Hoje em dia, é bem comum ver influenciadores promovendo aplicativos de apostas, muitas vezes com promessas de ganhos rápidos e grandes. No entanto a realidade é que, na maioria das vezes, isso acaba levando a um cenário onde muitas pessoas acabam desenvolvendo vício em apostas. O que parece uma chance de ganhar dinheiro fácil pode, na verdade, resultar em problemas sérios, como dívidas e questões de saúde mental.
Esse vício pode se mostrar de várias maneiras, desde apostas esportivas até jogos de cassino online. E não é só um problema para um tipo específico de pessoa – pode atingir qualquer um, independentemente da idade ou origem, embora seja mais comum entre homens.
E aí, vamos ver alguns fatos importantes sobre esse vício? Continue com a gente!
15 fatos importantes sobre o vício em apostas
1- O que são as bets
As bets, ou as apostas esportivas online, se tornaram um passatempo popular no Brasil, com cerca de 22 milhões de pessoas (cerca de 14% da população) arriscando um palpite em 2023. Nesse universo, você coloca sua fé no resultado de eventos esportivos, esperando uma recompensa financeira.
Apesar de toda a estratégia e conhecimento que podem estar envolvidos, o esporte é imprevisível, o que torna as apostas arriscadas. E aqui está o ponto mais importante: o risco não está só na perda do dinheiro, mas também na possibilidade de se viciar.
2- Funcionamento das apostas online
As apostas online funcionam em plataformas digitais bem práticas, onde você pode fazer jogos em esportes, por exemplo, com apenas alguns cliques. A facilidade é tão grande que você consegue acessar essas plataformas a qualquer hora e de qualquer lugar, o que torna o vício em apostas ainda mais arriscado.
Além dos esportes tradicionais, essas plataformas também oferecem opções como cassinos virtuais, poker, bingo, etc. No entanto, essa facilidade também traz alguns riscos, já que a possibilidade de apostar a qualquer momento pode se tornar um grande problema para muitos.
3- Mas os jogos de azar não são proibidos?
Era, mas esse cenário mudou. A regulamentação dos jogos online no Brasil, aprovada em 2023, permite a exploração de apostas de cota fixa em eventos esportivos e jogos online por empresas autorizadas pelo Ministério da Fazenda, que devem cumprir requisitos técnicos e pagar outorga.
Diante disso, a lei define direitos dos jogadores, como receber informações claras sobre riscos e transtornos do jogo patológico, e estabelece restrições, como a proibição de apostas para menores de 18 anos e indivíduos com influência sobre os resultados.
4- Legalidade não quer dizer responsabilidade
No tópico anterior, vimos que, desde 2023, os jogos e apostas online passaram a ser regulamentados por uma nova lei, tornando essa prática oficialmente lícita. Mas será que essa regulamentação realmente garante segurança para quem aposta? Embora a legalização traga mais controle e supervisão, evitando golpes e fraudes, é importante lembrar que a segurança não depende só da lei.
A regulamentação dessas apostas não resolve o problema de que muita gente acaba viciada nesses jogos online. Infelizmente, muitas pessoas acabam perdendo dinheiro e até parte do patrimônio por conta das dívidas que acumulam nessas plataformas. Mesmo com regras mais rígidas, o acesso fácil e a emoção das apostas continuam atraindo pessoas que, muitas vezes, não percebem o risco de vício em apostas até ser tarde demais.
5- As redes sociais e a grande facilidade para apostar
Nas redes sociais, as coisas parecem mais fáceis e atraentes, né? Isso a gente já sabe bem. O problema é quando grandes influenciadores usam essa popularidade para convencer as pessoas que realmente é possível ganhar dinheiro fácil com os jogos online que eles promovem. A questão é que muitos desses jogos são arriscados, e a chance de perder é bem maior do que eles fazem parecer.
Além disso, o impacto que essas recomendações podem ter sobre pessoas mais vulneráveis, como jovens ou aqueles que já têm uma certa tendência ao vício, é algo que não pode ser ignorado. Isso fica bastante evidente porque esse canal de comunicação promove um alcance maior, e a sedução de que se pode ganhar dinheiro fácil fica ainda mais claro com a divulgação.
6- Diferença entre vício e diversão
A diferença entre apostar por diversão e cair no vício está no controle e nas motivações de quem aposta. Quando é só por diversão, a pessoa encara as apostas como uma forma de entretenimento, definindo limites claros de quanto tempo e dinheiro está disposta a gastar.
Diante disso, ela se diverte, curte a experiência, mas sem deixar que isso afete sua vida pessoal ou financeira. Esses pontos são extremamente importantes pra gente levar em consideração.
Por outro lado, o vício em apostas acontece quando a pessoa perde completamente o controle sobre os jogos online, por exemplo. Ela sente uma necessidade incontrolável de continuar jogando, mesmo sabendo que isso pode levar a problemas sérios, como dívidas e problemas com a família.
Portanto, essa compulsão e ausência de controle cria um ciclo perigoso, onde a pessoa tenta recuperar o dinheiro perdido, mas acaba se afundando ainda mais no problema. Infelizmente, esse comportamento pode virar um vício de verdade, que precisa de intervenção e até um tratamento especializado para ser superado.
7- O perfil de um viciado em apostas
O perfil de um viciado em apostas geralmente envolve a falta de controle e uma obsessão crescente em apostar. Essas pessoas acabam tão focadas nos jogos de azar que dedicam a maior parte do tempo e do dinheiro nisso, mesmo quando já estão enfrentando consequências bem ruins.
Diante disso, a compulsão cria um ciclo vicioso de perdas e tentativas de recuperação, onde o apostador acredita que a próxima aposta sempre vai ser a que vai trazer o grande prêmio, o que só aumenta o risco.
Além disso, vale lembrar que muitos dos viciados em apostas são homens entre 30 e 50 anos, que já enfrentam dificuldades financeiras e sociais. Isso faz com que essa “diversão” seja uma saída para melhorar a situação ou até escapar da realidade, mas, na verdade, só faz piorar os problemas.
8- Desenvolvimento do vício no cérebro
Uma coisa a gente consegue afirmar: está muito ligado a mudanças químicas no cérebro, especialmente no sistema de recompensa. Quando você aposta, a expectativa de ganhar faz o cérebro liberar dopamina, um neurotransmissor que traz aquela sensação de prazer e euforia. Essa sensação faz você querer apostar mais, porque o cérebro começa a associar o ato de apostar com essas emoções positivas.
No entanto, com o tempo, isso cria um ciclo vicioso: mesmo quando as perdas financeiras aparecem, a busca por essas sensações se torna cada vez mais forte e difícil de controlar. Isso pode levar a um comportamento compulsivo, em que você aposta sem parar e perde totalmente o controle, resultando em um padrão de jogo prejudicial.
Muitos especialistas, por exemplo, fazem a comparação dessa condição com pessoas que são viciadas em anfetamina. Além disso, um estudo da Universidade de Cambridge revelou que jogadores compulsivos apresentam diferenças na estrutura e função cerebral, especialmente em áreas relacionadas ao controle de impulsos e tomada de decisões, o que os torna mais vulneráveis a agir de maneira impulsiva, mesmo conscientes das consequências negativas.
9- Fatores que favorecem o vício em apostas
O psiquiatra Fábio Aurélio Leite, do Hospital Santa Lúcia, destaca que fatores como a facilidade de acesso às plataformas de apostas online, especialmente entre os jovens, são fundamentais para o vício em apostas.
Além disso, ele observa que a combinação de um perfil competitivo, a busca por emoção e a influência de amigos e propagandas cria um ambiente propício para a compulsão, levando muitos a tratar o jogo como uma forma de investimento ou solução financeira, o que aumenta o risco de desenvolver problemas sérios relacionados ao jogo.
Por fim, dentre os fatores que favorecem esse quadro, a gente pode listar:
- Anonimato
- Acessibilidade através dos meios digitais
- A forma de pagamento, como o cartão de crédito
- Transtornos mentais
- Isolamento social
- Ausência de apoio familiar
10- Indícios de vício em apostas
Os sinais de vício em apostas incluem a falta de controle e uma obsessão constante pelo jogo, a ponto de perder o interesse em outras áreas da vida e pensar o tempo todo quando vai ser a próxima aposta. Outros indícios são a dificuldade de parar mesmo após uma vitória, a necessidade de apostar valores cada vez maiores para sentir a mesma emoção e mudanças bruscas de humor.
Além disso, também pode afetar as finanças, levando a gastos excessivos, e a vida social, resultando em isolamento e negligência de responsabilidades. Com o tempo, esses problemas tendem a se agravar, podendo causar dívidas, depressão e até mesmo o fim de relacionamentos.
11- Média de idade entre apostadores
A média de idade dos viciados em apostas online, ou em apostas esportivas, tem se concentrado principalmente na faixa dos 20 aos 35 anos, com um número crescente de jovens entre 20 e 25 anos buscando tratamento para lidar com essa compulsão.
O psiquiatra Fábio Aurélio Leite, do Hospital Santa Lúcia de Brasília, observa que o número de jovens viciados em apostas esportivas online tem crescido. Ele descreve essa condição como um transtorno que pode interferir nas atividades sociais e levar a comportamentos extremos para manter o hábito.
Logo, infelizmente, pesquisadores e profissionais de saúde mental têm percebido um aumento bem significativo na procura de ajuda nessa faixa etária, especialmente quando a gente pensa no público masculino.
12- Consequências financeiras
O vício em apostas pode ter um impacto financeiro devastador. Muitas pessoas começam a apostar achando que podem ganhar dinheiro fácil, mas acabam perdendo grandes quantias e se afundando em grandes dívidas. Já houve casos de pessoas que perderam até R$ 200 mil em apostas, o que mostra como a situação pode sair do controle bem rápido.
Portanto, essa situação pode levar a um impulso para tentar recuperar o dinheiro perdido, a exemplo de empréstimos e decisões financeiras impulsivas, agravando ainda mais a crise financeira. Além disso, o estresse financeiro pode afetar relacionamentos e causar problemas na convivência com familiares e até mesmo amigos.
13- O foco em pessoas de pouca renda
Pode parecer loucura, mas é verdade: jogos como “Tigrinho” ou apostas esportivas têm como alvo principal pessoas com renda baixa. Esses jogos são frequentemente promovidos por influenciadores, criando a ilusão de que é possível ganhar dinheiro rápido e fácil.
No entanto, essa ideia está longe de ser realidade. Muitas pessoas acabam perdendo tudo o que têm e, mesmo diante da frustração, continuam jogando na esperança de recuperar o que perderam. É uma situação perigosa e bastante comum, muito mais do que a gente imagina, inclusive.
14- Empresas de jogos de azar movimentam milhões
As empresas de jogos de azar, principalmente as plataformas de apostas online, estão crescendo a passos largos nos últimos anos. Um estudo da consultoria TechNET Immersive revela que o mercado de games poderia chegar a movimentar R$ 1 trilhão em 2023, o que é mais do que o dobro do que as indústrias do cinema e da música juntas. Dá pra acreditar?
No Brasil, o setor de apostas online explodiu, com um crescimento impressionante de 734,6% entre 2021 e abril de 2024. O número de empresas nesse setor saltou de 26 para 203 em 2022.
A regulamentação recente, que exige licenças e o pagamento de impostos, tem atraído ainda mais investidores. Em apenas um mês, no final de 2023, 134 novas empresas mostraram interesse em operar no país. Isso mostra como o mercado está em alta e atraindo cada vez mais atenção.
15- A dependência em jogos: uma questão de saúde pública
O vício em apostas é visto como um problema de saúde pública, sim, porque afeta profundamente a vida das pessoas. Quem tem compulsão por jogos online pode enfrentar sérios problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e estresse, além de enfrentar crises financeiras e desgastar relacionamentos com os seus familiares.
Diante disso, a facilidade de acesso às apostas online só intensifica essa situação, com a popularidade crescente desses sites fazendo com que mais gente acabe se envolvendo com o vício. Por isso, é crucial que governos e organizações de saúde pública adotem medidas para prevenir, tratar e informar sobre os riscos desse problema.
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