A maneira como interpretamos as situações e respondemos a elas determina quem somos e impacta nossa qualidade de vida. Desse modo, as emoções são parte integrante da vida humana. Com efeito, os tipos de emoções são sentimentos sutis e respostas comportamentais que representam prazer ou desprazer que vem de experienciar um evento.
Em suma, as emoções estão intimamente ligadas aos estados mentais, humor, temperamento e personalidade. Pesquisas intensas sobre o assunto nos deram a oportunidade de compreender as várias facetas das emoções e como elas afetam a cognição, os sentimentos, o comportamento e as ações. Veja mais sobre o significado e os tipos de emoções a seguir.
O que são emoções?
Uma emoção é um estado psicológico complexo desencadeado por estímulos. Em outras palavras, é como alguém reage a situações significativas ou impactantes.
Um rosto sorridente é interpretado como significando felicidade; por outro lado um choro sinaliza tristeza. Ademais, muitas culturas contam com expressões faciais reconhecíveis para dizer como alguém está se sentindo.
Assim, atrás de cada emoção existe um processo que começa com um estímulo, inicia uma reação interna e resulta em uma expressão visível.
As pessoas costumam usar as palavras “emoção”, “humor” e “sentimento” como sinônimos, todavia, segundo a psicologia tratam-se de coisas diferentes. As emoções são de curta duração e intensas, e geralmente têm uma causa definida e identificável.
E um humor é duradouro, mas geralmente é mais suave e, muitas vezes, não é fácil identificar uma causa específica de um humor. Além disso, os humores não têm um ponto de partida claro.
Por fim, os sentimentos são o resultado de emoções específicas e podem ser influenciados por muitos fatores, por exemplo, crenças e memórias.
Quais são os 6 tipos de emoções básicas?
Embora existam várias teorias de emoções na psicologia, o Código de Ação Facial (Facial Action Coding System – FACS) do psicólogo Paul Eckman continua sendo o mais amplamente aceito.
Ekman constatou em suas pesquisas que a expressão facial de seis emoções básicas eram as mesmas a toda espécie humana, independente da cultura: alegria, tristeza, medo, surpresa, nojo e raiva.
Apenas nos anos 80 Ekman adicionou a emoção desprezo à lista das emoções básicas e universais. Confira a descrição dos 6 principais tipos de emoções abaixo:
Felicidade
A felicidade é mais do que a experiência de um humor positivo; é caracterizado por sentimentos de alegria, contentamento, satisfação, gratificação e bem-estar.
Além disso, o sorriso é a expressão facial mais comum de felicidade. De acordo com a pesquisa de Ekman, um sorriso genuíno é chamado de sorriso de Duchenne e pode ser identificado por meio de “pés de galinha” ou rugas no canto do olho.
Por fim, a felicidade desempenha um papel fundamental na sociedade, sinalizando amizade e garantindo que não se constitua uma ameaça. Isso motiva a pessoa a fazer o bem para si mesma e para a sobrevivência dos outros.
Tristeza
A tristeza pode ser definida como um estado emocional temporário caracterizado por sentimentos de desinteresse, desesperança, tristeza, decepção e baixo-astral.
Embora muitos acreditem que a tristeza é uma emoção negativa, ela desempenha um papel vital em sinalizar a necessidade de ajuda ou conforto. Todas as pessoas podem sentir essa emoção de vez em quando, mas se você ficar triste por longos períodos, pode ser um sinal de depressão.
Desse modo, o sinal mais confiável de tristeza é o ângulo dos cantos internos das sobrancelhas. Outras alterações faciais incluem pálpebras superiores caídas, olhar abaixado e cantos dos lábios voltados para baixo.
As pessoas também podem expressar tristeza por humor abatido, choro, afastamento de outras pessoas e letargia. No entanto, a tristeza persistente pode ser um sinal de transtorno do humor, portanto, exige a avaliação de um profissional de saúde mental experiente.
Medo
O medo é desencadeado pela ameaça ou perigo real ou imaginário. Embora seja considerada uma emoção negativa, ela desempenha um papel vital ao ativar a resposta de lutar ou fugir para nos manter seguros.
A expressão facial de medo pode ser confundida com surpresa. Uma pessoa pode levantar as sobrancelhas, erguer as pálpebras superiores, puxar o queixo para trás e tensionar os lábios. Ademais, um grito agudo é uma expressão vocal dessa emoção.
O medo intenso e persistente causado por ameaças antecipadas ou mesmo por nossos pensamentos sobre perigos potenciais pode ser um sinal de transtorno de ansiedade. Aliás, é especialmente problemático se interferir nas tarefas básicas da vida e só puder ser diagnosticado por um profissional de saúde mental.
Nojo
Nojo, repulsa ou aversão é uma emoção desencadeada por algo desagradável que vemos, cheiramos ou saboreamos. Os cientistas sugerem que essa emoção evoluiu como uma reação a alimentos prejudiciais ou fatais.
Desse modo, a reação de nojo pode ser desencadeada por fatores como sangue, infecção, falta de higiene, podridão e morte.
O sinal de repulsa mais facilmente reconhecível é o enrugamento do nariz. Levantar o lábio superior para zombar também é um sinal. Ademais, a repulsa também pode ser exibida por reações físicas como náusea ou vômito.
As pessoas também podem sentir repulsa moral ao ver que outras pessoas fazem algo que consideram imoral, desagradável ou mau. A repulsa nos indica que devemos nos afastar ou eliminar algo ofensivo, tóxico ou contaminante.
Raiva
A raiva é uma emoção muito poderosa que se caracteriza por sentimentos de agitação, hostilidade, antagonismo em relação a outras pessoas e frustração. Também pode ser uma parte da reação de nosso corpo para fugir ou lutar e nos motivar a nos proteger e evitar o perigo.
Ademais, a raiva pode ser útil quando expressa de forma construtiva e pode levar a ações que podem ajudá-lo a encontrar soluções para problemas que o estão incomodando.
No entanto, se for excessivo ou expresso de forma prejudicial à saúde, pode facilmente resultar em comportamento prejudicial para si mesmo e para os outros. Se a raiva não for controlada, pode se transformar em agressão, abuso e violência.
Surpresa
A surpresa é uma emoção muito breve e é caracterizada por uma reação fisiológica a algo inesperado. Aliás, pode ser positivo, neutro e negativo, e também pode desencadear uma resposta de luta ou fuga.
De todos os tipos de emoções, a surpresa é a mais breve. Dependendo do gatilho, essa emoção rapidamente dá lugar à raiva, felicidade, medo ou nojo. Assim, sobrancelhas levantadas, olhos bem abertos e queixo caído são expressões faciais comuns dessa emoção.
Quais são os 27 tipos de emoções humanas?
Como você leu acima, Paul Ekman identificou seis emoções básicas, posteriormente Robert Plutchik expandiu isso para oito e criou pares opostos que eram alegria-tristeza, raiva-medo, confiança-desconfiança e surpresa-antecipação. As oito emoções básicas de Plutchik também apresentavam gradações de severidade.
No entanto, em um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), os cientistas identificaram 27 tipos emocionais diferentes.
Aliás, esses estados revelaram interação e conexão entre si, contudo alguns estados estão menos conectados a outros. Por exemplo, os sentimentos de desejo tinham menos probabilidade de estar ligados a qualquer um dos outros estados emocionais, enquanto o romance e o desejo sexual tinham uma interação óbvia e forte.
A lista completa de estados emocionais é a seguinte:
- Admiração
- Adoração
- Apreciação Estética
- Diversão
- Ansiedade
- Temor
- Constrangimento
- Tédio
- Calma
- Confusão
- Desejo
- Nojo
- Dor empática
- Êxtase
- Inveja
- Excitação
- Medo
- Horror
- Interesse
- Alegria
- Nostalgia
- Romance
- Tristeza
- Satisfação
- Desejo sexual
- Simpatia
- Triunfo
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Bibliografia
COWEN, Alan S.; KELTNER, KELTNER, Dacher. Self-report captures 27 distinct categories of emotion bridged by continuous gradients. Proc Natl Acad Sci U S A. Vol.114, n.38. E7900-E7909, 2017
LINDNER, Evelin G. O que são emoções?. RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção. Vol. 12, n.36. 822-845, 2013
TRAMPE, Debra; QUOIDBACH, Jordi; TAQUET, Maxime. Emotions in Everyday Life. PLoS One. Vol.10, n.12. e0145450, 2015