relacionadas ao metabolismo e oxigênio agem principalmente no sistema digestivo.
Como funciona?
Basicamente, esse processo acontece porque o cérebro aumenta o fluxo de sangue nos músculos do sistema digestivo. Em outras palavras, o sangue e o oxigênio ficam concentrados nessa região para atuar no processo da digestão.
Sendo assim, o problema principal não é tomar banho depois de comer. Na realidade, o que faz mal é a atividade física intensa logo após a refeição.
Quando iniciamos alguma atividade física depois de comer, como nadar ou se agitar em excesso, nossos músculos começam a requerer mais sangue para oxigenação. Sendo assim, o organismo precisa interromper o processo de digestão para distribuir recursos aos outros sistemas envolvidos nesse exercício.
Consequentemente, essa interrupção é o que pode causar mal estar. Nesse caso, os mais comuns são a azia e indigestão.
Entretanto, um simples banho corriqueiro de chuveiro após a refeição não causa mal. O corpo humano consegue, naturalmente, conciliar diferentes funções enquanto realiza a digestão, mas é necessário tomar alguns cuidados.
Cuidados ao tomar banho depois de comer
No geral, a recomendação dos nutricionistas é que cada pessoa observe a quantidade de comida ingerida, bem como os horários de cada refeição. Dessa forma, é possível que o organismo realize a digestão e você engaje em uma atividade física sem maiores problemas.
Ademais, observar a temperatura da água é outro fator que pode contribuir para evitar o mal estar. O choque térmico ao tomar banho depois de comer faz com que o organismo também tenha que distribuir recursos para recuperar a temperatura corporal.
Mais ainda, o choque térmico nos faz agitar o corpo instintivamente. Isso acontece porque buscamos nos aquecer e retomar a temperatura média, como um mecanismo de proteção.
Aliás, quanto maior a quantidade de alimento ingerido, maior é a quantidade de sangue que o organismo precisa para fazer a digestão. Por isso, a sensação de inchaço e estufamento após uma grande refeição pode perdurar por muito tempo, causando náusea, mal estar, indigestão e enjôo.
Outra consequência da atividade física durante o banho após a refeição é a eventualidade de um acidente mais grave, como um afogamento. Apesar dos riscos serem mínimos, é possível que a pessoa passe mal e perca o controle momêntaneo das reações, levando ao afogamento.
O que fazer para evitar problemas
Sendo assim, é fundamental manter uma dieta balanceada em cada refeição. Desse modo, é possível evitar complicações pelo excesso ou pela falta de nutrientes na hora de tomar banho depois de comer.
Além disso, o cuidado com as porções em cada refeição permite que o organismo trabalhe em um ritmo natural e realiza a digestão sem maiores problemas. Entretanto, em caso de indigestão e mal estar, o mais indicado é o descanso.
A recomendação dos profissionais de saúde é que se espere de uma a duas horas para poder tomar banho depois de comer. Esse é o tempo médio necessário para a digestão completa ocorrer, mas sempre depende do alimento consumido.
No que diz respeito a tomar banho depois de comer, os profissionais ainda recomendam que se evite longos banhos quentes. Nesse sentido, a água quente pode causar uma queda na pressão arterial, forçando o organismo a direcionar recursos para regular a temperatura corporal.
Ainda mais, banhos quentes podem dificultar a oxigenação da pele e causar outras complicações. Sobretudo, isso acontece porque o organismo abre os poros, estimulando a proteção do sebo e comprometendo a camada protetora da pele.
Dessa forma, problemas de longo prazo tendem a surgir. Nesse caso, os principais exemplos são as dermatites, acnes e desidratação da derme.
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Fontes: Drauzio Varella | Conquiste sua vida | UOL | Preparado para Valer | Farmácia Extrato | Folha Vitória
Imagens: Proteste | Família | Veja São Paulo | Freepik