Talvez você não saiba, mas os distúrbios do sono podem variar bastante, desde condições simples, como dificuldades ocasionais para dormir, até situações mais delicadas, que envolvem o surgimento de doenças associadas. Esses distúbios muitas vezes estão relacionados a outros problemas de saúde, como doenças respiratórias ou distúrbios psiquiátricos, que infelizmente podem piorar a qualidade do sono.
Entre os mais comuns incluem a insônia, caracterizada pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, e o sonambulismo, um transtorno que envolve atividades realizadas durante o sono, como caminhar ou falar, sem a pessoa ter consciência disso. Porém, não são os únicos.
E aí, vamos saber mais sobre esses distúrbios? Boa leitura!
11 distúrbios mais comuns que atrapalham seu sono
1- Apnéia Obstrutiva do Sono
A Apneia Obstrutiva do Sono é um distúrbio caracterizado pela obstrução temporária das vias aéreas durante o sono, condição que leva a paradas respiratórias que podem durar até 20 segundos. Esse bloqueio impede a entrada de ar, causando interrupções frequentes na respiração ao longo da noite.
Em muitos casos, essas pausas respiratórias podem ocorrer repetidamente, afetando a qualidade do sono e provocando despertares frequentes, mesmo que a pessoa não se lembre deles ao acordar.
Vale lembrar que esse distúrbio vai além do simples incômodo noturno, pois pode estar associado a sérios riscos à saúde. Entre os problemas mais comuns estão a hipertensão, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e até mesmo um aumento no risco de derrames.
Por fim, também pode levar à fadiga crônica, dificuldades de concentração e alterações de humor, o que pode impactar muito a qualidade de vida.
2- Sonambulismo
O sonambulismo é um distúrbio do sono mais comum do que se imagina. Ele se manifesta quando o indivíduo realiza atividades motoras enquanto ainda está dormindo, como caminhar, falar ou até mesmo realizar tarefas complexas.
Esses episódios podem variar em intensidade e frequência, e muitas vezes a pessoa não se lembra do que aconteceu ao acordar. É mais prevalente entre crianças, especialmente aquelas entre 4 e 8 anos, mas também pode ocorrer em adultos, embora com menos frequência.
Nos adultos, o sonambulismo pode ser desencadeado por fatores como privação de sono, estresse, consumo de álcool ou uso de alguns medicamentos. Em geral, o distúrbio tende a desaparecer naturalmente com o passar do tempo, especialmente em crianças.
No entanto, vale lembrar que em casos mais graves, ou persistentes, pode ser necessário buscar ajuda médica para investigar possíveis causas subjacentes e, se necessário, iniciar um tratamento. Isso pode incluir medidas para melhorar a higiene do sono ou, em situações específicas, o uso de medicação ou terapia comportamental.
3- Insônia
A insônia, outro distúrbio do sono bem conhecido, se caracteriza pela dificuldade em iniciar ou manter o sono. Esse problema pode afetar a qualidade de vida, gerando cansaço, irritabilidade e dificuldade de concentração durante o dia. Em algum momento você já deve experimentando alguns dos sintomas desse distúrbio, não é?
Em alguns ocasiões, episódios de insônia podem se tornar mais frequentes, como em situações de ansiedade ou estresse, muito comum quando existe a expectativa por uma viagem ou o início de um novo emprego. Essas situações costumar elevar o nível de adrenalina e dificultam o relaxamento necessário para uma boa noite de sono.
Além disso, fatores como o uso excessivo de celular antes de dormir, má alimentação e hábitos irregulares de sono também podem contribuir para o agravamento da insônia. Sendo assim, é muito importate adotar uma rotina de sono saudável.
4- Síndrome das pernas inquietas
Já a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é um distúrbio neurológico que também afeta o sono, caracterizado por uma necessidade involuntária de mover as pernas, geralmente acompanhada por sensações desconfortáveis.
Em casos mais graves, os sintomas não se limitam apenas às pernas, podendo se estender aos braços, gerando ainda mais desconforto e interferindo significativamente na qualidade do sono.
Além do impacto direto no sono, a SPI pode levar a cansaço excessivo durante o dia, dificuldade de concentração e, em alguns casos, a problemas emocionais, como ansiedade e depressão, devido à constante interrupção do descanso. De acordo com o especialista Dra. Dalva Poyares, neurologista e pesquisadora do Instituto do Sono da UNIFESP:
Essa relação [entre movimento e alívio dos sintomas] é desconhecida, assim como é desconhecida a causa da síndrome das pernas inquietas. Entretanto, já sabemos que a deficiência de uma substância química, a dopamina, em determinadas regiões do cérebro faz com que os indivíduos não consigam controlar os movimentos.
Portanto, ao identificar alguma dessas características, é muito importante buscar ajuda médica especializada.
5- Sono excessivo ao longo do dia
A sonolência excessiva diurna provoca um cansaço constante e uma necessidade quase incontrolável de dormir durante o dia, mesmo após uma noite de sono aparentemente suficiente. Esse problema pode interferir seriamente na capacidade de concentração, produtividade e desempenho em atividades cotidianas, afetando tanto o trabalho quanto a vida pessoal.
As causas da sonolência excessiva são variadas e podem incluir desde a falta de sono adequado até efeitos colaterais de medicamentos. Outros fatores como distúrbios do sono, como apneia obstrutiva, insônia ou narcolepsia, também podem estar envolvidos.
Diante disso, é fundamental buscar orientação médica para uma avaliação detalhada. O tratamento pode envolver desde mudanças nos hábitos de sono e ajustes na medicação até terapias específicas, tudo baseado na análise cuidadosa dos sintomas e da rotina do paciente.
6- Bruxismo
Já o bruxismo é um distúrbio caracterizado por contrações involuntárias dos músculos da mandíbula, levando ao apertamento ou ranger dos dentes, especialmente durante o sono. Esse hábito involuntário pode provocar uma série de sintomas incômodos, como dores na mandíbula, dores de cabeça e até mesmo sensibilidade dental.
Além disso, o desgaste excessivo dos dentes pode resultar em alterações na estrutura dentária, como fraturas, fissuras ou até perda do esmalte, comprometendo a saúde bucal e estética.
As causas desse problema são variadas e podem incluir fatores emocionais, como estresse e ansiedade, além de problemas físicos, como má oclusão ou distúrbios do sono, como a apneia. O tratamento costuma envolver uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir o uso de placas de mordida para proteger os dentes, terapias para aliviar o estresse e, em alguns casos, medicamentos.
7- Síndrome da Bela adormecida
A síndrome de Kleine-Levin, também conhecida como síndrome da Bela Adormecida, é uma condição neurológica rara caracterizada por episódios recorrentes de hipersonia, em que a pessoa pode dormir por longos períodos, frequentemente de 15 a 20 horas por dia.
Esses episódios surgem de forma súbita e podem durar dias ou até semanas. De acordo com Carolina Elena Carmona de Oliveira, fisioterapeuta e especialista em Medicina do Sono: a síndrome também altera o comportamento do indivíduo. Os pacientes sofrem confusão, desorientação e apatia, o que limita a realização de tarefas cotidianas, como por exemplo, ir à escola ou ao trabalho e cuidar de si próprio.
Entre os episódios, as pessoas costumam retornar a um estado normal de vigília e não apresentam sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico. Ainda vale mencionar que a causa exata da síndrome de Kleine-Levin ainda não é completamente compreendida, e o mais importante é sempre buscar ajuda médica.
8- Paralisia do sono
A paralisia do sono é uma condição em que, ao despertar ou ao adormecer, a pessoa se encontra consciente, mas incapaz de mover o corpo ou falar. Isso ocorre porque, durante o sono, os músculos são temporariamente paralisados.
Essa condição pode ser acompanhada de alucinações visuais ou auditivas. Embora a paralisia do sono não seja considerada perigosa, ela pode ser bastante assustadora. Fatores como estresse, privação de sono, horários irregulares de descanso e distúrbios do sono, como a apneia, podem aumentar a probabilidade de ocorrer.
Diante disso, é muito importante entender o que está acontecendo e manter a calma pode ajudar a lidar melhor com a experiência. Além disso, é sempre importante buscar ajuda médica.
9- Terror noturno
Este é um distúrbio do sono bastante comum em crianças, especialmente entre os 3 e 7 anos. Durante essas crises, a criança pode despertar abruptamente, gritando, chorando ou até mesmo correndo pela casa, o que pode ser bastante assustador para os pais.
Diferente dos pesadelos, o terror noturno ocorre geralmente na primeira metade da noite, durante a fase de sono profundo, e a criança geralmente não se lembra do episódio ao acordar.
Em muito casos, pode ser desencadeado por diversos fatores, como estresse emocional, cansaço excessivo, febre ou até mesmo mudanças na rotina. É importante que os pais mantenham a calma durante as crises, oferecendo segurança e conforto, mas sem tentar acordar a criança, já que isso pode prolongar o episódio.
Por fim, a gente não pode deixar de mencionar que, embora seja uma condição comum entre crianças, não significa que os adultos estejam isentos desse problema.
10- Narcolepsia
Mais um distúrbio do sono caracterizado por ataques de sono repentinos, que podem ocorrer em qualquer situação, mesmo durante atividades como conversar ou dirigir.
Embora esses episódios de sono geralmente sejam curtos, variando de alguns segundos a poucos minutos, eles podem ser extremamente prejudiciais, especialmente se acontecerem em momentos críticos, como ao operar máquinas ou durante tarefas que exigem atenção constante.
Além dos ataques de sono, a narcolepsia pode incluir outros sintomas, como cataplexia (perda repentina do tônus muscular), paralisia do sono entre outros. Esses sintomas podem comprometer significativamente a qualidade de vida, afetando o desempenho no trabalho e nos estudos e até mesmo. Portanto, sempre procure ajuda médica para amenizar os desconfortos causados.
11- Hipersonia idiopática
Por fim, esse é um distúrbio do sono caracterizado por uma sonolência excessiva, mesmo que o indivíduo tenha passado por longas horas de descanso. Quem sofre desse problema frequentemente sente que os cochilos ou períodos de descanso, em vez de revigorantes, não trazem a sensação de recuperação esperada.
Diante disso, a pessoa acorda ainda cansada e pode ter dificuldade para se concentrar ou realizar atividades cotidianas. Infelizmente, as causas dessa condição ainda são desconhecidas, o que torna o diagnóstico e o tratamento um desafio.
No geral, para tratar essa condição, pode-se recomendar a terapia, ou ainda o uso de medicação. No entanto, vale lembrar que sempre é importante procurar um médico especalista.
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- Fonte: Ministério da Saúde, Tua Saúde, Drauzio Varella, Duoflex,
