Teorias da conspiração são hipóteses que se baseiam na premissa de que os detentores do poder tramam e manipulam a sociedade. De acordo com pesquisa publicada no British Journal of Psychology, um dos fatores que levam as pessoas a aceitarem e acreditarem em teorias da conspiração é o narcisismo coletivo.
Para definir esse termo, os pesquisadores alegam que existe uma convicção exagerada na importância de um grupo. Dessa forma, o grupo em questão busca inimigos imaginários e crê em explicações que possa culpá-los e, ao mesmo tempo, em formas de enfrentar o fracasso.
Além disso, os conspiracionistas narcisistas se veem como especiais por terem acesso a esse “conhecimento secreto”, enquanto as demais pessoas são ingênuas. Assim, quem é influenciável é facilmente levado a acreditar em informações, muitas vezes, até absurdas.
No entanto, nem todas as teorias da conspiração são bobagens. Existem algumas que, embora bem absurdas, são reais, como é o caso dos experimentos do projeto MK Ultra, da CIA, que tinha como objetivo de alcançar o controle mental e, para isso, eram utilizados métodos controversos, por exemplo, tortura, administração de drogas etc.
Você que conhecer mais algumas teorias da conspiração que são reais? Então, confira nossa matéria!
11 teorias da conspiração verdadeiras
1. Água muda o sexo das rãs
Para iniciar a nossa lista, a gente vai tomar como base um guru das teorias da conspiração dos EUA: Alex Jones. O apresentador de rádio divulgou a informação de que o governo estadunidense estava contaminando a água de forma que isso fazia as rãs mudarem de sexo.
Absurdo? Muito! Mentira? Não completamente!
Mesmo não existindo nenhuma comprovação de que o governo esteja fazendo isso de propósito (inclusive, porque nem faz sentido), estudos da Universidade da Califórnia mostraram que, realmente, existem produtos químicos capazes de mudar o sexo desses anfíbios.
A pesquisa fez um experimento que descobriu que até 1 entre 10 rãs machos, quando expostas à atrazina, sofre um desequilíbrio nos hormônios que os torna mais femininos do que masculinos no decorrer da vida.
2. Teoria da conspiração do experimento de Tuskegee
Essa teoria é dos anos de 1932 até 1972. Ou seja, ela se fez ativa por 40 anos. Basicamente, essa teoria começou quando o Serviço de Saúde Pública dos EUA realizou um estudo clínico chamado Tuskegee Syphilis Experiment.
Esse estudo foi aplicado em 400 trabalhadores rurais do estado americano do Alabama. Dentre esses trabalhadores, todos eram homens afro-americanos, além de todos estarem diagnosticados com sífilis. Assim, esse estudo era visto como um tratamento gratuito que, aparentemente, seria uma boa ação do governo americano.
Contudo, as coisas não foram exatamente assim. Primeiramente, os homens não foram nem avisados que estavam com sífilis, pois o governo americano afirmava que esse tratamento era para combater “sangue ruim”, expressão local usada para designar diversos problemas, como anemia, fadiga e também sífilis.
Entretanto, esse estudo era totalmente controverso. Pois o interesse do governo americano era, na verdade, observar como a doença avançava no corpo do homem negro. Ou seja, eles não queriam salvar aqueles homens, e nem mesmo fazer uma boa ação social.
E o que é pior, esse tratamento continuou mesmo depois de a penicilina se tornar disponível como uma cura da doença sexualmente transmissível em questão, na década de 1940. Em vista disso, praticamente todos os homens acabaram morrendo em decorrências das complicações. Enquanto suas mulheres e filhos de alguns desses homens também ficaram infectados por essa doença.
Esse caso se tornou uma teoria da conspiração, pois o governo americano passou anos negando essa experiência. Porém, um tempo depois, o próprio presidente Bill Clinton fez um pedido de desculpas formal e ainda classificou o episódio como vergonhoso.
Mas, infelizmente, isso ainda não é o suficiente, diante tamanho ato desumano.
3. A Operação Northwoods
Essa teoria da conspiração, novamente envolvendo os Estados Unidos, se baseia em uma “pequena” mentira do militares americanos. Entretanto, essa teoria se baseou em falsos motivos criados pelos militares americanos. Esses motivos tinham como intuito persuadir o povo americano, de que era necessário os Estados Unidos invadir Cuba.
Os Estados Unidos queriam executar a Operação Northwoods, que, de acordo com eles, era preciso, pois Cuba já havia começado a guerra e várias cidades da Flórida, incluindo Miami e até a capital do país, Washington D.C., seriam bombardeadas. Além de pessoas que iriam ser sequestradas e também bases militares iriam ser explodidas.
Em vista desse discurso, o povo americano ficou amedrontado e, por fim estavam todos a favor das invasões dos Estados Unidos. Porém, felizmente, o presidente John F. Kennedy rejeitou o plano maligno, e livrou os americanos de intensas guerras e bombardeios sem motivos.
4. Teoria da conspiração por trás do testemunho de Nayirah
Essa teoria da conspiração também envolve os Estados Unidos, porém, dessa vez, eles sofreram um golpe. Esse episódio ocorreu em 1990, que foi a época em que o Iraque e o Kuwait estavam enfrentando uma guerra entre si. Os Estados Unidos só observavam de longe, porém tudo muda após o testemunho de Nayirah.
Nayirah era uma menina de 15 anos, a qual havia dado um depoimento em um congresso sobre direitos humanos, enquanto a guerra ocorria. Nesse testemunho, ela relatava todas as tristezas e maldades que o povo de Kuwait estavam vivenciando por conta da guerra.
No entanto, essa declaração da garota fez com que os Estados Unidos entrasse para a guerra para, então, salvar o povo de Kuwait.
E agora, com certeza você está se perguntando: o que tem de errado nessa história, não é mesmo?
O lado errado da história é que, na verdade, esse discurso da menina não passou de uma grande farsa. A Nayirah era na verdade filha do embaixador kuwaitiano dos EUA , ou seja, ela fazia parte da família real do país. Naquela época, a imprensa não tinha acesso ao Kuwait, por isso o depoimento dela ficou sendo a versão oficial dos fatos.
5. A Operação Paperclip
Essa teoria da conspiração foi uma operação que ocorreu após a Segunda Guerra Mundial. Ela consistiu em uma extradição secreta das mentes brilhantes do regime nazista de Hitler.
Entretanto, isso foi feito como uma tática dos Estados Unidos, para se sobressair diante os outros países, devido à corrida por melhores tecnologias e armamentos. Inclusive, os Estados Unidos procuraram pelos cientistas nazistas, pois muitos acreditavam que eles haviam muitos conhecimentos avançados para a época.
6. O incidente do Golfo de Tonkin
O incidente do Golfo de Tonkin foi basicamente o motivo pelo qual os Estados Unidos se envolveram na Guerra do Vietnã. De acordo com os americanos, a marinha norte-vietnamita teria atacado o destroier (um tipo de navio de defesa e espionagem) norte-americano USS Maddox.
Em vista disso, como resposta o presidente dos EUA Lyndon B. Johnson, elaborou a Resolução do Golfo de Tonkin, que se tornou o pretexto perfeito de seu governo para entrar definitivamente na guerra do Vietnã. Porém, o governo vietnamita assegurou que não havia ocorrido nenhum ataque.
Ou seja, o evento que os americanos afirmaram ter ocorrido, na verdade, nunca aconteceu.
7. Teoria da conspiração do Projeto MK Ultra
Esse projeto MK Ultra foram alguns experimentos secretos de controle mental que a CIA (Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos) praticou em alguns cidadãos norte-americanos, nas décadas de 1950 até 1973. No entanto, nesses experimentos, a CIA usava drogas, eletrônicos, hipnose, privação sensorial, abuso verbal e sexual e tortura para conduzir os experimentos de engenharia comportamental.
Esses projetos foram aplicados em mais de 80 diferentes instituições, incluindo universidades, hospitais, prisões e empresas farmacêuticas. E mesmo você achando extremamente repugnante, esse fato realmente aconteceu. Tanto é que o presidente Clinton emitiu um pedido de desculpas em nome do governo dos Estados Unidos.
Porém, após esses experimentos serem descobertos, muitos dos documentos que comprovavam esses experimentos foram destruídos, e, por isso, ninguém foi levado à justiça.
No entanto, pode se comparar os episódios do MK Ultra com a “Ultraviolência” relatada no filme e livro Laranja Mecânica, em que o personagem principal é exposto a alguns esquemas de torturas, e o que muitos pensam é que talvez a história relatada pode não ser uma mera coincidência.
Até por que o Anthony Burgess, autor do livro, já havia trabalhado para a inteligência britânica e, de acordo com alguns pesquisadores, ele também testemunhou os experimentos do MK Ultra, e por isso citou de forma implícita em seu livro.
8. Operação Mockingbird
Essa operação era um projeto secreto da CIA e que se deu, pois eles tinham como objetivo comprar influência e controle entre os principais meios de comunicação. Como é de se imaginar, tudo por estratégias, já que a Guerra Fria estava começando a se desenvolver.
Basicamente, eles queriam implantar jornalistas e repórteres diretamente na folha de pagamento da CIA. Em vista disso, planejavam alistar organizações de notícias americanas para se tornarem espiões e propagandistas. Enfim, essa listou acabou por incluir jornalistas nas grandes mídias.
Resultando, então, na infiltração da CIA nas grandes empresas de mídias e universidades.
9. Cointelpro
Essa teoria da conspiração aborda sobre os projetos clandestinos ilegais do FBI realizados para desestabilizar grupos de protestos, de esquerda, de ativistas e de dissidentes políticos dentro dos Estados Unidos. Basicamente, eles se infiltraram em algumas organizações políticas nacionais para difamá-los.
Os atos contra esses grupos se baseavam em guerras psicológicas, calúnias, criação de documentos falsos, assédio, prisão ilegal e até mesmo violências e assassinatos. No entanto, esses atos foram usados em críticos da guerra do Vietnã, líderes dos direitos civis, como o Martin Luther King e também alguns ativistas e jornalistas.
10. Operação Branca de Neve
Essa teoria da conspiração é dos anos de 1970 e envolveu uma série de infiltrações e furtos pela Igreja da Cientologia. A igreja roubava os arquivos confidenciais do governo sobre eles e sobre o seu fundador (L. Ron Hubbard ). O objetivo era limpar registros desfavoráveis deles nas agências governamentais.
Esse projeto, ao todo, conseguiu roubar 136 agências governamentais, embaixadas e consulados estrangeiros. Assim como também em algumas organizações privadas da Cientologia, as quais foram realizadas em mais de 30 países.
Essa operação foi considerada como a maior infiltração no governos dos Estados Unidos, até porque envolveu mais de 5 mil agentes secretos, os quais eram membros da igreja, funcionários públicos corruptos ou chantageados e investigadores particulares.
11. Governo dos EUA espiona seus próprios cidadãos
A última teoria da conspiração pode ser aquela que você sempre imaginou, mas, na verdade, nunca teve a certeza. Basicamente, é uma teoria que realmente afirma que o governo americano espiona toda a sua população. Ou seja, eles analisam exatamente tudo, além das informações que estão sendo transmitidas pela internet.
A NSA (Agência de Segurança Nacional) coloca escutas ilegais em grande parte dos norte-americanos e coleta dados de celulares por mais de décadas. E isso é comprovado, por conta das revelações sobre a NSA, as quais afirmam que a espionagem deles pode ir muito mais além do que vocês acreditam. Porém, isso tudo não passa de violação da liberdade dos civis.
No entanto, eles levam o ocorrido do dia 11 de setembro de 2001, como uma “desculpa” para vigiar sua nação. De acordo com a NSA, certas liberdades devem ser sacrificadas em prol da segurança. Em 2014, o The Washington Post revelou que quase 90% dos dados que eles coletam são de usuários de internet sem nenhuma conexão com terrorismo.
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Fontes: Oficina da Net, Mega Curioso, National Geographic, Berkeley News.
Bibliografia:
Cichocka A, Marchlewska M, Golec de Zavala A, Olechowski M. ‘They will not control us’: Ingroup positivity and belief in intergroup conspiracies. Br J Psychol. 2016 Aug;107(3):556-76. doi: 10.1111/bjop.12158. Epub 2015 Oct 28. PMID: 26511288.
2018) Addicted to answers: Need for cognitive closure and the endorsement of conspiracy beliefs. Eur. J. Soc. Psychol., 48: 109– 117.
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